Ser jovem COM vida, [re]existir: trajetórias itinerantes de egressos de medida socioeducativa de semiliberdade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/58490 |
Resumo: | A pesquisa tem como objetivo compreender como têm se configurado as trajetórias de vida dos jovens egressos da medida socioeducativa (MSE) de semiliberdade em Governador Valadares – MG. Trata-se de um contexto inserido em uma sociedade complexa, marcada por uma multiplicidade de processos, incertezas, crises e violências, impondo mudanças e novas configurações sociais, que singularizam um cenário potencializador de vulnerabilidade social, bem como (re)organizam as trajetórias de vida e as relações com as suas múltiplas dimensões. O referencial teórico e metodológico ancora-se na articulação da Sociologia da Juventude e da Sociologia da Educação, em diálogo com alguns/algumas autores/as da Sociologia do Indivíduo, dos estudos decoloniais, das abordagens interseccionais e dos estudos territoriais. Realizou-se um estudo qualitativo etnobiográfico, que se desenvolveu através de um percurso metodológico itinerante de caráter multimetodológico e multissituado, por meio de diferentes instrumentos e procedimentos: pesquisa exploratória; incursões no campo; observação e acompanhamento online e offline; entrevistas-conversações com jovens egressos de MSE, familiares e educadoras e registro em diário de campo. O caminho analítico se pautou na análise de conteúdos, que possibilitou indagar sobre o conteúdo “capturado” e aquilo que ele estava nos dizendo. Os resultados apontam que os jovens desta pesquisa trilham trajetórias incertas para enfrentarem o desafio comum de se manterem vivos após o desligamento da medida socioeducativa. Diante disso, eles constroem também um novo existir, a partir e de acordo com a rede de suporte existente nas suas experiências singulares. A compreensão é que as medidas socioeducativas são muito limitadas como proteção aos adolescentes e jovens em situação de conflito com a lei. Por outro lado, apesar das descontinuidades e da precariedade das ações e dos equipamentos, uma parcela desses jovens encontra nelas alguma proteção. A pesquisa evidenciou que o aprofundamento analítico nas singularidades das trajetórias juvenis, a partir das experiências vividas, permite compreender os entrecruzamentos dessas categorias de opressão e/ou marcadores sociais da diferença, que se configuram em interseccionalidades concretas em cada experiência, bem como em marcadores de potencialidade. As estratégias, os modos de ser, os suportes que os jovens vão constituindo e construindo permitem a eles, mesmo de modo itinerante e ziguezagueante, reexistir e acessar modos próprios de enfrentar os muitos desafios que lhes são impostos após o desligamento da medida socioeducativa de semiliberdade. |
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