Comparação morfofuncional entre a espermatogênese e a biologia espermatogonial de dois primatas: homem e sagui

• Autor(a) principal: André Lucas Caldeira Brant de Oliveira
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33845
• topic: Biologia Celular; Biologia Celular; Espermatogênese; Espermatogônias; Callitrichinae

Estudos que avaliam a função testicular no homem em condições normais, patológicas ou experimentais utilizam, na maioria das vezes, roedores de laboratório como forma indireta de verificar os efeitos daquelas condições sobre o testículo humano. Primatas do Novo Mundo, principalmente os saguis Callithrix sp., vem sendo cada vez mais utilizados para avaliação das funções testiculares como procedimento preliminar àqueles com os humanos. No entanto, apesar da proximidade filogenética com o homem, nenhum estudo determinou o quanto os processos espermatogênicos entre estas duas espécies são similares e se podem ser comparados com confiança. Tendo isto em mente, o objetivo do presente trabalho foi comparar parâmetros morfológicos e funcionais da espermatogênese no homem com os do sagui para verificar se esta espécie pode ser considerada um modelo experimental adequado. Para este fim, amostras testiculares de quatro pacientes humanos e de cinco saguis foram processadas conforme protocolo de microscopia de luz de alta resolução. Após a adaptação do ciclo do epitélio seminífero do sagui de nove para seis estádios, observamos que, mesmo possuindo uma geração espermatogonial a mais, a morfologia das espermatogônias do sagui foi similar à do homem. Em termos do processo espermatogênico, foi observado que as associações celulares presentes nos seis estádios do ciclo do epitélio seminífero, suas frequências e os índices da espermatogênese (mitótico, meiótico, capacidade de suporte das células de Sertoli e eficiência da espermatogênese) também foram similares em ambas as espécies. Verificou-se que as espermatogônias indiferenciadas Aescuras de ambas as espécies possuem dois subtipos, uma com presença e outra com ausência de vacúolos nucleares. Aquelas com vacúolos se posicionam em regiões específicas com proximidade de vasos sanguíneos, demonstrando, pela primeira vez, a presença de nicho espermatogonial no homem. Os poucos parâmetros morfométricos que diferiram entre o homem e o sagui foram devido ao número diferente de gerações espermatogoniais (Aescura, Aclara e B no homem e Aescura, Aclara, B1 e B2 no sagui), o que não impede a comparação entre eles. Considerando a similaridade entre a espermatogênese e a biologia espermatogonial de ambos os primatas, demonstramos que o sagui possa ser utilizado como um modelo experimental mais adequado para estudos científicos que visam compreender a biologia testicular humana