Política de cotas na pós-graduação: elaboração bottom-up e configurações resultantes na UFMG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bianca Drielly Mendes
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Ana Paula Karruz
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/41578
Resumo: Em 2017, a Universidade Federal de Minas Gerais aprovou a reserva de vagas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em seus cursos de pós-graduação stricto sensu. A maioria das decisões para a implementação da resolução, como o percentual de vagas a serem reservadas a candidatos negros (entre 20% e 50%), ficaram a juízo dos colegiados dos programas de pós-graduação. Apesar de essa regra alterar a alocação de um serviço público sofisticado e de alto valor agregado, não se conhecem os princípios de justiça e critérios considerados pelos programas, os processos organizacionais envolvidos na implementação, nem o panorama de formatos resultantes. Esta pesquisa endereça tais lacunas, combinando as perspectivas teóricas da burocracia de nível de rua e do reproducionismo bourdieuano. Estatísticas descritivas e um modelo de regressão multinível para dados censurados indicam que: i) o intervalo de reserva não parece formar mais um “gargalo” na trajetória acadêmica do seu público-alvo, já que a participação de negros entre os graduados das carreiras alimentadoras tende a ser inferior a 50%; ii) a distribuição dos percentuais de reserva para negros está concentrada na vizinhança do limite mínimo; e iii) esses percentuais estão positivamente associados com características das carreiras alimentadoras – em particular, com o percentual de graduados negros e com o rendimento esperado ao longo da vida para profissionais da carreira.
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