Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Letícia Ferruzzi Sacchetin
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/42759
Resumo: A presente pesquisa tomou como objeto a moralidade da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), sendo o objetivo demonstrar a relevância de uma abordagem relacional para a discussão da temática. Isso porque no âmbito filosófico, em grande medida, a discussão consiste em estabelecer uma posição sobre a pessoalidade do feto: caso ele seja uma pessoa, possuiria direito moral à vida, o que tornaria o aborto não permissível. O contrário ocorreria caso o feto não seja uma pessoa, tornando então o aborto moralmente permissível. Além de enfrentar a dificuldade de se estabelecer uma teoria da pessoalidade filosoficamente indiscutível, o maior problema dessa linha argumentativa é não permitir que a gestante – protagonista do tema – apareça no debate filosófico. Assim, defendemos que a melhor abordagem sobre a moralidade da interrupção da gestação é a relacional, isto é, uma abordagem que seja capaz de englobar o feto, a gestante, os familiares e a sociedade envolvida. Nós fizemos isso por meio de uma análise bibliográfica filosófica e, para exemplificar cenários da gestação, literária. No decorrer da pesquisa, algumas teorias nos pareceram como promissoras por apresentarem a perspectiva relacional ao desenvolverem seus temas: certas teorias da pessoalidade, a ética do cuidado e a ética das virtudes. O primeiro capítulo discute algumas teorias da pessoalidade, dando relevância à teoria desenvolvida por Marya Schechtman (2014), porque a autora pensa a pessoalidade em suas dimensões múltiplas, desde a corporal até a inserção da pessoa na infraestrutura social e cultural. O segundo capítulo se inicia com a Ética do Cuidado de Carol Gilligan (1980), que busca trazer a voz diferente (feminina) para a construção de uma nova moralidade, que seja baseada no cuidado com o outro e consigo. Desenvolve-se aqui uma reflexão mais detida sobre o processo da gestação como um momento de escolha, no qual a gestante aparece como um centro de relações múltiplas, envolvendo o feto e seu contexto, acentuando que não se trata de resolver, abstratamente, se interromper uma gestação é certo ou errado, mas sim se o processo de decisão é responsável, cuidadoso ou o contrário. A proposta apresentada por Tânia Kuhnen (2015a), que desenvolve a teoria de Gilligan por meio do princípio universalizável do cuidado, amplia as possibilidades da teoria original de Gilligan. Dando continuidade ao tema da maturidade moral, a Ética das Virtudes complementa a Ética do Cuidado, por pontuar que a moralidade implica no florescimento individual por meio das virtudes, envolvendo também o contexto gestacional. No terceiro capítulo, abordamos questões ligadas ao contexto médico, principalmente por meio do tema da objeção de consciência, de modo a abranger questões de saúde pública. Em síntese, o intuito da dissertação foi propor que a metodologia filosófica seja capaz de abranger diferentes perspectivas sobre a moralidade da IVG. Isso só é possível, como defendemos, por meio de abordagens relacionais.
id UFMG_f1fea20d6d9d126fe55f09b7bb9f37b9
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/42759
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Telma de Souza Birchalhttp://lattes.cnpq.br/4689493748421012Leonardo de Mello RibeiroTânia Aparecida Kuhnenhttp://lattes.cnpq.br/6413770571943663Letícia Ferruzzi Sacchetin2022-06-29T18:01:56Z2022-06-29T18:01:56Z2021-10-13http://hdl.handle.net/1843/42759A presente pesquisa tomou como objeto a moralidade da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), sendo o objetivo demonstrar a relevância de uma abordagem relacional para a discussão da temática. Isso porque no âmbito filosófico, em grande medida, a discussão consiste em estabelecer uma posição sobre a pessoalidade do feto: caso ele seja uma pessoa, possuiria direito moral à vida, o que tornaria o aborto não permissível. O contrário ocorreria caso o feto não seja uma pessoa, tornando então o aborto moralmente permissível. Além de enfrentar a dificuldade de se estabelecer uma teoria da pessoalidade filosoficamente indiscutível, o maior problema dessa linha argumentativa é não permitir que a gestante – protagonista do tema – apareça no debate filosófico. Assim, defendemos que a melhor abordagem sobre a moralidade da interrupção da gestação é a relacional, isto é, uma abordagem que seja capaz de englobar o feto, a gestante, os familiares e a sociedade envolvida. Nós fizemos isso por meio de uma análise bibliográfica filosófica e, para exemplificar cenários da gestação, literária. No decorrer da pesquisa, algumas teorias nos pareceram como promissoras por apresentarem a perspectiva relacional ao desenvolverem seus temas: certas teorias da pessoalidade, a ética do cuidado e a ética das virtudes. O primeiro capítulo discute algumas teorias da pessoalidade, dando relevância à teoria desenvolvida por Marya Schechtman (2014), porque a autora pensa a pessoalidade em suas dimensões múltiplas, desde a corporal até a inserção da pessoa na infraestrutura social e cultural. O segundo capítulo se inicia com a Ética do Cuidado de Carol Gilligan (1980), que busca trazer a voz diferente (feminina) para a construção de uma nova moralidade, que seja baseada no cuidado com o outro e consigo. Desenvolve-se aqui uma reflexão mais detida sobre o processo da gestação como um momento de escolha, no qual a gestante aparece como um centro de relações múltiplas, envolvendo o feto e seu contexto, acentuando que não se trata de resolver, abstratamente, se interromper uma gestação é certo ou errado, mas sim se o processo de decisão é responsável, cuidadoso ou o contrário. A proposta apresentada por Tânia Kuhnen (2015a), que desenvolve a teoria de Gilligan por meio do princípio universalizável do cuidado, amplia as possibilidades da teoria original de Gilligan. Dando continuidade ao tema da maturidade moral, a Ética das Virtudes complementa a Ética do Cuidado, por pontuar que a moralidade implica no florescimento individual por meio das virtudes, envolvendo também o contexto gestacional. No terceiro capítulo, abordamos questões ligadas ao contexto médico, principalmente por meio do tema da objeção de consciência, de modo a abranger questões de saúde pública. Em síntese, o intuito da dissertação foi propor que a metodologia filosófica seja capaz de abranger diferentes perspectivas sobre a moralidade da IVG. Isso só é possível, como defendemos, por meio de abordagens relacionais.This research took as its object the morality of voluntary interruption of pregnancy (IVG), with the objective to demonstrate the relevance of a relational approach to the discussion on the topic. This is because the philosophical level, largely, the discussion consists of establishing a position on the personality of the fetus: if it is a person, it would have a moral right to life, which would make abortion not allowable. The opposite would occur if the fetus is not a person, thus making abortion morally permissible. In addition to facing the difficulty of establishing a philosophically indisputable theory of personality, the biggest problem with this line of argument is that it does not allow the pregnant woman – protagonist of the theme – to appear in philosophical discussions. Thus, we argue that the best approach to the morality of termination of pregnancy is relational, that is, an approach that is able to encompass the fetus, pregnant women, the family members and society involved. We did this through a philosophical bibliographic and, to exemplify pregnancy scenarios, literary. During the research, some theories appeared to us as promising for presenting the relational perspective when developing their themes: certain theories of personality, the ethics of care and the ethics of virtues. The first chapter discusses some theories of personality, emphasizing the theory of Marya Schechtman (2014), because the author thinks about personality in its multiple dimensions, from the body to the insertion of person in the social and cultural infrastructure. The second chapter begins with Carol Gilligan's Ethics of Care (1980), which seeks to bring a different voice (female) to the construction of a new morality, which is based on caring for the other and caring for oneself. A more detailed reflection is developed on the process of pregnancy as a moment of choice, in which the pregnant woman appears as a center of multiple relationships, involving the fetus and its closest context, emphasizing that it is not a matter of abstractly solving if interrupting a pregnancy is right or wrong, but rather whether the decision process is responsible, careful, or the other way around. The proposal presented by Tânia Kuhnen (2015a), who develops Gilligan's theory through the universalizable principle of care, expands the possibilities of Gilligan's original theory. Continuing the theme, the Ethics of Virtues complements the Ethics of Care, by pointing out that morality implies individual flourishing through virtues and involves the gestational context. In the third chapter, we address issues related to the medical context more directly, mainly through the theme of conscientious objection, in order to cover public health issues. In summary, the purpose of the dissertation was to propose that the philosophical methodology is capable of covering different perspectives on the morality of the IVG. This is only possible, as we argued, through relational approaches.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAFICH - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANASPrograma Institucional de Internacionalização – CAPES - PrInthttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessInterrupção voluntária da gravidezPessoalidadeÉtica do cuidadoÉtica das virtudesObjeção de consciênciaAbordagem relacionalInterrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacionalVoluntary interruption of pregnancy : a case for a relational approachinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALInterrupção voluntária da gravidez por uma abordagem relacional.pdfInterrupção voluntária da gravidez por uma abordagem relacional.pdfapplication/pdf1193430https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/1/Interrup%c3%a7%c3%a3o%20volunt%c3%a1ria%20da%20gravidez%20por%20uma%20abordagem%20relacional.pdf36eb2acdfd60214b8ad035e0732dce40MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD521843/427592022-06-29 15:01:56.814oai:repositorio.ufmg.br:1843/42759TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-06-29T18:01:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Voluntary interruption of pregnancy : a case for a relational approach
title Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
spellingShingle Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
Letícia Ferruzzi Sacchetin
Interrupção voluntária da gravidez
Pessoalidade
Ética do cuidado
Ética das virtudes
Objeção de consciência
Abordagem relacional
title_short Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
title_full Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
title_fullStr Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
title_full_unstemmed Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
title_sort Interrupção voluntária da gravidez : por uma abordagem relacional
author Letícia Ferruzzi Sacchetin
author_facet Letícia Ferruzzi Sacchetin
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Telma de Souza Birchal
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4689493748421012
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Leonardo de Mello Ribeiro
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Tânia Aparecida Kuhnen
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6413770571943663
dc.contributor.author.fl_str_mv Letícia Ferruzzi Sacchetin
contributor_str_mv Telma de Souza Birchal
Leonardo de Mello Ribeiro
Tânia Aparecida Kuhnen
dc.subject.por.fl_str_mv Interrupção voluntária da gravidez
Pessoalidade
Ética do cuidado
Ética das virtudes
Objeção de consciência
Abordagem relacional
topic Interrupção voluntária da gravidez
Pessoalidade
Ética do cuidado
Ética das virtudes
Objeção de consciência
Abordagem relacional
description A presente pesquisa tomou como objeto a moralidade da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), sendo o objetivo demonstrar a relevância de uma abordagem relacional para a discussão da temática. Isso porque no âmbito filosófico, em grande medida, a discussão consiste em estabelecer uma posição sobre a pessoalidade do feto: caso ele seja uma pessoa, possuiria direito moral à vida, o que tornaria o aborto não permissível. O contrário ocorreria caso o feto não seja uma pessoa, tornando então o aborto moralmente permissível. Além de enfrentar a dificuldade de se estabelecer uma teoria da pessoalidade filosoficamente indiscutível, o maior problema dessa linha argumentativa é não permitir que a gestante – protagonista do tema – apareça no debate filosófico. Assim, defendemos que a melhor abordagem sobre a moralidade da interrupção da gestação é a relacional, isto é, uma abordagem que seja capaz de englobar o feto, a gestante, os familiares e a sociedade envolvida. Nós fizemos isso por meio de uma análise bibliográfica filosófica e, para exemplificar cenários da gestação, literária. No decorrer da pesquisa, algumas teorias nos pareceram como promissoras por apresentarem a perspectiva relacional ao desenvolverem seus temas: certas teorias da pessoalidade, a ética do cuidado e a ética das virtudes. O primeiro capítulo discute algumas teorias da pessoalidade, dando relevância à teoria desenvolvida por Marya Schechtman (2014), porque a autora pensa a pessoalidade em suas dimensões múltiplas, desde a corporal até a inserção da pessoa na infraestrutura social e cultural. O segundo capítulo se inicia com a Ética do Cuidado de Carol Gilligan (1980), que busca trazer a voz diferente (feminina) para a construção de uma nova moralidade, que seja baseada no cuidado com o outro e consigo. Desenvolve-se aqui uma reflexão mais detida sobre o processo da gestação como um momento de escolha, no qual a gestante aparece como um centro de relações múltiplas, envolvendo o feto e seu contexto, acentuando que não se trata de resolver, abstratamente, se interromper uma gestação é certo ou errado, mas sim se o processo de decisão é responsável, cuidadoso ou o contrário. A proposta apresentada por Tânia Kuhnen (2015a), que desenvolve a teoria de Gilligan por meio do princípio universalizável do cuidado, amplia as possibilidades da teoria original de Gilligan. Dando continuidade ao tema da maturidade moral, a Ética das Virtudes complementa a Ética do Cuidado, por pontuar que a moralidade implica no florescimento individual por meio das virtudes, envolvendo também o contexto gestacional. No terceiro capítulo, abordamos questões ligadas ao contexto médico, principalmente por meio do tema da objeção de consciência, de modo a abranger questões de saúde pública. Em síntese, o intuito da dissertação foi propor que a metodologia filosófica seja capaz de abranger diferentes perspectivas sobre a moralidade da IVG. Isso só é possível, como defendemos, por meio de abordagens relacionais.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-10-13
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-06-29T18:01:56Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-06-29T18:01:56Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/42759
url http://hdl.handle.net/1843/42759
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.pt_BR.fl_str_mv Programa Institucional de Internacionalização – CAPES - PrInt
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAFICH - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/1/Interrup%c3%a7%c3%a3o%20volunt%c3%a1ria%20da%20gravidez%20por%20uma%20abordagem%20relacional.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/3/license.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/42759/2/license_rdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 36eb2acdfd60214b8ad035e0732dce40
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589227819040768