Gênero, ciências e mídia : representações de mulheres cientistas entre estudantes do 2° ano do ensino médio em Belo Horizonte

• Autor(a) principal: Ana Carolina Corrieri Gomide
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/50261
• topic: Gênero; Ciências; Mídia; Estudos de recepção; Percepção pública da C&T; Feminismo; Sociologia - Teses; Ciência - Teses; Relações de gênero - Teses; Feminismo - Teses

O objetivo deste trabalho é identificar as representações de mulheres cientistas entre estudantes do 2º ano do ensino médio da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para isto, efetuamos quatro grupos focais em escolas públicas e privadas. A técnica de grupos focais foi adaptada para se inserir no campo de estudos de recepção, cuja intenção é investigar como os públicos constroem sentido a partir dos conteúdos midiáticos. A dinâmica dos grupos consistiu em passarmos excertos de programas televisivos (novela, desenho animado, merchandising, propaganda e reportagem) para fomentar os debates entre os participantes enquanto utilizávamos um roteiro semiestruturado para guiar as discussões. Para organizar e analisar o material colhido em campo, utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo. Como o escopo do trabalho é bastante amplo, utilizamos um referencial teórico igualmente abrangente. Para problematizar a situação das mulheres na ciência, buscamos trabalhos que se propuseram a analisar as desigualdades de gênero nas carreiras acadêmicas. Em seguida, buscamos na história e epistemologia feminista pistas das prováveis origens da exclusão das mulheres da ciência e suas respectivas explicações. Posteriormente, lançamos mão da literatura especializada sobre representações de cientistas entre crianças e adolescentes para melhor compreender o problema sobre o qual estávamos nos debruçando para, ao final, analisarmos o nosso material com o foco nas relações de gênero, poder, comunicação, entre outras. A análise dos nossos dados permitiu vislumbrar um cenário marcado por tensões e ambivalências: ao mesmo tempo em que as percepções dos jovens e das jovens ainda são pautadas por concepções vinculadas aos antigos modos de conceber a ciência e os papéis de gênero, descobrimos recombinações e mutações. As visões já não são tão monolíticas, isto é, as alunas e os alunos revelam olhares críticos e questionadores acerca das desigualdades de gênero, bem como acerca das mensagens midiáticas.