Redução na riqueza de mamíferos em Minas Gerais: projeções das mudanças climáticas

• Autor(a) principal: Ana Luiza Moreira Cattabriga
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38992
• topic: Análise de lacunas; Proteção; Unidades de conservação; Mamíferos ameaçados; Mudanças climáticas; Modelos de distribuição de espécies; Ecologia; Biodiversidade - conservação; Mamíferos; Espécies em perigo de extinção; Proteção; Mudança climática

Unidades de Conservação são fundamentais para a conservação da biodiversidade. Entretanto, geralmente não são definidas baseando-se em critérios biológicos, nem considerando ameaças dinâmicas, como as mudanças climáticas, o que pode resultar em proteção inadequada para a biodiversidade. É importante analisar quão bem essas áreas englobam espécies em seus limites agora e no futuro para prever quais espécies podem estar mais vulneráveis à extinção e adotar estratégias de conservação visando evitar essas extinções. Avaliamos essa questão no estado de Minas Gerais através da modelagem da distribuição potencial de 46 espécies de mamíferos ameaçados de extinção e projeção de suas distribuições em cenários futuros de mudança climática. Nossos resultados indicam que todas as espécies estão representadas em alguma Unidade de Conservação no cenário atual, porém pouco protegidas, aproximadamente 85% das espécies têm apenas até 15% de proteção em relação à área de adequabilidade climática da espécie no estado. As projeções futuras são alarmantes e indicam que 80% das espécies perderão todas as condições climáticas adequadas à sobrevivência no estado, restando apenas 9 que continuarão pouco protegidas por Unidades de Conservação, com proteção abaixo de 30%. Dessas 9 espécies, 3 perderão área de distribuição, 2 praticamente não sofrerão alterações e 4 aumentarão a área de distribuição considerando que serão capazes de dispersar. Esses resultados indicam que a criação de novas Unidades de Conservação, utilizando o Planejamento Sistemático da Conservação, é importante para aumentar a proteção a essas espécies, mas não é suficiente. Ações governamentais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa são indispensáveis. Só assim é possível reverter esse trágico cenário futuro que comprometeria severamente os ecossistemas.