Por que as imagens se põem a tremer?: militância e montagem em O fundo do ar é vermelho, de Chris Marker
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B6HM8A |
Resumo: | Fruto de um intenso engajamento político, O fundo do ar é vermelho (Le fond de l´air est rouge) é realizado por Chris Marker em 1977 e retomado outras três vezes, em 1988, 1993 e 1998, totalizando quatro versões. O filme reúne um vasto conjunto de imagens de arquivo dos anos 1960 e 1970, desde a Guerra do Vietnã até o golpe militar no Chile, em 1973, passando pelos movimentos estudantil e operário, pela Primavera de Praga, pelas guerrilhas na América Latina, dentre outros acontecimentos. Tomando como objeto central desta tese o filme O fundo do ar é vermelho, propomos uma investigação sobre a forma como a obra de Chris Marker é atravessada, ao mesmo tempo, pelo engajamento político e por um minucioso trabalho de montagem das imagens de arquivo. Em uma primeira aproximação ao filme, buscamos comparar as versões mais antiga e mais recente, com o intuito de apreender não só as alterações na montagem e nos comentários, mas também as características centrais da obra de Marker que se mostram evidentes nos filmes realizados entre 1977 e 1998. Em seguida, torna-se essencial conhecer o contexto da produção de cinema militante com a qual dialoga e da qual se nutre o trabalho de Marker, bem como as formulações conceituais em torno daquilo que se entende por cinema militante, cinema engajado e cinema de contra-informação. Numa segunda aproximação ao filme, propomos uma análise detalhada, imanente, de boa parte das sequências do filme a partir de dois eixos: a tomada e a retomada. Nosso objetivo é desdobrar esses eixos, identificando a proveniência das imagens, caracterizando seus aspectos genéticos e situacionais e, ao mesmo tempo, nomeando precisamente as operações de montagem realizadas por Chris Marker. Em uma terceira e última aproximação, elaboramos então um mapa dos elementos estruturantes dO fundo do ar é vermelho e, de modo a revelar como eles dão a ver a relação entre a militância e a montagem. |
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André Guimarães BrasilCesar Geraldo GuimaraesAnita Matilde Silva LeandroPatricia Furtado Mendes MachadoJulia Goncalves Declie Fagioli2019-08-13T00:05:25Z2019-08-13T00:05:25Z2017-08-21http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B6HM8AFruto de um intenso engajamento político, O fundo do ar é vermelho (Le fond de l´air est rouge) é realizado por Chris Marker em 1977 e retomado outras três vezes, em 1988, 1993 e 1998, totalizando quatro versões. O filme reúne um vasto conjunto de imagens de arquivo dos anos 1960 e 1970, desde a Guerra do Vietnã até o golpe militar no Chile, em 1973, passando pelos movimentos estudantil e operário, pela Primavera de Praga, pelas guerrilhas na América Latina, dentre outros acontecimentos. Tomando como objeto central desta tese o filme O fundo do ar é vermelho, propomos uma investigação sobre a forma como a obra de Chris Marker é atravessada, ao mesmo tempo, pelo engajamento político e por um minucioso trabalho de montagem das imagens de arquivo. Em uma primeira aproximação ao filme, buscamos comparar as versões mais antiga e mais recente, com o intuito de apreender não só as alterações na montagem e nos comentários, mas também as características centrais da obra de Marker que se mostram evidentes nos filmes realizados entre 1977 e 1998. Em seguida, torna-se essencial conhecer o contexto da produção de cinema militante com a qual dialoga e da qual se nutre o trabalho de Marker, bem como as formulações conceituais em torno daquilo que se entende por cinema militante, cinema engajado e cinema de contra-informação. Numa segunda aproximação ao filme, propomos uma análise detalhada, imanente, de boa parte das sequências do filme a partir de dois eixos: a tomada e a retomada. Nosso objetivo é desdobrar esses eixos, identificando a proveniência das imagens, caracterizando seus aspectos genéticos e situacionais e, ao mesmo tempo, nomeando precisamente as operações de montagem realizadas por Chris Marker. Em uma terceira e última aproximação, elaboramos então um mapa dos elementos estruturantes dO fundo do ar é vermelho e, de modo a revelar como eles dão a ver a relação entre a militância e a montagem.As a result of an intense political engagement, Chris Marker produces, in 1977, the first version of A Grin Without a Cat (Le fond de l´air est rouge), which he retakes three more times, in 1988, 1993 and 1998, in a total of four versions. The film gathers a vast assemble of archival images from the sixties and the seventies, since the Vietnam War until the military coup in Chile, in 1973, also going through students and workers movements, the Prague Spring in 1968, the guerrilla in Latin America, amongst other events. Taking A Grin Without a Cat as the central object of this thesis, we propose an investigation about the way the cinematographic work of Chris Marker is pervaded, at the same time, by his political engagement and by a thorough work of montage of the archival images. In a first approach to the film we seek to compare the first and the most recent versions, not only to apprehend the alterations in montage and in the commentaries, but also the main characteristics of Markers work that are shown in the other films made between 1977 and 1998. Then, it becomes crucial to understand the wider context of militant cinematographic production, from which Markers nourishes and dialogues with, as well as the theoretical formulations around what is known as militant cinema, engaged cinema and counter-information cinema. In our second approach to the film, we propose a detailed analysis of some extracts from two axis: the take and the retake. Our aim is to unfold these axes, identifying the origin of the images, characterizing its genetic and situational factors and, at the same time, naming the operations of montage made by Chris Marker. In our third and last approach, we have elaborated a map with the structural elements of A Grin Without a Cat, so that we could reveal how they demonstrate the relations between militancy and montage.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLe fond de l'air est rouge (Filme)Documentário (Cinema)ComunicaçãoMarker, Chris, 1921-2012MontagemImagens de arquivoCinema militanteCinema documentárioChris MarkerPor que as imagens se põem a tremer?: militância e montagem em O fundo do ar é vermelho, de Chris Markerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese.julia_fagioli.pdfapplication/pdf326015405https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B6HM8A/1/tese.julia_fagioli.pdfe89b4be7df8c2df1c618d684ee8c51d0MD511843/BUOS-B6HM8A2019-08-12 21:05:25.49oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B6HM8ARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-13T00:05:25Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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