Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mariangela Fernandes Pato
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3JW4
Resumo: Introdução: Apesar da redução da sua incidência nos países desenvolvidos, com consequente diminuição na prevalência da cardiopatia reumática crônica (CRC), a febre reumática (FR) permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. Afeta especialmente crianças e adultos jovens, com o risco do desenvolvimento de cardite, muitas vezes incapacitante, em fases precoces da vida, com elevado custo social e econômico. Objetivo: Verificar o impacto da cardiopatia reumática como fator determinante de internação hospitalar prolongada após cirurgia cardíaca no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Métodos: Este estudo incluiu todos os pacientes adultos (>18 anos) internados no HC/UFMG para cirurgia cardíaca eletiva ou urgência por toracotomia no período entre junho de 2010 a junho de 2011. Foram excluídos pacientes submetidos a transplante cardíaco ou implantação de dispositivos, incluindo o marcapasso. A evolução pós-operatória dos pacientes foi seguida até a alta hospitalar ou morte. O desfecho analisado foi internação hospitalar prolongada, definida como o tempo entre a cirurgia até a alta ou morte maior ou igual ao percentil 75 de cada cirurgia realizada. Resultados: Foram incluídos 164 pacientes, 32 eram portadores de cardiopatia reumática (20%). Estes pacientes eram mais jovens, faziam uso de menos medicações e possuíam menos comorbidades associadas que aos não reumáticos. As cirurgias realizadas foram: revascularização miocárdica (CRVM) (n=86), troca valvar (n=59), correção de comunicação intra-atrial (n=10), cirurgia combinada (CRVM com troca valvar) (n=7) e plastia valvar (n=2). Todos os pacientes reumáticos fizeram troca valvar, sendo que 63% deles já haviam realizado cirurgia cardíaca prévia. A internação foi prolongada em 41 pacientes, sendo 11 reumáticos. Na análise multivariada a febre reumática foi importante determinante de internação prolongada, independente da presença de endocardite infecciosa, duração da cirurgia, tempo de ventilação mecânica e pneumonia no pós-operatório. Conclusão: A febre reumática ainda é prevalente entre pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, e foi fator determinante da permanência hospitalar prolongada e do aumento da morbidade pós-operatória cardíaca.
id UFMG_e64f3c2ce53ca67942f0b8fc2bed6d3c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9C3JW4
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Maria do Carmo Pereira NunesClaudio Leo GelapeClaudio Leo GelapeTania Couto Machado ChiancaZilda Maria Alves MeiraMariangela Fernandes Pato2019-08-10T04:53:22Z2019-08-10T04:53:22Z2013-02-28http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3JW4Introdução: Apesar da redução da sua incidência nos países desenvolvidos, com consequente diminuição na prevalência da cardiopatia reumática crônica (CRC), a febre reumática (FR) permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. Afeta especialmente crianças e adultos jovens, com o risco do desenvolvimento de cardite, muitas vezes incapacitante, em fases precoces da vida, com elevado custo social e econômico. Objetivo: Verificar o impacto da cardiopatia reumática como fator determinante de internação hospitalar prolongada após cirurgia cardíaca no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Métodos: Este estudo incluiu todos os pacientes adultos (>18 anos) internados no HC/UFMG para cirurgia cardíaca eletiva ou urgência por toracotomia no período entre junho de 2010 a junho de 2011. Foram excluídos pacientes submetidos a transplante cardíaco ou implantação de dispositivos, incluindo o marcapasso. A evolução pós-operatória dos pacientes foi seguida até a alta hospitalar ou morte. O desfecho analisado foi internação hospitalar prolongada, definida como o tempo entre a cirurgia até a alta ou morte maior ou igual ao percentil 75 de cada cirurgia realizada. Resultados: Foram incluídos 164 pacientes, 32 eram portadores de cardiopatia reumática (20%). Estes pacientes eram mais jovens, faziam uso de menos medicações e possuíam menos comorbidades associadas que aos não reumáticos. As cirurgias realizadas foram: revascularização miocárdica (CRVM) (n=86), troca valvar (n=59), correção de comunicação intra-atrial (n=10), cirurgia combinada (CRVM com troca valvar) (n=7) e plastia valvar (n=2). Todos os pacientes reumáticos fizeram troca valvar, sendo que 63% deles já haviam realizado cirurgia cardíaca prévia. A internação foi prolongada em 41 pacientes, sendo 11 reumáticos. Na análise multivariada a febre reumática foi importante determinante de internação prolongada, independente da presença de endocardite infecciosa, duração da cirurgia, tempo de ventilação mecânica e pneumonia no pós-operatório. Conclusão: A febre reumática ainda é prevalente entre pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, e foi fator determinante da permanência hospitalar prolongada e do aumento da morbidade pós-operatória cardíaca.Background: Despite the reduction in the incidence of rheumatic fever (RF) in developed countries with consequent reduction in the prevalence of chronic rheumatic heart disease, RF remains a major public health problem, especially in developing countries. RF affects mainly children and young adults. The most severe manifestation is carditis, which leads to chronic disability in early stages of the life, resulting in high social and economic cost. Objective: To verify the impact of rheumatic heart disease as a determinant of prolonged hospitalization after cardiac surgery at Hospital das Clínicas of the Federal University of Minas Gerais (HC/UFMG). Methods: This study included consecutively and prospectively all adult patients (18 years or more) who were admitted at the HC/UFMG for elective or urgent cardiac surgery from June 2010 to June 2011. Heart transplant patients or implantation of devices, including the pacemaker, were not included. The postoperative evolution of patients was followed by the researcher until hospital discharge or death. The outcome of interest was prolonged length of stay, defined as a length of stay greater than or equal to the 75th percentile for length of stay for each operation, including the day of discharge. Results: A total of 164 patients were included, and rheumatic valve disease was present in 32 patients (20%). The rheumatic patients were younger, used fewer medications and had less associated comorbidities than the non-rheumatic patients. The types of cardiac surgeries performed were coronary artery bypass graft surgery (CABG) (n=86), valve replacement (n=59), atrial septal defect correction (n=10), combined surgery (CABG with valve replacement) (n=7), and mitral valve repair (n=2). All rheumatic patients had undergone to valve replacement and 63% of them had had cardiac surgery. Forty-one patients were computed as prolonged length of hospital stay; 11 (34%) patients with rheumatic and 30 (23%) non-rheumatic fever. In the multivariate analysis, RD remained an important predictor of prolonged hospitalization, independent of infective endocarditis, surgery duration, mechanical ventilation time, and postoperative pneumonia. Conclusion: Rheumatic fever is still prevalent among patients undergoing cardiac surgery, and was determining factor of prolonged hospital stay and increased postoperative morbidity.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFebre reumáticaTempo de internaçãoCardiopatia reumática/prevenção e controleAssistência de longa duraçãoCirurgia cardíacaCirurgia torácicaInquéritos demográficosPacientesFebre reumáticaInternação prolongadaCardiopatia reumática crônicaCirurgia cardíacaDeterminantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumáticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_final.pdfapplication/pdf1365139https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3JW4/1/tese_final.pdf13366239aa925e4a905c33802d110496MD51TEXTtese_final.pdf.txttese_final.pdf.txtExtracted texttext/plain73362https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3JW4/2/tese_final.pdf.txtdb1bcc8d340925dc35f85814fc52727dMD521843/BUBD-9C3JW42019-11-14 07:51:00.653oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9C3JW4Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
title Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
spellingShingle Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
Mariangela Fernandes Pato
Febre reumática
Internação prolongada
Cardiopatia reumática crônica
Cirurgia cardíaca
Febre reumática
Tempo de internação
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Assistência de longa duração
Cirurgia cardíaca
Cirurgia torácica
Inquéritos demográficos
Pacientes
title_short Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
title_full Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
title_fullStr Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
title_full_unstemmed Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
title_sort Determinantes de internação prolongada após cirurgia cardíaca: impacto da cardiopatia reumática
author Mariangela Fernandes Pato
author_facet Mariangela Fernandes Pato
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria do Carmo Pereira Nunes
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Claudio Leo Gelape
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Claudio Leo Gelape
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Tania Couto Machado Chianca
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Zilda Maria Alves Meira
dc.contributor.author.fl_str_mv Mariangela Fernandes Pato
contributor_str_mv Maria do Carmo Pereira Nunes
Claudio Leo Gelape
Claudio Leo Gelape
Tania Couto Machado Chianca
Zilda Maria Alves Meira
dc.subject.por.fl_str_mv Febre reumática
Internação prolongada
Cardiopatia reumática crônica
Cirurgia cardíaca
topic Febre reumática
Internação prolongada
Cardiopatia reumática crônica
Cirurgia cardíaca
Febre reumática
Tempo de internação
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Assistência de longa duração
Cirurgia cardíaca
Cirurgia torácica
Inquéritos demográficos
Pacientes
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Febre reumática
Tempo de internação
Cardiopatia reumática/prevenção e controle
Assistência de longa duração
Cirurgia cardíaca
Cirurgia torácica
Inquéritos demográficos
Pacientes
description Introdução: Apesar da redução da sua incidência nos países desenvolvidos, com consequente diminuição na prevalência da cardiopatia reumática crônica (CRC), a febre reumática (FR) permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. Afeta especialmente crianças e adultos jovens, com o risco do desenvolvimento de cardite, muitas vezes incapacitante, em fases precoces da vida, com elevado custo social e econômico. Objetivo: Verificar o impacto da cardiopatia reumática como fator determinante de internação hospitalar prolongada após cirurgia cardíaca no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Métodos: Este estudo incluiu todos os pacientes adultos (>18 anos) internados no HC/UFMG para cirurgia cardíaca eletiva ou urgência por toracotomia no período entre junho de 2010 a junho de 2011. Foram excluídos pacientes submetidos a transplante cardíaco ou implantação de dispositivos, incluindo o marcapasso. A evolução pós-operatória dos pacientes foi seguida até a alta hospitalar ou morte. O desfecho analisado foi internação hospitalar prolongada, definida como o tempo entre a cirurgia até a alta ou morte maior ou igual ao percentil 75 de cada cirurgia realizada. Resultados: Foram incluídos 164 pacientes, 32 eram portadores de cardiopatia reumática (20%). Estes pacientes eram mais jovens, faziam uso de menos medicações e possuíam menos comorbidades associadas que aos não reumáticos. As cirurgias realizadas foram: revascularização miocárdica (CRVM) (n=86), troca valvar (n=59), correção de comunicação intra-atrial (n=10), cirurgia combinada (CRVM com troca valvar) (n=7) e plastia valvar (n=2). Todos os pacientes reumáticos fizeram troca valvar, sendo que 63% deles já haviam realizado cirurgia cardíaca prévia. A internação foi prolongada em 41 pacientes, sendo 11 reumáticos. Na análise multivariada a febre reumática foi importante determinante de internação prolongada, independente da presença de endocardite infecciosa, duração da cirurgia, tempo de ventilação mecânica e pneumonia no pós-operatório. Conclusão: A febre reumática ainda é prevalente entre pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, e foi fator determinante da permanência hospitalar prolongada e do aumento da morbidade pós-operatória cardíaca.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-02-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T04:53:22Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T04:53:22Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3JW4
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9C3JW4
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3JW4/1/tese_final.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C3JW4/2/tese_final.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 13366239aa925e4a905c33802d110496
db1bcc8d340925dc35f85814fc52727d
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589348106436608