Caracterização do perfil inflamatório e angiogênico associados ao desenvolvimento de tumores murinos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Celso Tarso Rodrigues Viana
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9WHGJG
Resumo: A inflamação e a angiogênese são características comuns de quase, se não de todos, os tumores sólidos, no entanto não encontramos estudos que avaliaram comparativamente estes processos em diferentes tipos de tumores visando identificar o padrão dominante em neoplasias de origens distintas. Os objetivos deste estudo foram identificar os padrões da inflamação e angiogênese em tumores experimentais murinos de diferentes origens (melanoma, cólon e mama) e caracterizar as alterações vasculares no tecido cutâneo adjacentes a estes tumores. Além disso, avaliamos a contribuição da inflamação aguda e crônica para o desenvolvimento do tumor mamário, utilizando implantes sintéticos de polieter-poliuretano para alojar as células 4T1, 24h ou 10 dias pós-implantação. A inoculação de células tumorais (106) de B16F10, CT26.WT e 4T1 no flanco de camundongos resultou em massas tumorais que diferiram entre si. Melanomas (B16F10) foram duas vezes maiores do que o tumor de colón (CT26.WT) e dez vezes maiores do que o tumor mamário (4T1). Localmente, as células CT26.WT induziram maior número de vasos no tecido cutâneo adjacente ao tumor, e sistemicamente, os níveis do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) foram duas vezes mais altos comparados aos níveis dos dois outros tumores. A inflamação, avaliada pela atividade das enzimas mieloperoxidase (MPO) e n-acetil--D-glicosaminidase (NAG) e pelos níveis da citocina inflamatória, fator de necrose tumoral (TNF-) e da quimiocina CCL2 foi mais intensa no tumor mamário. O índice vascular, determinado pela quantidade de hemoglobina (Hb) e número de vasos nas áreas mais vascularizadas dos tumores, foi duas vezes maior no melanoma. A análise por citometria de fluxo da população celular de implantes de 24h era predominantemente de neutrófilos (42.53% +/- 8.45) e monócitos (37.53% +/- 7.48). Em implantes de 10 dias, macrófagos eram predominantes (37.10% +/- 4.54), seguidos por linfócitos (28.1% +/- 4.77) e monócitos (22.33% +/- 3.05). O tumor mamário foi duas vezes maior quando desenvolvido na inflamação crônica comparado ao tumor desenvolvido na inflamação aguda e cinco vezes maior comparado ao tumor desenvolvido sem o suporte inflamatório do implante. A maioria dos parâmetros inflamatórios e angiogênicos também foi mais exarcebado nos tumores alojados nos implantes. Nossos resultados mostraram que tipos distintos de tumores apresentam crescimento e componentes inflamatórios e angiogênicos diferenciais quanto à intensidade dos processos. Além disso, foi mostrado que a inflamação crônica foi mais eficaz para o desenvolvimento do tumor mamário do que a inflamação aguda. Este estudo contribuiu para elucidar a participação da inflamação e angiogênese na progressão tumoral, levantando a possibilidade de uma abordagem terapêutica para o câncer com base na intensidade destes marcadores tumorais.
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A inoculação de células tumorais (106) de B16F10, CT26.WT e 4T1 no flanco de camundongos resultou em massas tumorais que diferiram entre si. Melanomas (B16F10) foram duas vezes maiores do que o tumor de colón (CT26.WT) e dez vezes maiores do que o tumor mamário (4T1). Localmente, as células CT26.WT induziram maior número de vasos no tecido cutâneo adjacente ao tumor, e sistemicamente, os níveis do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) foram duas vezes mais altos comparados aos níveis dos dois outros tumores. A inflamação, avaliada pela atividade das enzimas mieloperoxidase (MPO) e n-acetil--D-glicosaminidase (NAG) e pelos níveis da citocina inflamatória, fator de necrose tumoral (TNF-) e da quimiocina CCL2 foi mais intensa no tumor mamário. O índice vascular, determinado pela quantidade de hemoglobina (Hb) e número de vasos nas áreas mais vascularizadas dos tumores, foi duas vezes maior no melanoma. A análise por citometria de fluxo da população celular de implantes de 24h era predominantemente de neutrófilos (42.53% +/- 8.45) e monócitos (37.53% +/- 7.48). Em implantes de 10 dias, macrófagos eram predominantes (37.10% +/- 4.54), seguidos por linfócitos (28.1% +/- 4.77) e monócitos (22.33% +/- 3.05). O tumor mamário foi duas vezes maior quando desenvolvido na inflamação crônica comparado ao tumor desenvolvido na inflamação aguda e cinco vezes maior comparado ao tumor desenvolvido sem o suporte inflamatório do implante. A maioria dos parâmetros inflamatórios e angiogênicos também foi mais exarcebado nos tumores alojados nos implantes. Nossos resultados mostraram que tipos distintos de tumores apresentam crescimento e componentes inflamatórios e angiogênicos diferenciais quanto à intensidade dos processos. Além disso, foi mostrado que a inflamação crônica foi mais eficaz para o desenvolvimento do tumor mamário do que a inflamação aguda. Este estudo contribuiu para elucidar a participação da inflamação e angiogênese na progressão tumoral, levantando a possibilidade de uma abordagem terapêutica para o câncer com base na intensidade destes marcadores tumorais.Inflammation and angiogenesis are common features of almost, if not all tumors, however we found no studies that comparatively evaluated these processes in different types of tumors in order to identify the dominant pattern in tumors of different origins. The objectives of this study were to identify the patterns of these processes in murine experimental tumors of different origins (melanoma, breast and colon) and characterize vascular changes in the skin tissue adjacent to these tumors. Furthermore, we evaluated the contribution of acute and chronic inflammation in the development of mammary tumor using synthetic implants (polyether-polyurethane) to host 4T1 cells, 24 hours or 10 days post-implantation. The tumor cell inoculation (106) of B16F10, 4T1 and CT26.WT at the flank of mice resulted in tumor masses that differ among them. Melanomas were two times larger than the tumors of the colon and ten times greater than the mammary tumor. Locally, the CT26.WT cells induced higher number of vessels in the skin tissue adjacent to the tumor, but systemic levels of vascular endothelial growth factor (VEGF) were twice as high compared to the levels of the two other tumors. Inflammation as assessed by the enzyme myeloperoxidase (MPO) and N-acetyl--D-glucosaminidase (NAG) and the levels of inflammatory cytokines, tumor necrosis factor (TNF-) and chemokine CCL2 were more intense in the mammary tumor. The vascular index, determined by the amount of hemoglobin (Hb) and number of vessels in the most vascularized areas of the tumor, was twice higher in melanoma. The flow cytometric analysis of the cell population in 24h implants was predominantly of neutrophils (8.45 +/- 42.53%) and monocytes (37.53% +/- 7.48). In 10 day old implants, macrophages were the predominant cell population (37.10% +/- 4.54), followed by lymphocytes (28.1 +/- 4.77%) and monocytes (22:33 3:05 +/-%). The mammary tumor was two times bigger when developed in chronic inflammation when compared to tumors developed in acute phase of inflammation and five times higher compared with tumor developed without the inflammatory implant support. Inflammatory and angiogenic parameters were also more exacerbated in tumor bearing implants. Our results showed that different types of tumors have inflammatory and angiogenic growth and differential in the intensity components of the evaluated processes (growth, angiogenesis and inflammation). Furthermore, it was shown that chronic inflammation was more effective for the development of mammary tumor than acute inflammation. This study may have contribuited to elucidate the involvement of inflammation and angiogenesis in tumor progression, raising the possibility of a therapeutic approach for cancer based on the intensity of these tumor markers.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGNeovascularizaçãoTumoresCitocinasFisiologiaInflamaçãoFisiologia e FarmacologiaCaracterização do perfil inflamatório e angiogênico associados ao desenvolvimento de tumores murinosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtrabalho_completo_pdf.pdfapplication/pdf3898232https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9WHGJG/1/trabalho_completo_pdf.pdf781fcc44dd06823532fc06c80fd0ebf8MD51TEXTtrabalho_completo_pdf.pdf.txttrabalho_completo_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain216301https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9WHGJG/2/trabalho_completo_pdf.pdf.txtdcc33f0ed9db4360ca3c0ca6b2fa49beMD521843/BUBD-9WHGJG2019-11-14 22:18:46.514oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9WHGJGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T01:18:46Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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