A implementação dos programas de contraturno escolar e as representações de lazer e esporte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcília de Sousa Silva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ARMN9P
Resumo: Os programas de contraturno escolar desenvolvidos na rede municipal de ensino da cidade de Belo Horizonte, mais especificamente, os Programas Escola Integrada e Segundo Tempo interagem com a dinâmica da escola e, por vezes, provocam justaposição na concretização de suas ações. O objetivo deste estudo foi investigar a implementação esses programas e as representações de esporte e lazer no contexto da prática, por meio de pesquisa de campo (estudo de caso). A observação foi utilizada como estratégia de coleta de dados e os instrumentos utilizados foram os registros do caderno de campo e as entrevistas com os sujeitos da comunidade escolar (estudantes, gestores, professores, monitores, estagiários universitários e pais). A pesquisa baseou-se no ciclo de política para refletir as práticas políticas e sociais desenroladas na dinâmica da escola. Os campos da análise de discurso e da representação social foram percorridos para o tratamento dos dados produzidos pelos sujeitos da pesquisa. Por meio do aporte teórico metodológico foram definidas as categorias de gênero de discurso, formação discursiva e percurso, cujos conceitos de cena de enunciação, interdiscurso, pequenas frases e fórmulas contribuíram para a análise. Ancorada nesse referencial há o entendimento de que a análise dos programas de contraturno, sua implementação e representações de lazer e esporte não deve considerar os programas em si mesmos, ou seja, na atividade executada. É necessário compreender os argumentos, formações discursivas e os acordos que se concretizam em um discurso que dá suporte às conclusões perceptíveis nas falas dos sujeitos. Nesse sentido, o entendimento dos implementadores dos programas de contraturno escolar orienta para a noção de proteção social e cuidado aos estudantes participantes, e de certa forma, às suas famílias. Ao considerar que os programas de contraturno escolar têm um papel prioritário de tirar da rua as crianças e adolescentes moradores do bairro, os implementadores trazem para o universo da escola uma demanda social que não soluciona sozinha. A escola passa a assumir para si uma demanda que é de cunho de tantas outras políticas públicas. E, com isso, provoca lacunas e insatisfações no que diz respeito aos resultados que se espera dela. O processo de implementação deu pistas de uma construção de discurso de lazer e esporte com o propósito de prescrever e informar aos estudantes sobre as experiências, em outras palavras, os sujeitos da ação produzem o enunciado de saber/fazer e os estudantes apoiam-se no dever/fazer. Esse modo de organização do discurso é produto de restrições discursivas que se apresentam, principalmente, por meio do lugar que os sujeitos ocupam (educador/estudante, educador professor/educador monitor). O ideário que o esporte é saúde, afasta das drogas, combate à violência, é competição, é lazer permeia as práticas discursivas da escola. O imaginário consensuado dessa prática social pouco avança para sua concretude na realidade social. Os discursos do lazer percebidos na prática escolar me permitem significá-lo como instrumento de indução de uma conduta disciplinada esperada e solidificada no contexto da produção de sua representação, bem como diversão ou entretenimento necessários à cena carente no qual os programas de contraturno se inserem. Nesse sentido, este estudo contribui para as possibilidades de abertura de interpretações dos diversos sujeitos que participam da comunidade escolar oportunizando a autoria das vozes e protagonismo coletivo no caminho da construção de encontros potentes.
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A pesquisa baseou-se no ciclo de política para refletir as práticas políticas e sociais desenroladas na dinâmica da escola. Os campos da análise de discurso e da representação social foram percorridos para o tratamento dos dados produzidos pelos sujeitos da pesquisa. Por meio do aporte teórico metodológico foram definidas as categorias de gênero de discurso, formação discursiva e percurso, cujos conceitos de cena de enunciação, interdiscurso, pequenas frases e fórmulas contribuíram para a análise. Ancorada nesse referencial há o entendimento de que a análise dos programas de contraturno, sua implementação e representações de lazer e esporte não deve considerar os programas em si mesmos, ou seja, na atividade executada. É necessário compreender os argumentos, formações discursivas e os acordos que se concretizam em um discurso que dá suporte às conclusões perceptíveis nas falas dos sujeitos. Nesse sentido, o entendimento dos implementadores dos programas de contraturno escolar orienta para a noção de proteção social e cuidado aos estudantes participantes, e de certa forma, às suas famílias. Ao considerar que os programas de contraturno escolar têm um papel prioritário de tirar da rua as crianças e adolescentes moradores do bairro, os implementadores trazem para o universo da escola uma demanda social que não soluciona sozinha. A escola passa a assumir para si uma demanda que é de cunho de tantas outras políticas públicas. E, com isso, provoca lacunas e insatisfações no que diz respeito aos resultados que se espera dela. O processo de implementação deu pistas de uma construção de discurso de lazer e esporte com o propósito de prescrever e informar aos estudantes sobre as experiências, em outras palavras, os sujeitos da ação produzem o enunciado de saber/fazer e os estudantes apoiam-se no dever/fazer. Esse modo de organização do discurso é produto de restrições discursivas que se apresentam, principalmente, por meio do lugar que os sujeitos ocupam (educador/estudante, educador professor/educador monitor). O ideário que o esporte é saúde, afasta das drogas, combate à violência, é competição, é lazer permeia as práticas discursivas da escola. O imaginário consensuado dessa prática social pouco avança para sua concretude na realidade social. Os discursos do lazer percebidos na prática escolar me permitem significá-lo como instrumento de indução de uma conduta disciplinada esperada e solidificada no contexto da produção de sua representação, bem como diversão ou entretenimento necessários à cena carente no qual os programas de contraturno se inserem. Nesse sentido, este estudo contribui para as possibilidades de abertura de interpretações dos diversos sujeitos que participam da comunidade escolar oportunizando a autoria das vozes e protagonismo coletivo no caminho da construção de encontros potentes.The school counter-period programs developed in the municipal education network of the city of Belo Horizonte, more specifically, the Integrated School and Second while Programs interact with the dynamics of the school and sometimes cause a juxtaposition in the accomplishment of their actions. The objective of this study was to investigate the implementation of these programs and the representations of sports and leisure in the context of the practice, through bibliographical research and case study. The observation was used as a data collection strategy and the instruments used were the records of the field notebook and the interviews with the subjects of the school community (students, managers, teachers, monitors, university trainees and parents). The research was based on the policy cycle to reflect the political and social practices unrolled in the dynamics of the school. The fields of discourse analysis and social representation were covered for the treatment of the data produced by the research subjects. Through the methodological theoretical contribution, the categories of discourse, discursive formation and course genre were defined, whose concepts of scene of enunciation, interdiscourse, small phrases and formulas contributed to the analysis. Anchored in this frame of reference is the understanding that the analysis of the contraturno programs, their implementation and representations of leisure and sports should not consider the programs in themselves, that is, in the activity performed. It is necessary to understand the arguments, discursive formations and the agreements that are concretized in a discourse that supports the perceptible conclusions in the speeches of the subjects. In this sense, the understanding of the implementers of the school against period programs guides to the notion of social protection and care to the participating students, and to a certain extent, to their families. Considering that school counter-period programs have a priority role in 'take out the streets' of the children and adolescents living in the neighborhood, the implementers bring to the universe of the school a social demand that does not solve itself. The school starts to assume for itself a demand that is in line with so many other public policies. And with that, it causes gaps and dissatisfactions with regard to the expected results of it. The implementation process provided clues to a leisure and sports discourse construction with the purpose of prescribing and informing students about the experiences, in other words, the subjects of the action produce the know-how statement and the students rely on the Duty / do. This way of organizing the discourse is the product of discursive restrictions that present themselves, mainly, through the place that the subjects occupy (educator / student, educator teacher / educator monitor). The ideology that sports is health, away from drugs, fighting violence, is competition, and leisure permeates the school's discursive practices. The consensual imagery of this social practice is little advanced for its concreteness in social reality. The discourses of leisure perceived in school practice allow me to mean it as an instrument of induction of disciplined conduct expected and solidified in the context of the production of its representation, as well as entertainment or entertainment necessary for the 'needy' scene in which the programs of counter-period Inserted. In this sense, this study contributes to the possibilities of opening interpretations of the various subjects that participate in the school community, providing the authorship of voices and collective protagonism in the way of constructing "powerful encounters".Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEsportesLazer e educaçãoRepresentações sociaisSocialPrograma de contraturno escolarImplementaçãoDiscursoRepresentaçãoLazerEsporteA implementação dos programas de contraturno escolar e as representações de lazer e esporteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_marc_lia_11_09_2017.pdfapplication/pdf2075196https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ARMN9P/1/tese_marc_lia_11_09_2017.pdfcea8e6405c9ded302df03bc226b616d5MD51TEXTtese_marc_lia_11_09_2017.pdf.txttese_marc_lia_11_09_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain461427https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ARMN9P/2/tese_marc_lia_11_09_2017.pdf.txt72ddbce58f425adf33a1914f77312b87MD521843/BUBD-ARMN9P2019-11-14 17:50:26.542oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ARMN9PRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:50:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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