Análise de rotulagem de alimentos a partir da determinação, em larga escala, de gorduras trans

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Luisa Daibert Pinto
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AA4FEC
Resumo: Neste trabalho foi feita a verificação de como a gordura TRANS é notificada na informação alimentar e nutricional de rótulos de produtos industrializados, em especial aqueles onde estão expressos não contém gordura TRANS. Foram analisadas 251 amostras de alimentos quanto aos teores de gordura total, ácidos graxos TRANS, saturados, monoinsaturados e poliinsaturados, de produtos amplamente consumidos pela população, principalmente aqueles com alegação zero TRANS. Foi verificado se a rotulagem estava de acordo com a legislação e os resultados obtidos foram comparados com os dados expressos nos rótulos das amostras analisadas. De acordo com a Resolução RDC 360/2003 da ANVISA, é obrigatória a declaração dos níveis de ácidos graxos TRANS na rotulagem dos alimentos embalados quando os teores forem superiores a 0,2 g na porção do alimento. Produtos com valores inferiores a 0,2g podem ser notificados na rotulagem como zero TRANS. O objetivo desse estudo foi avaliar a quantidade de gorduras saturadas e TRANS em diversos grupos de alimentos industrializados e a adequação, frente à legislação brasileira, da declaração dessas gorduras nos respectivos rótulos. Para as análises, foram utilizados os métodos oficiais de análise de gorduras AOAC 996.01 (modificado) e de ésteres metílicos de ácidos graxos AOAC 996.06. Conforme os resultados obtidos, alguns produtos apresentaram, em 100g, teores de ácidos graxos TRANS superiores aos recomendados para ingestão total diária em diversos países (2g/dia). Vários produtos estão conforme a legislação (0,2g de gordura TRANS por porção), o que não implica necessariamente em zero teor de gordura TRANS, dando a falsa ideia ao consumidor de não estar ingerindo gordura TRANS, independentemente da quantidade consumida. Apenas 12 amostras realmente apresentaram 0 g de gordura TRANS em 100g de produto analisado. Ressalte-se, ainda, que muitas vezes, a quantidade consumida é maior do que a porção sugerida, acarretando uma ingestão significativa de ácidos graxos TRANS. Os resultados obtidos nessa avaliação oferecem subsídios para uma reflexão mais aprofundada acerca de possíveis modificações na legislação em vigor, exigindo a declaração de ácidos graxos TRANS na rotulagem, independentemente da quantidade contida na porção, de uma padronização na quantidade das porções e da necessidade de uma periodicidade da análise nutricional dos produtos industrializados.
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De acordo com a Resolução RDC 360/2003 da ANVISA, é obrigatória a declaração dos níveis de ácidos graxos TRANS na rotulagem dos alimentos embalados quando os teores forem superiores a 0,2 g na porção do alimento. Produtos com valores inferiores a 0,2g podem ser notificados na rotulagem como zero TRANS. O objetivo desse estudo foi avaliar a quantidade de gorduras saturadas e TRANS em diversos grupos de alimentos industrializados e a adequação, frente à legislação brasileira, da declaração dessas gorduras nos respectivos rótulos. Para as análises, foram utilizados os métodos oficiais de análise de gorduras AOAC 996.01 (modificado) e de ésteres metílicos de ácidos graxos AOAC 996.06. Conforme os resultados obtidos, alguns produtos apresentaram, em 100g, teores de ácidos graxos TRANS superiores aos recomendados para ingestão total diária em diversos países (2g/dia). Vários produtos estão conforme a legislação (0,2g de gordura TRANS por porção), o que não implica necessariamente em zero teor de gordura TRANS, dando a falsa ideia ao consumidor de não estar ingerindo gordura TRANS, independentemente da quantidade consumida. Apenas 12 amostras realmente apresentaram 0 g de gordura TRANS em 100g de produto analisado. Ressalte-se, ainda, que muitas vezes, a quantidade consumida é maior do que a porção sugerida, acarretando uma ingestão significativa de ácidos graxos TRANS. Os resultados obtidos nessa avaliação oferecem subsídios para uma reflexão mais aprofundada acerca de possíveis modificações na legislação em vigor, exigindo a declaração de ácidos graxos TRANS na rotulagem, independentemente da quantidade contida na porção, de uma padronização na quantidade das porções e da necessidade de uma periodicidade da análise nutricional dos produtos industrializados.In this work a verification was made to show how TRANS fat is identified in food and nutrition information labels of processed products, especially those which state that "does not contain TRANS fat". In this study 251 food samples were analyzed regarding its content of total fat, TRANS fatty acids, saturated, monounsaturated and polyunsaturated fatty acids. These products are widely consumed by the population, especially those which claim to be "zero TRANS". It was verified if the labeling was in accordance with the legislation and the results were compared with the data stated on the labels of the samples. According to the RDC Resolution 360/2003 of ANVISA, the disclosure of TRANS fatty acids content on the food label is mandatory when the levels are greater than 0.2 g in the food portion. Products containing less than 2 g/ per portion can be reported on the label as "zero TRANS." The aim of this study was to evaluate the amount of saturated and TRANS fat in many groups of processed food and its adequacy towards the Brazilian law, especially regarding their disclosure on the product label.. For the analysis, the official method of fat analysis AOAC 996.01 (modified) and the methyl esters of fatty acids AOAC 996.06 were used. According to the results obtained, some products in 100g, exceeded the amount of 2g/day which is recommended in several countries regarding the total daily intake of TRANS fatty acids. Many products were in compliance with the law (TRANS fat 0.2 g per serving), which does not necessarily imply a zero TRANS fat content, giving the false impression to the consumer of not being ingesting any TRANS fat regardless of the amount consumed. Only 12 samples really showed 0g of TRANS fat (100g of product). It should also be noticed that many times the amount of food consumed is higher than the suggested serving, resulting in a significant intake of TRANS fatty acids. The results presented herein provide enough evidence for further reflection on possible changes in current legislation, requiring the content of TRANS fatty acids on the label, regardless of the quantity contained in the portion, a standardization of quantity in each portion and the need for a periodicity of nutritional analysis of industrialized products.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEngenharia quimicaLegislação brasileiraGorduras saturadasRotulagem nutricionalGorduras TRANSAnálise de rotulagem de alimentos a partir da determinação, em larga escala, de gorduras transinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___ana_luisa_daibert_pinto.pdfapplication/pdf1375285https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AA4FEC/1/tese___ana_luisa_daibert_pinto.pdf8b1b31b26b0acd6fa30af177a4014340MD51TEXTtese___ana_luisa_daibert_pinto.pdf.txttese___ana_luisa_daibert_pinto.pdf.txtExtracted texttext/plain233895https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AA4FEC/2/tese___ana_luisa_daibert_pinto.pdf.txt6ebcb661f2b89049a39d40499f1ffa8fMD521843/BUOS-AA4FEC2019-11-14 18:51:21.961oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AA4FECRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T21:51:21Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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