A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Denise Marques Bahia
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8JANZ4
Resumo: Esta tese tem por objeto a construção política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte, no período de 1940-1945, e investiga as condições políticas e sócio-históricas em que se desenvolveu, no âmbito local e nacional, o processo constitutivo das noções de identidade, memória e patrimônio cultural e da consolidação da arquitetura moderna brasileira (1917-1945), a partir da análise crítica e interpretativa de dois eventos significativos e sincrônicos na experiência da cidade: a criação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e do Museu Histórico de Belo Horizonte, na gestão municipal de Juscelino Kubitschek. O ideário do modernismo, movimento cultural surgido na década de 1920, fundamentou a construção do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro (1936-1943), um dos marcos inaugurais da arquitetura moderna brasileira, e a implementação do então SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, em 1937, durante o Estado Novo, bem como a criação e construção simultânea da Pampulha (1942- 1943) e do então chamado Museu Histórico de Belo Horizonte (1941-1943). Essas ações apontam para uma estratégia comum de operar com uma dupla temporalidade, dentro de um projeto de modernização, nos âmbitos local e nacional, o que requer um exame crítico. No caso de Belo Horizonte, no projeto político desenvolvimentista empreendido por Kubitschek temos, por um lado, a construção do futuro, expandindo a cidade para o norte e criando um complexo de turismo e lazer, com uma nova linguagem arquitetônica criada por Oscar Niemeyer para expressar essa modernidade e, por outro, a construção do passado, mediante a criação de um lugar de memória urbana, sediado num casarão remanescente do antigo Curral del Rei, povoado que deu lugar à capital republicana planejada em fins do século XIX. Essa dupla temporalidade nos permite definir o tempo da modernização de Belo Horizonte como tempo histórico, na medida em que a dimensão temporal do passado entra em relação de reciprocidade contínua com a dimensão temporal do futuro. Nesta perspectiva, investigam-se a arquitetura da Pampulha e a criação do Museu Histórico como construção social e política e como formas de expressão que dão visibilidade ao tempo histórico. A modernizacão da cidade é analisada com relação a suas afinidades e tensões com o processo de formação da nação e do Estado no governo de Getúlio Vargas (1937-1945). Nesta perspectiva, a tese aborda as relações entre o Estado e os principais atores do campo arquitetônico, naquele período, para iluminar a construção política e cultural do tempo e o significado identitário e histórico da arquitetura e das instituições de memória na modernização de Belo Horizonte na década de 1940.
id UFMG_dd99c12305c8faf6019a5586cc8ec85f
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8JANZ4
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Adalgisa Arantes CamposTito Flávio Rodrigues AguiarAltino Barbosa CaldeiraJose Carlos ReisCelina Borges LemosDenise Marques Bahia2019-08-10T14:42:22Z2019-08-10T14:42:22Z2011-05-19http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8JANZ4Esta tese tem por objeto a construção política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte, no período de 1940-1945, e investiga as condições políticas e sócio-históricas em que se desenvolveu, no âmbito local e nacional, o processo constitutivo das noções de identidade, memória e patrimônio cultural e da consolidação da arquitetura moderna brasileira (1917-1945), a partir da análise crítica e interpretativa de dois eventos significativos e sincrônicos na experiência da cidade: a criação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e do Museu Histórico de Belo Horizonte, na gestão municipal de Juscelino Kubitschek. O ideário do modernismo, movimento cultural surgido na década de 1920, fundamentou a construção do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro (1936-1943), um dos marcos inaugurais da arquitetura moderna brasileira, e a implementação do então SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, em 1937, durante o Estado Novo, bem como a criação e construção simultânea da Pampulha (1942- 1943) e do então chamado Museu Histórico de Belo Horizonte (1941-1943). Essas ações apontam para uma estratégia comum de operar com uma dupla temporalidade, dentro de um projeto de modernização, nos âmbitos local e nacional, o que requer um exame crítico. No caso de Belo Horizonte, no projeto político desenvolvimentista empreendido por Kubitschek temos, por um lado, a construção do futuro, expandindo a cidade para o norte e criando um complexo de turismo e lazer, com uma nova linguagem arquitetônica criada por Oscar Niemeyer para expressar essa modernidade e, por outro, a construção do passado, mediante a criação de um lugar de memória urbana, sediado num casarão remanescente do antigo Curral del Rei, povoado que deu lugar à capital republicana planejada em fins do século XIX. Essa dupla temporalidade nos permite definir o tempo da modernização de Belo Horizonte como tempo histórico, na medida em que a dimensão temporal do passado entra em relação de reciprocidade contínua com a dimensão temporal do futuro. Nesta perspectiva, investigam-se a arquitetura da Pampulha e a criação do Museu Histórico como construção social e política e como formas de expressão que dão visibilidade ao tempo histórico. A modernizacão da cidade é analisada com relação a suas afinidades e tensões com o processo de formação da nação e do Estado no governo de Getúlio Vargas (1937-1945). Nesta perspectiva, a tese aborda as relações entre o Estado e os principais atores do campo arquitetônico, naquele período, para iluminar a construção política e cultural do tempo e o significado identitário e histórico da arquitetura e das instituições de memória na modernização de Belo Horizonte na década de 1940.The subject matter of this thesis is the political and cultural construction of historical time in the process of modernization of Belo Horizonte, from 1940-1945. The work investigates the political and socio-historical conditions, both at the local and national levels, of the constructive process of the notions of identity, memory and cultural heritage, and of the consolidation of the Brazilian modern architecture (1917-1945). It departs from the critical and interpretative analysis of two contemporaneous events which were significant to the citys experience: the conception of the Pampulha Architectural Complex and of the Historical Museum of Belo Horizonte, under the municipal government office of Juscelino Kubitschek. According to the modernist ideas, a cultural movement from the 1920s, the Ministry of Education in Rio de Janeiro (1936-1943), one of the inaugural landmarks of the Brazilian modern architecture, and the SPHAN, National Artistic Historical Heritage Service, in 1937, during the Estado Novo, were established as well the simultaneous creation and construction and of Pampulha (1942-1943) and the Historical Museum, in Belo Horizonte (1941-1943). These political actions suggest a common strategy of working with a dual temporality within a project of modernization at the local and national levels, which calls for a critical examination. In the case of Belo Horizonte, within the developmentist political project undertaken by Kubitschek, there is, at the one hand, the construction of the future, expanding the city towards its north side, and creating a complex of tourism and leisure, with a new architectural repertoire created by Oscar Niemeyer to express such modernity and, on the other hand, the construction of the past, through the conception of a place in the urban memory, based in a old mansion from Curral Del Rei, the village which has become the new republican capital planned in the end of the XIX century. Such dual temporality allows us to define the time of modernization of Belo Horizonte as historical time to the extent that the temporal dimension of the past engages in a continuous relation of reciprocity with the temporal dimension of the future. In this perspective, we investigate the architecture of Pampulha and the creation of the Historical Museum as social and political construction and as forms of expression which ultimately give visibility to the historical time. The modernization of the city is analysed with regard to its affinities and tensions with the process of formation of the nation and of State, during the office of the late president Getúlio Vargas. Hence, the thesis assesses, in that period, the relationship between the State and the main actors of the architectural field to shed light on the understanding of the political and cultural construction of time and the meaning in terms of identity and history of the architecture and the heritage institutions in the modernization of Belo Horizonte in the 1940s.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGArquitetura e sociedadeBelo Horizonte (MG) HistóriaHistóriaArquitetura modernaModernização de Belo HorizonteArquitetura e políticaArquitetura modernaHistória culturalA arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALpr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdfapplication/pdf122855https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/1/pr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf06091e90fa41a73e5180a1ef4691bde1MD51tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdfapplication/pdf6000283https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/2/tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdfdd82b166603a68fa2e6fd64de696c438MD52TEXTpr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf.txtpr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf.txtExtracted texttext/plain24439https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/3/pr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf.txt51c87a55a8eed9ba10afe51536d7b733MD53tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdf.txttese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdf.txtExtracted texttext/plain380917https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/4/tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdf.txt9ebab76e067eb2201f1970cb9ceb2737MD541843/BUOS-8JANZ42019-11-14 03:16:46.963oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8JANZ4Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:16:46Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
title A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
spellingShingle A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
Denise Marques Bahia
Modernização de Belo Horizonte
Arquitetura e política
Arquitetura moderna
História cultural
Arquitetura e sociedade
Belo Horizonte (MG) História
História
Arquitetura moderna
title_short A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
title_full A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
title_fullStr A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
title_full_unstemmed A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
title_sort A arquitetura política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte (1940-1945)
author Denise Marques Bahia
author_facet Denise Marques Bahia
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Adalgisa Arantes Campos
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Tito Flávio Rodrigues Aguiar
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Altino Barbosa Caldeira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Jose Carlos Reis
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Celina Borges Lemos
dc.contributor.author.fl_str_mv Denise Marques Bahia
contributor_str_mv Adalgisa Arantes Campos
Tito Flávio Rodrigues Aguiar
Altino Barbosa Caldeira
Jose Carlos Reis
Celina Borges Lemos
dc.subject.por.fl_str_mv Modernização de Belo Horizonte
Arquitetura e política
Arquitetura moderna
História cultural
topic Modernização de Belo Horizonte
Arquitetura e política
Arquitetura moderna
História cultural
Arquitetura e sociedade
Belo Horizonte (MG) História
História
Arquitetura moderna
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Arquitetura e sociedade
Belo Horizonte (MG) História
História
Arquitetura moderna
description Esta tese tem por objeto a construção política e cultural do tempo histórico na modernização de Belo Horizonte, no período de 1940-1945, e investiga as condições políticas e sócio-históricas em que se desenvolveu, no âmbito local e nacional, o processo constitutivo das noções de identidade, memória e patrimônio cultural e da consolidação da arquitetura moderna brasileira (1917-1945), a partir da análise crítica e interpretativa de dois eventos significativos e sincrônicos na experiência da cidade: a criação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha e do Museu Histórico de Belo Horizonte, na gestão municipal de Juscelino Kubitschek. O ideário do modernismo, movimento cultural surgido na década de 1920, fundamentou a construção do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro (1936-1943), um dos marcos inaugurais da arquitetura moderna brasileira, e a implementação do então SPHAN, Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, em 1937, durante o Estado Novo, bem como a criação e construção simultânea da Pampulha (1942- 1943) e do então chamado Museu Histórico de Belo Horizonte (1941-1943). Essas ações apontam para uma estratégia comum de operar com uma dupla temporalidade, dentro de um projeto de modernização, nos âmbitos local e nacional, o que requer um exame crítico. No caso de Belo Horizonte, no projeto político desenvolvimentista empreendido por Kubitschek temos, por um lado, a construção do futuro, expandindo a cidade para o norte e criando um complexo de turismo e lazer, com uma nova linguagem arquitetônica criada por Oscar Niemeyer para expressar essa modernidade e, por outro, a construção do passado, mediante a criação de um lugar de memória urbana, sediado num casarão remanescente do antigo Curral del Rei, povoado que deu lugar à capital republicana planejada em fins do século XIX. Essa dupla temporalidade nos permite definir o tempo da modernização de Belo Horizonte como tempo histórico, na medida em que a dimensão temporal do passado entra em relação de reciprocidade contínua com a dimensão temporal do futuro. Nesta perspectiva, investigam-se a arquitetura da Pampulha e a criação do Museu Histórico como construção social e política e como formas de expressão que dão visibilidade ao tempo histórico. A modernizacão da cidade é analisada com relação a suas afinidades e tensões com o processo de formação da nação e do Estado no governo de Getúlio Vargas (1937-1945). Nesta perspectiva, a tese aborda as relações entre o Estado e os principais atores do campo arquitetônico, naquele período, para iluminar a construção política e cultural do tempo e o significado identitário e histórico da arquitetura e das instituições de memória na modernização de Belo Horizonte na década de 1940.
publishDate 2011
dc.date.issued.fl_str_mv 2011-05-19
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T14:42:22Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T14:42:22Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8JANZ4
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8JANZ4
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/1/pr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/2/tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/3/pr__texto_tese_denise_p_s_defesa__final___14.06.11.pdf.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8JANZ4/4/tese_denise_p_s_defesa_final___13.06.11.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 06091e90fa41a73e5180a1ef4691bde1
dd82b166603a68fa2e6fd64de696c438
51c87a55a8eed9ba10afe51536d7b733
9ebab76e067eb2201f1970cb9ceb2737
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676985436471296