Leitura nas interfaces gráficas de computador: compreendendo a gramática da interface
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/LETR-8SVRW6 |
Resumo: | A leitura das interfaces gráficas de computador, que utiliza rede interdisciplinar de estudos sobre texto, design, leitura e cognição para conhecer estratégias de construção de sentido e de textualização (COSTA VAL, 2000, 2004) nos ambientes digitais é o objeto desta pesquisa. Concebemos a interface como um texto, ponto de contato entre os autores (designers, programadores, etc.) e os leitores (usuários), e partimos da hipótese de que a compreensão das marcas relativamente estáveis desses textos e da gramática subjacente a esse gênero facilita o trânsito pela interface e auxilia na compreensão dadinâmica que rege esse sistema semiótico. Escolhemos como sujeitos da pesquisa quatro estudantes recém ingressos na universidade, com pouca vivência em informática e em práticas letradas mediadas pelos computadores. Realizamos testes de leitura a partir dos quais os estudantes deveriam desenvolver tarefas nos programas Power Pointe Paint, baseadas em modelos impressos. Esses testes deram origem a protocolos verbais, os quais foram analisados à luz do Modelo Reestruturado de leitura (COSCARELLI, 1999) e da teoria da Mescla Conceptual (FAUCONNIER, TURNER, 2002). Com o modelo reestruturado, buscamos subsídios teóricos para lidar com os domíniosde leitura acionados durante as atividades no computador. Articulando conceitos sobre usabilidade (TALIN, 1998; NIELSEN, 2005; TOGNAZZINI, 2003) e legibilidade (COSCARELLI, 1999; LIBERATO, FULGÊNCIO, 2004, 2007), elencamos certas características das interfaces (textualidade) que favorecem sua textualização, noreconhecimento de unidades (acesso aos ícones), no domínio sintático (seqüências de navegação) e no domínio semântico (complementações referenciais a partir de analogias, metáforas, generalizações, julgamentos, entre outros). A teoria da mesclagem permitiu-nos conhecer operações cognitivas de alto nível realizadas por processosreferenciais de ativação de espaços mentais, mapeamentos, projeções, complementações e compressões de relações vitais (Categoria, Propriedade, Analogia, Identidade, Similaridade, Referência). Foi-nos possível desconstruir certas características típicas das interfaces e suas variações entre os programas, como as diferenças no tratamento deobjetos distintos (texto, figura, caixa de texto, etc.) e perceber a ificuldade dos usuários para compreender essas diferenças, fazer Analogias entre esses objetos, entendê-los como Categorias de Propriedades complexas, mas distintas. A leitura na interface, concluímos, não depende apenas do reconhecimento dos ícones e outros elementosgráficos, mas da integração de diversos elementos formais que compõe sua complexa e coerente dinâmica organizacional. É preciso, para ler as interfaces e utilizar o computador, a construção de um conhecimento que envolve conceitos muitas vezes completamente diferentes de outras práticas letradas e de outros textos e suportes. A habilidade para elencar e integrar esses conceitos, recorrendo de forma criteriosa e coerente a estruturas conceptuais mais estáveis, tanto sobre interfaces quanto em relação a uma idéia mais ampla sobre informática, facilita as operações no computador. Nesse sentido, quanto mais conhecimentos o usuário dispõe e articula, quanto menos pré-conceitos do senso comum ele faz emergir na mescla, mais seguro ele vai estar para criar e testar hipóteses, fazendo as conexões necessárias para realizar suas tarefas. |
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Carla Viana CoscarelliAna Elisa Ferreira RibeiroMaria Luiza Goncalves Aragao da Cunha LimaAna Elisa Costa Novais2019-08-10T11:09:22Z2019-08-10T11:09:22Z2009-11-05http://hdl.handle.net/1843/LETR-8SVRW6A leitura das interfaces gráficas de computador, que utiliza rede interdisciplinar de estudos sobre texto, design, leitura e cognição para conhecer estratégias de construção de sentido e de textualização (COSTA VAL, 2000, 2004) nos ambientes digitais é o objeto desta pesquisa. Concebemos a interface como um texto, ponto de contato entre os autores (designers, programadores, etc.) e os leitores (usuários), e partimos da hipótese de que a compreensão das marcas relativamente estáveis desses textos e da gramática subjacente a esse gênero facilita o trânsito pela interface e auxilia na compreensão dadinâmica que rege esse sistema semiótico. Escolhemos como sujeitos da pesquisa quatro estudantes recém ingressos na universidade, com pouca vivência em informática e em práticas letradas mediadas pelos computadores. Realizamos testes de leitura a partir dos quais os estudantes deveriam desenvolver tarefas nos programas Power Pointe Paint, baseadas em modelos impressos. Esses testes deram origem a protocolos verbais, os quais foram analisados à luz do Modelo Reestruturado de leitura (COSCARELLI, 1999) e da teoria da Mescla Conceptual (FAUCONNIER, TURNER, 2002). Com o modelo reestruturado, buscamos subsídios teóricos para lidar com os domíniosde leitura acionados durante as atividades no computador. Articulando conceitos sobre usabilidade (TALIN, 1998; NIELSEN, 2005; TOGNAZZINI, 2003) e legibilidade (COSCARELLI, 1999; LIBERATO, FULGÊNCIO, 2004, 2007), elencamos certas características das interfaces (textualidade) que favorecem sua textualização, noreconhecimento de unidades (acesso aos ícones), no domínio sintático (seqüências de navegação) e no domínio semântico (complementações referenciais a partir de analogias, metáforas, generalizações, julgamentos, entre outros). A teoria da mesclagem permitiu-nos conhecer operações cognitivas de alto nível realizadas por processosreferenciais de ativação de espaços mentais, mapeamentos, projeções, complementações e compressões de relações vitais (Categoria, Propriedade, Analogia, Identidade, Similaridade, Referência). Foi-nos possível desconstruir certas características típicas das interfaces e suas variações entre os programas, como as diferenças no tratamento deobjetos distintos (texto, figura, caixa de texto, etc.) e perceber a ificuldade dos usuários para compreender essas diferenças, fazer Analogias entre esses objetos, entendê-los como Categorias de Propriedades complexas, mas distintas. A leitura na interface, concluímos, não depende apenas do reconhecimento dos ícones e outros elementosgráficos, mas da integração de diversos elementos formais que compõe sua complexa e coerente dinâmica organizacional. É preciso, para ler as interfaces e utilizar o computador, a construção de um conhecimento que envolve conceitos muitas vezes completamente diferentes de outras práticas letradas e de outros textos e suportes. A habilidade para elencar e integrar esses conceitos, recorrendo de forma criteriosa e coerente a estruturas conceptuais mais estáveis, tanto sobre interfaces quanto em relação a uma idéia mais ampla sobre informática, facilita as operações no computador. Nesse sentido, quanto mais conhecimentos o usuário dispõe e articula, quanto menos pré-conceitos do senso comum ele faz emergir na mescla, mais seguro ele vai estar para criar e testar hipóteses, fazendo as conexões necessárias para realizar suas tarefas.Reading the computer graphical Interface which uses an interdisciplinary net of studies about text, design, reading and cognition in order to depict both constructions of meaning and textualization strategies is the object of this study. We have understood interface as a text, a point of contact between the author/designer and the reader/userbased on the hypotheses that both, the understanding of the relatively stable marks of those texts and the grammar that underlies that kind of genre, facilitate the transit within the interface and help to understand the dynamics that rules such semiotic system. We have chosen four students having little experience in both computing and readingpractices on computers as the object of this study. Reading tests from which the students would develop tasks on Power Point and Paint based on printed patterns were made. Those tests generated verbal protocols which were analyzed according to both the Restructured Model of reading (COSCARELLI, 1999) and the Conceptual Blending theory (FAUCONNIER, TURNER, 2002). With the restructured model in hands, we searched for theoretical support in order to deal with the domains of reading which had been activated when the tasks on computer were in progress. By articulating concepts on usability and readability, we have cast some features of the interfaces (textuality) that favor its own textualization unity recognition (access to the icons), syntacticdomain (sequence of browsing) and semantic domain (complementary reference from analogies, metaphors, generalizations, judgments, among others). Blending theory gave us the chance to know the high level cognitive operations aroused by reference processes of mental spaces activating, mapping, projections, complementation andcompressions of vital relationship (Category, Property, Analogy, Identity, Similarity, and Reference). It was possible to deconstruct some typical features of the interfaces and their variation among the programs, like differences on treating distinct objects (text, picture, textbox, and so on) and notice the difficulty faced by the users to understand them, make analogies among those objects, and understand them not only asComplex Categories of Property, but as distinct ones as well. Reading Interfaces, we conclude, depend not only on recognizing icons and other graphic elements, but also on the integration of several formal elements that make up its complex and coherent organizational dynamics. In order to read the interfaces and use the computer, it is necessary the construction of a knowledge that evolves concepts completely differentfrom both literate practices and texts, and supports. The skill to cast and integrate those concepts, by making use of standard conceptual structures and more stable and coherent interfaces as much as to an ampler idea of computing, facilitates operations on computer. In this sense, the more the user disposes and articulates knowledge, the lesspreconceptions of the common sense he/she raises from the blending, more confident to create and test hypotheses he/she feels to make the required connections in order to accomplish his/her tasks.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüísticaLeituraSistemas de hipermidiaInterfaces gráficas de usuário (Sistema de computador)Gêneros textuaisTextualidadeEnsino auxiliado por computadorCogniçãoLingüística textualLeituraMesclas ConceptuaisTextualidadeCogniçãoUsabilidadeLeitura nas interfaces gráficas de computador: compreendendo a gramática da interfaceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1138m.pdfapplication/pdf4404241https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8SVRW6/1/1138m.pdfa2afeef2ae1f35e57f44b2fb70dbdc68MD51TEXT1138m.pdf.txt1138m.pdf.txtExtracted texttext/plain548308https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8SVRW6/2/1138m.pdf.txte60f97d2fe6c07dcef6ceacd1a3679bcMD521843/LETR-8SVRW62019-11-14 11:37:17.285oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8SVRW6Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:37:17Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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A leitura das interfaces gráficas de computador, que utiliza rede interdisciplinar de estudos sobre texto, design, leitura e cognição para conhecer estratégias de construção de sentido e de textualização (COSTA VAL, 2000, 2004) nos ambientes digitais é o objeto desta pesquisa. Concebemos a interface como um texto, ponto de contato entre os autores (designers, programadores, etc.) e os leitores (usuários), e partimos da hipótese de que a compreensão das marcas relativamente estáveis desses textos e da gramática subjacente a esse gênero facilita o trânsito pela interface e auxilia na compreensão dadinâmica que rege esse sistema semiótico. Escolhemos como sujeitos da pesquisa quatro estudantes recém ingressos na universidade, com pouca vivência em informática e em práticas letradas mediadas pelos computadores. Realizamos testes de leitura a partir dos quais os estudantes deveriam desenvolver tarefas nos programas Power Pointe Paint, baseadas em modelos impressos. Esses testes deram origem a protocolos verbais, os quais foram analisados à luz do Modelo Reestruturado de leitura (COSCARELLI, 1999) e da teoria da Mescla Conceptual (FAUCONNIER, TURNER, 2002). Com o modelo reestruturado, buscamos subsídios teóricos para lidar com os domíniosde leitura acionados durante as atividades no computador. Articulando conceitos sobre usabilidade (TALIN, 1998; NIELSEN, 2005; TOGNAZZINI, 2003) e legibilidade (COSCARELLI, 1999; LIBERATO, FULGÊNCIO, 2004, 2007), elencamos certas características das interfaces (textualidade) que favorecem sua textualização, noreconhecimento de unidades (acesso aos ícones), no domínio sintático (seqüências de navegação) e no domínio semântico (complementações referenciais a partir de analogias, metáforas, generalizações, julgamentos, entre outros). A teoria da mesclagem permitiu-nos conhecer operações cognitivas de alto nível realizadas por processosreferenciais de ativação de espaços mentais, mapeamentos, projeções, complementações e compressões de relações vitais (Categoria, Propriedade, Analogia, Identidade, Similaridade, Referência). Foi-nos possível desconstruir certas características típicas das interfaces e suas variações entre os programas, como as diferenças no tratamento deobjetos distintos (texto, figura, caixa de texto, etc.) e perceber a ificuldade dos usuários para compreender essas diferenças, fazer Analogias entre esses objetos, entendê-los como Categorias de Propriedades complexas, mas distintas. A leitura na interface, concluímos, não depende apenas do reconhecimento dos ícones e outros elementosgráficos, mas da integração de diversos elementos formais que compõe sua complexa e coerente dinâmica organizacional. É preciso, para ler as interfaces e utilizar o computador, a construção de um conhecimento que envolve conceitos muitas vezes completamente diferentes de outras práticas letradas e de outros textos e suportes. A habilidade para elencar e integrar esses conceitos, recorrendo de forma criteriosa e coerente a estruturas conceptuais mais estáveis, tanto sobre interfaces quanto em relação a uma idéia mais ampla sobre informática, facilita as operações no computador. Nesse sentido, quanto mais conhecimentos o usuário dispõe e articula, quanto menos pré-conceitos do senso comum ele faz emergir na mescla, mais seguro ele vai estar para criar e testar hipóteses, fazendo as conexões necessárias para realizar suas tarefas. |
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