Mulheres na defesa de territórios afetados pela mineração: trajetórias de vida em André do Mato Dentro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Victória Veloso Faraco
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47773
Resumo: A dissertação tem como tema-problema o monopólio da existência, que impõe um pensamento único, a monocultura da mente e a homogeneização das diferenças em territórios afetados pela mineração. O objetivo é compreender como mulheres resistem à mineração em André do Mato Dentro, subdistrito de Santa Bárbara, Minas Gerais. Apesar de diversas disciplinas abordarem a temática, existe um campo ainda inexplorado no Direito que trate das resistências à mineração, especialmente, aquelas associadas à categoria do gênero. Desse modo, a pesquisa contribui para uma discussão interdisciplinar. As principais bases teóricas utilizadas foram a ecologia política, o ecofeminismo e o direito ao território. A ecologia política se ocupa do estudo das relações de poder entre seres humanos, bem como a relação com outros seres e os recursos naturais. O ecofeminismo é um movimento social e corrente teórica que propõe a articulação entre ecologismo e feminismo e tem como horizonte a justiça social e ecológica. Esta pesquisa tensiona o conceito de território predominante no Direito, e propõe, para além da análise do aspecto físico, a consideração das dimensões de atribuição de sentidos e a linguagem de valoração. Para compreender o contexto do território em disputa, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre o Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, a Serra do Gandarela e o subdistrito de André do Mato Dentro. Além disso, foi feita pesquisa empírica, com atividades virtuais e encontros presenciais, sendo utilizada para a coleta de dados a técnica da conversação, com enfoque em quatro mulheres envolvidas na luta pela defesa do território de André do Mato Dentro. A pesquisa buscou atender aos critérios de validação da pesquisa crítica engajada, quais sejam: autenticidade, plausibilidade, criticidade, reflexividade, mobilização da criatividade e da arte, além da validação social. Para tanto, o conhecimento foi construído de forma dialógica e compromissado com a mudança social. Depois de realizadas as conversações, as respectivas gravações foram transcritas, com a posterior análise de conversação. A conclusão a que se chega é de que as mulheres resistem à mineração a partir da sua existência e permanência no território, da agroecologia, da docência, do cuidado e da atuação em movimentos. Além disso, o conhecimento produzido junto às mulheres demonstrou que elas defendem o seu direito coletivo ao território e os diferentes modos de vida possíveis. Portanto, a hipótese de que existem resistências e fissuras ao modelo hegemônico foram confirmadas, bem como foi constatado o protagonismo feminino nessas lutas.
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spelling André Luiz Freitas Diashttp://lattes.cnpq.br/1213394331702092Maria Fernanda Salcedo RepolêsRebecca Forattini Lemos Igrejahttp://lattes.cnpq.br/4743839928811568Victória Veloso Faraco2022-12-06T15:23:01Z2022-12-06T15:23:01Z2022-08-19http://hdl.handle.net/1843/47773A dissertação tem como tema-problema o monopólio da existência, que impõe um pensamento único, a monocultura da mente e a homogeneização das diferenças em territórios afetados pela mineração. O objetivo é compreender como mulheres resistem à mineração em André do Mato Dentro, subdistrito de Santa Bárbara, Minas Gerais. Apesar de diversas disciplinas abordarem a temática, existe um campo ainda inexplorado no Direito que trate das resistências à mineração, especialmente, aquelas associadas à categoria do gênero. Desse modo, a pesquisa contribui para uma discussão interdisciplinar. As principais bases teóricas utilizadas foram a ecologia política, o ecofeminismo e o direito ao território. A ecologia política se ocupa do estudo das relações de poder entre seres humanos, bem como a relação com outros seres e os recursos naturais. O ecofeminismo é um movimento social e corrente teórica que propõe a articulação entre ecologismo e feminismo e tem como horizonte a justiça social e ecológica. Esta pesquisa tensiona o conceito de território predominante no Direito, e propõe, para além da análise do aspecto físico, a consideração das dimensões de atribuição de sentidos e a linguagem de valoração. Para compreender o contexto do território em disputa, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre o Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, a Serra do Gandarela e o subdistrito de André do Mato Dentro. Além disso, foi feita pesquisa empírica, com atividades virtuais e encontros presenciais, sendo utilizada para a coleta de dados a técnica da conversação, com enfoque em quatro mulheres envolvidas na luta pela defesa do território de André do Mato Dentro. A pesquisa buscou atender aos critérios de validação da pesquisa crítica engajada, quais sejam: autenticidade, plausibilidade, criticidade, reflexividade, mobilização da criatividade e da arte, além da validação social. Para tanto, o conhecimento foi construído de forma dialógica e compromissado com a mudança social. Depois de realizadas as conversações, as respectivas gravações foram transcritas, com a posterior análise de conversação. A conclusão a que se chega é de que as mulheres resistem à mineração a partir da sua existência e permanência no território, da agroecologia, da docência, do cuidado e da atuação em movimentos. Além disso, o conhecimento produzido junto às mulheres demonstrou que elas defendem o seu direito coletivo ao território e os diferentes modos de vida possíveis. Portanto, a hipótese de que existem resistências e fissuras ao modelo hegemônico foram confirmadas, bem como foi constatado o protagonismo feminino nessas lutas.This thesis subject is the monopoly of existence, which imposes a single thought, the monoculture of the mind, and the homogenization of differences in territories affected by mining. The objective is to understand how women resist mining in André do Mato Dentro, a subdistrict of Santa Barbara, Minas Gerais. Although several disciplines approach the matter, there is a still unexplored field in Law that deals with resistance to mining, especially associated with the gender category. Thus, this research is contributes to an interdisciplinary discussion. The main theoretical bases used were political ecology, ecofeminism, and the right to territory. Political ecology is concerned with the study of power relations between human beings, as well as the relationship with other beings and natural resources. Ecofeminism is a social movement and a theoretical current that proposes the articulation between ecology and feminism and has social and ecological justice as its horizon. This research tensions the concept of territory predominant in Law, and proposes, beyond the analysis of the physical aspect, the consideration of the dimensions of meaning attribution and the language of valuation. In order to understand the context of the territory in dispute, bibliographic research was carried out about the Iron Quadrangle, the Gandarela Mountains and the André do Mato Dentro subdistrict. In addition, empirical research was carried out, with virtual activities and face-to-face meetings, in which the technique of conversation was used for data collection, focusing on four women involved in the struggle for the defense of the André do Mato Dentro territory. The research sought to meet the validation criteria of critical engaged research, which are: authenticity, plausibility, criticality, reflexivity, mobilization of creativity and art, and social validation. To this end, knowledge was constructed dialogically and with a commitment to social change. After the conversations were held, the respective recordings were transcribed, and a conversation analysis was performed. The conclusion reached is that women resist mining through their existence and permanence in the territory, through agroecology, through teaching, through care, and through their participation in movements. Moreover, the knowledge produced with the women showed that they defend their collective right to the territory and the different possible ways of life. Therefore, the hypothesis that there are resistances and fissures to the hegemonic model was confirmed, as well as the female protagonism in these struggles.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITODireitos humanosMulheresMineração - Minas GeraisMeio ambienteResistênciaMineraçãoDireito ao territórioPesquisa empíricaMulheresMulheres na defesa de territórios afetados pela mineração: trajetórias de vida em André do Mato DentroWomen in the defense of territories affected by mining: life trajectories in André do Mato Dentroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALFARACO, Victória (dissertação)_depósito (1).pdfFARACO, Victória (dissertação)_depósito (1).pdfDissertação Victória Faracoapplication/pdf6587948https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47773/3/FARACO%2c%20Vict%c3%b3ria%20%28disserta%c3%a7%c3%a3o%29_dep%c3%b3sito%20%281%29.pdfc326de0ba8a112495f0027bdae823f72MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47773/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/477732022-12-06 12:23:02.042oai:repositorio.ufmg.br:1843/47773TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-12-06T15:23:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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