Jogos de linguagem e reflexividade em Heráclito de Éfeso.
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/46553 |
Resumo: | Ao longo dos aproximadamente dois mil e quinhentos anos que nos separam de sua composição, como podemos perceber pelos testemunhos antigos, o texto de Heráclito de Éfeso tem sido objeto de muitas interpretações distintas. Apesar da sua diversidade, contudo, na maior parte delas foram reconhecidas tanto a qualidade poética da composição quanto a potencialidade filosófica das reflexões heraclíticas. Considerando essas duas dimensões do texto, esse trabalho se volta para seu entrelaçamento entre forma e conteúdo, entre jogos de linguagem e reflexividade. Pensando o texto como um todo e sua relação com seu contexto histórico, observa-se como, criticando as grandes referências e ressemantizando noções fundamentais da cultura intelectual de seu tempo, o efésio se apresenta como um competidor na arte da palavra, em um discurso que reafirma a unidade de todas as coisas enquanto uma realidade ao mesmo tempo inescapável e indecifrável; denunciando a alienação humana, mas também defendendo e induzindo o público a um exercício reflexivo. Desse modo, os jogos de linguagem se articulam com o conteúdo do discurso, criando uma rede de ressonâncias semânticas que sugere uma dinâmica contínua de reinterpretação dos significados. A “concisão e a gravidade” do seu estilo, como o definiu Diógenes Laércio (Livro IX, 5-9), nesse sentido, são entendidos como parte de uma densidade semântica, que entrelaça uma considerável gama de recursos poéticos em uma provocação filosófica sobre a própria linguagem, mas também sobre o pensamento e sobre o real. Em particular, destaca-se aqui a importância da reflexão sobre a linguagem e como ela se expande a partir das metáforas do falar e do escutar. Entendida enquanto exercício sintético (a partir da noção de lógos, a “palavra”) e interpretativo (a partir da noção de escuta), a linguagem se mostra como um instrumento ambíguo, mas também como caminho para uma sabedoria humana, marcada pelo exercício da reflexividade. |
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Teodoro Rennó Assunçãohttp://lattes.cnpq.br/8502192331689449Antônio Orlando de Oliveira Dourado LopesJacyntho Lins BrandãoFernando José de Santoro MoreiraBernardo Berruecos Frankhttp://lattes.cnpq.br/0533774568368324Martim Reyes da Costa Silva2022-10-24T21:00:02Z2022-10-24T21:00:02Z2021-08-30http://hdl.handle.net/1843/46553Ao longo dos aproximadamente dois mil e quinhentos anos que nos separam de sua composição, como podemos perceber pelos testemunhos antigos, o texto de Heráclito de Éfeso tem sido objeto de muitas interpretações distintas. Apesar da sua diversidade, contudo, na maior parte delas foram reconhecidas tanto a qualidade poética da composição quanto a potencialidade filosófica das reflexões heraclíticas. Considerando essas duas dimensões do texto, esse trabalho se volta para seu entrelaçamento entre forma e conteúdo, entre jogos de linguagem e reflexividade. Pensando o texto como um todo e sua relação com seu contexto histórico, observa-se como, criticando as grandes referências e ressemantizando noções fundamentais da cultura intelectual de seu tempo, o efésio se apresenta como um competidor na arte da palavra, em um discurso que reafirma a unidade de todas as coisas enquanto uma realidade ao mesmo tempo inescapável e indecifrável; denunciando a alienação humana, mas também defendendo e induzindo o público a um exercício reflexivo. Desse modo, os jogos de linguagem se articulam com o conteúdo do discurso, criando uma rede de ressonâncias semânticas que sugere uma dinâmica contínua de reinterpretação dos significados. A “concisão e a gravidade” do seu estilo, como o definiu Diógenes Laércio (Livro IX, 5-9), nesse sentido, são entendidos como parte de uma densidade semântica, que entrelaça uma considerável gama de recursos poéticos em uma provocação filosófica sobre a própria linguagem, mas também sobre o pensamento e sobre o real. Em particular, destaca-se aqui a importância da reflexão sobre a linguagem e como ela se expande a partir das metáforas do falar e do escutar. Entendida enquanto exercício sintético (a partir da noção de lógos, a “palavra”) e interpretativo (a partir da noção de escuta), a linguagem se mostra como um instrumento ambíguo, mas também como caminho para uma sabedoria humana, marcada pelo exercício da reflexividade.Throughout the approximately two thousand and five hundred years that separate us from the time when it was composed, as we can see from ancient testimonies, the text of Heraclitus of Ephesus has been the object of many different interpretations. Despite their diversity, however, most of them have recognized both the poetic quality of the composition and the philosophical potentiality of the heraclitean reflections. Considering these two dimensions of the text, this study turns to its interconnection between form and content, between language play and reflexivity. Thinking the text as a whole and its relation to its historical context, it is pointed out how, by criticizing the great references and resemantizing fundamental notions of the intellectual culture of his time, the Ephesian presents himself as a competitor in the art of the word, in a discourse that reaffirms the unity of all things as a reality at the same time inescapable and indecipherable, denouncing human alienation but also defending and inducing the audience to a reflective exercise. In this way, the language games are articulated with the content of the discourse, creating a network of semantic resonances that suggests a continuous and dynamic reinterpretation of meanings. The "concision and gravity" of his style, as defined by Diogenes Laertius (Book IX, 5-9), in this regard, are understood as part of a semantic density, which interweaves a considerable range of poetic resources into a philosophical provocation about language itself - but also about thought and the real. In particular, the importance of reflection on language and how it expands from the metaphors of speaking and listening is highlighted here. Understood as a synthetic (from the notion of lógos, the "word") and interpretative (from the notion of listening) exercise, language shows itself as an ambiguous instrument, but also as a path to a human wisdom, which is characterized by the exercise of reflexivity.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessHeráclito, de Éfeso. – Crítica e interpretaçãoLiteratura grega – História e críticaFilosofia antigaHeráclito de ÉfesoReflexividadePré-socráticosLógosJogos de LinguagemGrécia ArcaicaJogos de linguagem e reflexividade em Heráclito de Éfeso.Language play and reflexivity in Heraclitus of Ephesusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46553/7/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD57LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46553/8/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD58ORIGINALMartim Silva - Jogos de linguagem e reflexividade em Heráclito de Éfeso (2021).pdfMartim Silva - Jogos de linguagem e reflexividade em Heráclito de Éfeso (2021).pdfapplication/pdf10362508https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/46553/6/Martim%20Silva%20-%20Jogos%20de%20linguagem%20e%20reflexividade%20em%20Her%c3%a1clito%20de%20%c3%89feso%20%282021%29.pdf88adf476d9550c8337ac96719d832593MD561843/465532022-10-24 18:00:03.239oai:repositorio.ufmg.br:1843/46553TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-10-24T21:00:03Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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