Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcus Lepesqueur Fabiano Gomes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-ANJRFP
Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de uma análise estatística da correlação entre aestrutura formal transitiva e diferentes valores semânticos em relatos orais de umapopulação clínica e uma não clínica. Baseado no quadro teórico da LinguísticaCognitiva, formas transitivas utilizadas por pacientes com esquizofrenia foramcomparadas com aquelas utilizadas por participantes sem histórico de transtornospsiquiátricos. Essa pesquisa teve o objetivo de estabelecer a relação entre a prevalênciade certos padrões linguísticos e uma estrutura cognitiva esquemática (um núcleoconceptual) associado a eventos delirantes e alucinatórios. As análises mostram umacorrelação significativa entre 1) a sintaxe transitiva e um conjunto específico de valoressemânticos e 2) a construção transitiva prototípica e o discurso de pacientes comesquizofrenia. O primeiro resultado foi utilizado para uma reanálise do conceito deconstrução transitiva em termos de parâmetros estatisticamente específicos da sintaxetransitiva, o que nos levou a uma definição mais estrita das construções de estruturaargumental. O segundo resultado foi interpretado como uma evidência de um núcleoconceptual, i.e., uma estrutura esquemática prototípica associada ao discurso oral dospacientes com esquizofrenia. Esses resultados corroboram a hipótese de Lepesqueur(2015, prelo) de um esquema semiótico específico envolvido na construção designificado na esquizofrenia. Para esse autor, parte do delírio pode ser entendido comoum processo de integração conceptual organizado por um esquema de interação icônicoespecífico. Em outras palavras, a natureza icônica do delírio e da alucinação pressiona agrade linguística disponível em direção ao maior uso de construções transitivas. Estesresultados sugerem, ainda que de forma preliminar, a possibilidade de se descrever aesquizofrenia também sobre uma base linguística.
id UFMG_f2bf7c19f25e05e0271dda226a1e1469
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-ANJRFP
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Adriana Maria Tenuta de AzevedoAndre Luiz Elias de SouzaAntonio Marcio Ribeiro TeixeiraSergio Augusto Chagas de LaiaSueli Maria CoelhoMarcus Lepesqueur Fabiano Gomes2019-08-11T11:07:59Z2019-08-11T11:07:59Z2017-02-20http://hdl.handle.net/1843/LETR-ANJRFPEste trabalho apresenta os resultados de uma análise estatística da correlação entre aestrutura formal transitiva e diferentes valores semânticos em relatos orais de umapopulação clínica e uma não clínica. Baseado no quadro teórico da LinguísticaCognitiva, formas transitivas utilizadas por pacientes com esquizofrenia foramcomparadas com aquelas utilizadas por participantes sem histórico de transtornospsiquiátricos. Essa pesquisa teve o objetivo de estabelecer a relação entre a prevalênciade certos padrões linguísticos e uma estrutura cognitiva esquemática (um núcleoconceptual) associado a eventos delirantes e alucinatórios. As análises mostram umacorrelação significativa entre 1) a sintaxe transitiva e um conjunto específico de valoressemânticos e 2) a construção transitiva prototípica e o discurso de pacientes comesquizofrenia. O primeiro resultado foi utilizado para uma reanálise do conceito deconstrução transitiva em termos de parâmetros estatisticamente específicos da sintaxetransitiva, o que nos levou a uma definição mais estrita das construções de estruturaargumental. O segundo resultado foi interpretado como uma evidência de um núcleoconceptual, i.e., uma estrutura esquemática prototípica associada ao discurso oral dospacientes com esquizofrenia. Esses resultados corroboram a hipótese de Lepesqueur(2015, prelo) de um esquema semiótico específico envolvido na construção designificado na esquizofrenia. Para esse autor, parte do delírio pode ser entendido comoum processo de integração conceptual organizado por um esquema de interação icônicoespecífico. Em outras palavras, a natureza icônica do delírio e da alucinação pressiona agrade linguística disponível em direção ao maior uso de construções transitivas. Estesresultados sugerem, ainda que de forma preliminar, a possibilidade de se descrever aesquizofrenia também sobre uma base linguística.This work presents the results of a statistical usage-based analysis of thecorrelation between the transitivity formal structure and different semantic values in thediscourse of a clinical and a non-clinical population. Based on the theoreticalframework of Cognitive Linguistics, transitivity forms used by patients withschizophrenia were compared with those used by participants without psychiatricdisorders. This investigation had the objective of establishing a relation between theprevalence of certain linguistic patterns and a schematic cognitive structure (aconceptual core) associated to delusional and hallucinatory events. The study shows asignificant correlation between 1) the transitive syntax and a specific set of semanticvalues and 2) the transitivity construction and schizophrenia discourse. The first resultwas used for a reanalysis of the transitivity construction concept in terms of semanticparameters statistically specific to the transitivity syntax, which leads us to a narrowdefinition of the argument structure construction. The second result was interpreted asevidence of a schematic conceptual core, i.e. a prototypical schematic cognitivestructure associated to the speech of patients with schizophrenia, which supportsLepesqueurs (2015, in press) hypothesis of a certain semiotic scheme in theconstruction of meaning in schizophrenia. For this author, part of the delusion can beunderstood as a conceptual blending process organized by an iconic interaction scheme.In other words, the iconic nature of the delusion constrains the linguistic grid availabletowards a greater number of transitive constructions. These findings suggest, albeit in apreliminary way, the possibility of describing schizophrenia also on a linguistic basis.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLingüísticaEsquizofreniaSemióticaCogniçãoesquizofreniatransitividadesemiótica cognitivalinguística cognitivaconstrução estrutura de argumentosTransitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdfapplication/pdf5474055https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-ANJRFP/1/tese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf20ee6c8752e09a35e8c33f24a8689643MD51TEXTtese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf.txttese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf.txtExtracted texttext/plain489905https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-ANJRFP/2/tese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf.txt79455e1e9dd3c538e4f57a6f9392a60aMD521843/LETR-ANJRFP2019-11-14 04:20:35.114oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-ANJRFPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:20:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
title Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
spellingShingle Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
Marcus Lepesqueur Fabiano Gomes
esquizofrenia
transitividade
semiótica cognitiva
linguística cognitiva
construção estrutura de argumentos
Lingüística
Esquizofrenia
Semiótica
Cognição
title_short Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
title_full Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
title_fullStr Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
title_full_unstemmed Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
title_sort Transitividade na esquizofrenia: comparação dos relatos orais de eventos psicóticos entre grupos clínico e não clínico
author Marcus Lepesqueur Fabiano Gomes
author_facet Marcus Lepesqueur Fabiano Gomes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Adriana Maria Tenuta de Azevedo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Andre Luiz Elias de Souza
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Antonio Marcio Ribeiro Teixeira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Sergio Augusto Chagas de Laia
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Sueli Maria Coelho
dc.contributor.author.fl_str_mv Marcus Lepesqueur Fabiano Gomes
contributor_str_mv Adriana Maria Tenuta de Azevedo
Andre Luiz Elias de Souza
Antonio Marcio Ribeiro Teixeira
Sergio Augusto Chagas de Laia
Sueli Maria Coelho
dc.subject.por.fl_str_mv esquizofrenia
transitividade
semiótica cognitiva
linguística cognitiva
construção estrutura de argumentos
topic esquizofrenia
transitividade
semiótica cognitiva
linguística cognitiva
construção estrutura de argumentos
Lingüística
Esquizofrenia
Semiótica
Cognição
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Lingüística
Esquizofrenia
Semiótica
Cognição
description Este trabalho apresenta os resultados de uma análise estatística da correlação entre aestrutura formal transitiva e diferentes valores semânticos em relatos orais de umapopulação clínica e uma não clínica. Baseado no quadro teórico da LinguísticaCognitiva, formas transitivas utilizadas por pacientes com esquizofrenia foramcomparadas com aquelas utilizadas por participantes sem histórico de transtornospsiquiátricos. Essa pesquisa teve o objetivo de estabelecer a relação entre a prevalênciade certos padrões linguísticos e uma estrutura cognitiva esquemática (um núcleoconceptual) associado a eventos delirantes e alucinatórios. As análises mostram umacorrelação significativa entre 1) a sintaxe transitiva e um conjunto específico de valoressemânticos e 2) a construção transitiva prototípica e o discurso de pacientes comesquizofrenia. O primeiro resultado foi utilizado para uma reanálise do conceito deconstrução transitiva em termos de parâmetros estatisticamente específicos da sintaxetransitiva, o que nos levou a uma definição mais estrita das construções de estruturaargumental. O segundo resultado foi interpretado como uma evidência de um núcleoconceptual, i.e., uma estrutura esquemática prototípica associada ao discurso oral dospacientes com esquizofrenia. Esses resultados corroboram a hipótese de Lepesqueur(2015, prelo) de um esquema semiótico específico envolvido na construção designificado na esquizofrenia. Para esse autor, parte do delírio pode ser entendido comoum processo de integração conceptual organizado por um esquema de interação icônicoespecífico. Em outras palavras, a natureza icônica do delírio e da alucinação pressiona agrade linguística disponível em direção ao maior uso de construções transitivas. Estesresultados sugerem, ainda que de forma preliminar, a possibilidade de se descrever aesquizofrenia também sobre uma base linguística.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-02-20
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T11:07:59Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T11:07:59Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/LETR-ANJRFP
url http://hdl.handle.net/1843/LETR-ANJRFP
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-ANJRFP/1/tese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-ANJRFP/2/tese___lepesqueur___transitividade_na_esquizofrenia.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 20ee6c8752e09a35e8c33f24a8689643
79455e1e9dd3c538e4f57a6f9392a60a
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589560670617600