Estudo do comportamento de oviposição em saltos por fêmeas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) em diferentes densidades de criadouros e a influência da armadilha MosquiTRAP® na redução de ovos e criadouros positivos

• Autor(a) principal: Filipe Vieira Santos de Abreu
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8P9HTW
• topic: Parasitologia; Parasitologia; Mosquito; Entomologia; Aedes aegypti; Armadilhas de oviposição

O Aedes aegypti é o principal vetor do vírus do dengue no Brasil. O comportamento de oviposição deste vetor é importante no controle e na epidemiologia da doença, pois as fêmeas de A. aegypti realizam a oviposição em saltos que resulta na sua dispersão e do vírus. A armadilha MosquiTRAP vem sendo utilizada para monitorar fêmeas grávidas de A. aegypti em áreas urbanas, mas seu potencial para o controle do vetor é questionado. O objetivo deste trabalho foi estudar detalhadamente o comportamento de oviposição em saltos de fêmeas de A. aegypti individualizadas, quando expostas a diferentes densidades de criadouros e avaliar a influência da armadilha MosquiTRAP na redução de ovos depositados e positividade de criadouros. O estudo foi realizado a 24-29oC e 60-90% UR em: (1) condições de laboratório, em caixas de acrílico (150x50x41cm); (2) Condições de semi-campo, emgaiolas de tecido (2,5 x 2,5 x 2m), na ausência e na presença da armadilha MosquiTRAP. Para cada teste, uma fêmea grávida de A. aegypti foi liberada em diferentes densidades de criadouros (1, 2, 4, 8 ou 16) onde permaneceu durante 96 h. Foram realizadas 12 ou 15 repetições para cada densidade de criadouros. As médias de ovos depositados por fêmea/repetição/tratamento variaram de 63,7 ± 13,7 a 81,5 ± 31,5 em condições de laboratório e de semi-campo, respectivamente. Observou-se que 92,5% das fêmeas testadas distribuíram seus ovos em mais de um criadouro, quando disponível, caracterizando a oviposição em saltos e que em cada teste um dos criadouros recebeu mais de 50% dos ovos depositados. A presença da armadilha MosquiTRAP em condições de semi-campo, reduziu significativamente a média total de ovos depositados de 72,2 ± 20,5 para 31,9 ± 40,9 e a média total de criadouros positivados pelas fêmeas de 1,8±0,3 para 0,73±0,79; de 2,8± 1,0 para 1,07±1,16; de 3,2±1,5 para 2,07±1,75; e de 5,4±2,6 para 2,33±1,67; nas densidades 2, 4, 8 e 16criadouros, respectivamente. Verificou-se que o maior número de A. aegypti capturados na armadilha ocorreu durante as primeiras 10 horas de experimento. Os resultados sugerem que a armadilha MosquiTRAP é uma ferramenta que captura fêmeas grávidas de A. aegypti mesmo quando compete com diferentes densidades de criadouros e que é capaz de reduzir o número de ovos depositados e a positividade de criadouros, nas condições testadas. No entanto, futuros estudos decampo devem ser realizados para comprovar a sua eficácia como ferramenta de controle do vetor do dengue