RDW e o risco de doença cardiovascular em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA – Brasil)

• Autor(a) principal: Natane Moreira de Carvalho
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32502
• topic: Índices de Eritrócitos; Fatores de risco; Diabetes mellitus; Hipertensão; Doenças cardiovasculares; Índices de Eritrócitos; Fatores de Risco; Diabetes Mellitus; Hipertensão; Doenças Cardiovasculares

Introdução: O RDW (do inglês Red Cell Distribution Width) é uma medida da variabilidade do tamanho dos eritrócitos. Estudos recentes mostraram que o RDW é um marcador preditivo e prognóstico de mortalidade e de doenças cardiovasculares (DCV). Este estudo teve como objetivos investigar a associação entre RDW e (i) o risco de DCV em 10 anos, (ii) a incidência de Hipertensão Arterial Sistêmica e (iii) a incidência de Diabetes Mellitus em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde ELSA - Brasil. Métodos: Uma subamostra de participantes da linha de base (2008 a 2010) e que compareceram à segunda visita (2012 a 2014) da coorte ELSA - Brasil foram incluídos (n = 4481). Na abordagem transversal, a análise de regressão múltipla foi utilizada para investigar a associação entre o RDW e o Escore de Risco de Framingham (ERF). Na análise longitudinal, foi utilizado o modelo de regressão linear misto para avaliar se o RDW na linha de base foi capaz de predizer mudança no risco de DCV na segunda visita. A associação entre RDW e a incidência de hipertensão e diabetes foi investigada usando a regressão de riscos proporcionais de Cox. Nesses modelos, a variável resposta (incidência de hipertensão e diabetes) foi avaliada na segunda visita, enquanto o RDW foi medido na linha de base do estudo. Resultados: Participantes no quarto quartil (Q4) da distribuição do RDW apresentaram um ERF 30% maior do que aqueles no primeiro quartil (Q1: p < 0,001), mostrando que o RDW foi associado com ERF avaliado na linha de base do estudo, mesmo após os ajustes das variáveis potenciais de confusão. Os modelos de regressão linear misto confirmaram os achados da análise transversal e mostraram associações significativas entre RDW e ERF avaliado na segunda visita. O termo de interação entre o RDW e a covariável tempo não foi estatisticamente significativo (Q4: p = 0,577), indicando que a inclinação da associação não mudou ao longo do tempo. O RDW não foi associado com a incidência de hipertensão (eβ = 1,077; valor de p = 0,192; IC95% = 0,963 - 1,205) e diabetes mellitus na segunda visita (eβ = 0,999; valor de p = 0,991; C95% = 0,841 - 1,186). Conclusões: Nesta coorte de brasileiros adultos, o RDW foi independentemente associado com o aumento do risco de DCV, porém não foi capaz de prever uma piora do risco cardiovascular na trajetória longitudinal desses indivíduos ao longo de quatro anos. O RDW não se relacionou com a incidência de hipertensão e diabetes mellitus no período estudado. O acompanhamento prospectivo dessa população poderá auxiliar a esclarecer a relação entre RDW e risco de DCV em 10 anos, hipertensão e diabetes mellitus