Comutação casa-trabalho: quatro ensaios sobre o caso brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Carlos Day Gama
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/32050
Resumo: Esta tese apresenta quatro ensaios que exploram um componente da mobilidade urbana, a comutação casa-trabalho. No primeiro ensaio, “O Papel da Comutação na Escolha Residencial”, é investigado se o tempo de comutação diário ao qual o trabalhador está sujeito é importante no processo decisório de onde residir, para as cidades de Belo Horizonte e São Paulo, através da aplicação de um Modelo Logit Aninhado, para os dados do Censo Demográfico de 2010. Os principais resultados mostram que o tempo de comutação apresenta relação com a região escolhidaparaviverepartedostrabalhadoresoptaouaceitamaiortempodecomutaçãoemtroca de menores aluguéis e/ou espaços menos adensados. Ademais, trabalhadores com comutação de longa duração apresentam maior probabilidade de residirem em regiões mais distantes dos centros de negócios e, como em média, apresentam menores rendimentos, não possuem automóvel para o deslocamento diário. No segundo ensaio, “Traçando o Perfil dos Comutadores no Brasil”, o intuito é criar tipologias dos trabalhadores brasileiros, considerando o tempo de deslocamento diário de casa para o trabalho, a partir de informações individuais, domiciliares, ocupacionais e regionais. Através do método GoM, estabeleceu-se perfis puros e mistos de trabalhadores no mercado de trabalho brasileiro, com utilização dos dados das PNADs de 2009 e 2014. Os resultados mostram que, entre os que gastam elevado tempo comutando, três características se destacam: sexo masculino, residentes em áreas metropolitanas e em baixa posição socioeconômica. O terceiro ensaio, “Modo de Transporte e Tempo de Comutação na Região Metropolitana de São Paulo”, abordou a relação entre tipo de transporte e tempo de comutação, na Região Metropolitana de São Paulo. Através da aplicação de modelagem hierárquica para os dados da Pesquisa Origem e Destino 2007 e Pesquisa Mobilidade Urbana 2012, constatou-se que áreas com probabilidade elevada dos trabalhadores utilizarem transporte privado, também apresentam elevada probabilidade de utilização de transporte coletivo. A escolha por transporte privado é atrelada fortemente ao nível de instrução e renda do trabalhador. Já, entre aqueles que caminham ou vão de bicicleta para o trabalho, quanto maior a distância menos provável que escolham tal modal, menores também as chances de que sejam migrantes pendulares. Controlando por distância, horário, idade e sexo, utilizar transporte motorizado eleva o tempo comutado. A preferência por transporte privado é maior em horários de pico, com isso, sugerem-se três alternativas para melhorias de acessibilidade: introdução de pedágios; aumento de faixas exclusivas para ônibus; e, criação de faixas que, em horários de pico, sejam exclusivas para carros cheios. Por fim, no quarto ensaio, “Excesso de Comutação na Região Metropolitana de São Paulo”, aplicou-se um modelo de otimização de viagens, com o intuito de captar padrões de comutação entre residências e trabalhos na Região Metropolitana de São Paulo, para os anos de 2007 e 2012,utilizando-se os mesmos dados do terceiro ensaio. O modelo produz uma estimativa da distância média mínima comutada se indivíduos pudessem trocar de residências e trabalhos mantendo o número de residências e empregos fixos em cada região. A diferença observada entre a distância média e este mínimo é considerada como desperdício. O excesso de comutação caiu de aproximadamente 50% para 39%, no período, basicamente em função do crescimento da distância mínima. Uma das explicações é uma maior centralização das atividades, o que diminui as opções de realocação. Outra explicação é que, mesmo descentralizadas, as atividades tenham subcentros de negócios que também são concentradores de mão de obra (mais empregos que residências),ou que muitas áreas sejam especificamente residenciais (mais residências que empregos,como áreas com muitos condomínios residenciais) e que estes fatores tenham se intensificado no período, o que elevaria a distância mínima. Como principal conclusão do trabalho, fica evidenciado que é possível melhorar a eficiência dos deslocamentos casa-trabalho, na região estudada, sem necessariamente alterar a estrutura urbana da região metropolitana. Considerando os resultados encontrados nos quatro ensaios, destacam-se: existe uma relação entre a comutação e o local de residência escolhido; com exceção do Norte, nas regiões metropolitanas os deslocamentos são maiores, tendo como umas das principais causas a pendularidade. Algumas medidas podem ser tomadas para amenizar o problema da comutação, como políticas que estimulem a utilização de transporte público (implementação de pedágios urbanos, melhoria do transporte público, etc.), de utilização mais eficiente dos veículos privados (criação de vias especiais para carros cheios em horários de pico) e também incentivos para o deslocamento sem utilização de transporte motorizado (criação e ampliação de ciclovias). Políticas de fomento de empregos locais também poderiam amenizar o efeito da pendularidade, muito presente em cidades dormitório.
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Políticas de fomento de empregos locais também poderiam amenizar o efeito da pendularidade, muito presente em cidades dormitório.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em EconomiaUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAShttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDeslocamento residênciaTrabalhoBrasilTempoComutaçãoMobilidade UrbanaTempoDistânciaComutação casa-trabalho: quatro ensaios sobre o caso brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese Luiz Gama.pdftese Luiz Gama.pdfapplication/pdf80902903https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32050/1/tese%20Luiz%20Gama.pdf52eb0099d4d6a400053391deca7079d2MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8914https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32050/2/license_rdff9944a358a0c32770bd9bed185bb5395MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32050/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/320502020-01-20 15:20:44.862oai:repositorio.ufmg.br:1843/32050TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-01-20T18:20:44Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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