Evolução geológica e contextualização tectônica do bloco Cristalândia do Piauí, Faixa Rio Preto, Piauí/Bahia

• Autor(a) principal: Renato de Assis Barros
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/31668
• topic: Orogenia Riaciana-Orosiriana; Metacratonização; Crostas Hadeanas e Paleo-arqueanas ocultas; Geologia estrutural – Piauí; Petrologia; Geoquímica; Tempo geológico

O Bloco Cristalândia do Piauí, localizado na margem noroeste do Craton de São Francisco (CSF), representa o embasamento da Faixa de Dobramentos Rio Preto. É composto por ortognaisses tonalíticos e granidioríticos arqueanos cristalizados em 3,2 Ga retrabalhados em 2,81 e 2,68 Ga exibindo valores de εHf entre -1,51 a -8,07 indicando fontes juvenis a moderadamente juvenis, gnaisses sienograníticos de alto-K datados de 2,65 Ga com valores de εHf crustais entre -10,37 a -19,54, ambos com idades do modelo TDMc de 3,57 a 4,33 Ga, indicando fontes ocultas do Paleo ao Eo-arqueano e até ao Hadeano, rochas metamáfica-ultramaficas, formações ferríferas bandadas, metacherts e grafita xistos. Todo o conjunto é intrudido por metagranitóides Paleoprotezóicos de composições variando de granodioríticas, com assinaturas tipo-sanukitóide, cristalizadas em 2,2 Ga, com fontes juvenis e crustais, a monzograníticas e alkali-fedspato graníticas com assinaturas crustais. Eles estão relacionados à Orogenia Riaciana-Orosiriana, responsável pelos complexos padrões de deformação impressos no embasamento Arqueano. Rochas metassedimentares Orosirianas são representadas por granada-biotita paragnaisses, com idade máxima de deposição em 1,95 Ga. Os diques de granada-anfibolitos intrusivos no complexo mostram idades de cerca de 2,07 Ga e características isotópicas de magmas derivados do manto. Considerando os dados apresentados, o Bloco Cristalândia do Piauí representa um domínio metacratônico correspondente a parte do Bloco Guanambi-Correntina, envolvido na acresção e retrabalhamento crustais desde Arqueano até o Paleoproterozóico. Este segmento da crosta foi posteriormente desmembrado do Bloco Guanambi-Correntina durante a tafrogenese Toniana, com o desenvolvimento de uma bacia do tipo rifte Neoproterozóica que seria preenchida por rochas sedimentares da Formação Canabravinha. Durante o Ediacarano-Cambriano, as tensões regionais induzidas, relacionadas à Orogenia Brasiliana, causaram a inversão, deformação e metamorfismo da bacia do rift, juntamente com o embasamento representado pelo Bloco Cristalândia do Piauí, com o metamorfismo brasiliano correspondente impresso em toda a área. Muitos dos elementos dos estágios evolutivos presentes no Paleocontinente São Francisco-Congo (PCSC) podem ser reconhecidos, sugerindo que a evolução desse segmento crustal remonta à era Eo-arqueana e revelando a existência de núcleos ocultos paleo-arqueanos ou até hadeanos, retrabalhados em pelo menos três eventos metamórficos durante a orogenia Riaciana-Orosiriana.