Esse ambiente não é para todo mundo: as condições de inserção e de permanência de egressos/as da EJA no ensino superior público

• Autor(a) principal: Neilton Castro da Cruz
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AQQRM6
• topic: Trajetória; Suporte; Vida universitária; EJA; Sociologia educacional; Estereótipo (Psicologia); Educação; Universidades e faculdades; Educação de adultos

Esta pesquisa tem como objetivo central descrever e analisar em que medida se deu a inserção de egresso/a da EJA no Ensino Superior em instituição pública, de forma específica, em dois dos 24 Campi da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Nosso esforço centrou-se nanecessidade de compreender como foi construída a trajetória de cada sujeito, de modo a evidenciar os elementos constitutivos que atuaram em torno da inserção ao Ensino Superior e, sobretudo, da permanência. A pesquisa foi realizada à luz de sete conceitos teóricos, a saber:Ator Plural (Lahire); Da relação com a Escola e com o Saber; Sentido; Mobilização (Charlot) e Suporte (Martuccelli). Os dados foram obtidos por meio de entrevistas narrativas, realizadas com oito pessoas, sendo três do sexo masculino e cinco do feminino, de idade entre 24 e 48 anos, matriculadas em quatro diferentes cursos de licenciatura (História, Letras, Matemática e Pedagogia), da UNEB Campus X e XVIII. De início é possível afirmar que as trajetórias aqui analisadas, dadas as suas configurações, são distintas daquelas já apresentadas, em geral, pelaSociologia da Educação. Podemos destacar, como achado da pesquisa, o papel da socialização secundária, defendida por Lahire, como um conjunto de experiências potencialmente importante, pois, por meio delas, é possível a constituição de disposições, nesse caso, escolares.A investigação aponta que os sujeitos geralmente partem de um lugar de escassez de informações acerca da universidade, principalmente a respeito das regras do jogo acadêmico. No entanto, mostra como, apesar do fraco Capital Escolar adquirido anteriormente, eles têm seapropriado de estratégias e suportes para garantir a sua permanência na universidade. Ficou evidenciado que o sentido atribuído ao processo e, dessa forma a capacidade de mobilizaremse em torno do objetivo, potencializaram a entrada e a permanência desses sujeitos nos cursosaos quais se encontravam matriculados. Além disso, os dados afirmaram também que a condição de egresso/a da EJA não os torna inferiores aos/às demais estudantes, como sugere o senso comum.