Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Izabelle Silva Rehfeld
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SMOC-AB7QWA
Resumo: A vaccínia bovina (VB) é uma zoonose causada pelo Vaccinia virus (VACV) que afeta principalmente vacas leiteiras e humanos. Estudos prévios têm detectado partículas virais viáveis de VACV em amostras de leite de vacas natural e experimentalmente infectadas. Porém, ainda não se sabe se o leite contaminado pode transmitir VACV após o consumo. Por outro lado, há um estudo que mostra que humanos, inclusive crianças, que vivem em áreas endêmicas de VB, mas que nunca tiveram contato com vacas doentes, apresentaram anticorpos anti-OPXV, sugerindo que o VACV pode ser transmitido por outras vias. Levando em consideração o previamente exposto, esta tese teve como objetivo estudar a transmissão de VACV pelo leite em modelo murino e a detecção e viabilidade de poxvirus no queijo e leite. No capítulo 1, 30 camundongos receberam 100 µl de leite, por via oral, contendo 106 UFP de VACV-GP2. Amostras de suabe oral (SO), fezes, tecidos e sangue foram coletadas e analisadas. Nenhuma alteração clínica foi observada nos camundongos. DNA viral foi detectado, de forma intermitente, nas amostras de SO e de tecidos a partir do 2º d.p.i., enquanto em amostras de sangue e fezes a partir do 5º d.p.i. A detecção ocorreu até o 10ºd.p.i. em SOs e, nas demais amostras, até o 30º d.p.i. Em todos os tecidos dos animais infectados, exceto coração, tonsila, língua, estômago and duodeno, foram observados imunomarcação intracitoplasmática na técnica de IHQ em todos os tempos analisados. Anticorpos neutralizantes (AN) foram detectados no 20º e no 30º d.p.i. em 50% dos camundongos infectados. No capítulo 2, 12 L de leite foram contaminados com 105 UFP/ml de VACV-GP2 e seis queijos foram produzidos. Os queijos foram submetidos ao processo de maturação durante 1, 7, 14, 21, 45 e 60 dias a 25ºC. As amostras de queijo foram quantificadas na qPCR e tituladas em células VERO. A quantificação e a titulação viral apresentaram redução no decorrer do tempo de maturação, porém, não apresentaram diferença estatística. O 3º capítulo refere-se à detecção de VACV em amostras de queijos de campo provenientes de propriedades com e sem surto de VB. Cinquenta e nove queijos frescos e maturados foram coletados e analisados, sendo que dez queijos foram produzidos em propriedades com casos de VB e 49, oriundos de fazendas sem histórico da doença. A técnica de PCR-nested foi utilizada na detecção de DNA viral. As amostras de queijo positivas na PCR-nested foram inoculadas em cultivo celular ou membrana corioalantóide de ovos embrionados (MCA) de galinha. A confirmação do efeito citopático (ECP) foi realizadapelas técnicas de imunoperoxidase em monocamada celular (IPMC) e qPCR, respectivamente. O DNA viral foi detectado em 43 das 59 amostras testadas. Destas, 11 tinham partículas infecciosas do VACV, sendo quatro amostras oriundas de propriedades sem casos de VB. No último capítulo, seis propriedades leiteiras em Minas Gerais, com surtos de doenças vesiculares acometendo vacas em lactação, bezerros e humanos, foram visitadas. Aleatoriamente, foram selecionadas, por propriedade, dez vacas com lesões e amostras de leite foram coletadas, totalizando 60 amostras de leite. Além disso, duas crostas das lesões nos tetos das vacas também foram coletadas em cada fazenda, totalizando 12 crostas. Das seis propriedades estudadas, em todas foi confirmada a presença de OPXV nas amostras de crosta. A existência de coinfecção de PPV e de OPXV foi confirmada em quatro delas. Como duas propriedades foram negativas para PPV, as amostras de leite, provenientes das vacas destas propriedades, não foram analisadas. Com relação aos leites testados, foi observada amplificação para o gene B2L em 12 amostras das 40 analisadas, indicando a presença de PPV em 30% dos leites testados. Destas 12, oito estavam contaminadas tanto com PPV quanto com OPXV. Os resultados mostraram que leite contaminado pode ser fonte de infecçãode VACV em modelo murino, sendo que os animais apresentaram infecção subclínica com distribuição sistêmica e eliminação pelas fezes e mucosa oral. Além disso, o processo de maturação do queijo reduz o número de partículas virais viáveis, mas não foi capaz de inativar o vírus durante os 60 dias testados. Por outro lado, a detecção de VACV em amostras de queijos Minas artesanais mostrou que o VACV pode circular de forma silenciosa, uma vez que houve detecção em amostras de queijos de propriedades sem surto de VB. Além disso, foi possível detectar coinfecção de PPV e VACV em amostras de leite de propriedades com surto de doenças vesiculares. Desta forma, o consumo de leite e queijos contaminados com VACV pode ser um risco para a saúde pública. Porém, mais estudos são necessários para determinar o possível risco de transmissão do vírus para humanos associado ao consumo de leite e queijos artesanais contaminados com VACV.
id UFMG_f344ef6ed85352ca18f0ac827da7c241
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/SMOC-AB7QWA
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Zelia Ines Portela LobatoMaria Isabel Maldonado Coelho GuedesMarcelo Resende de SouzaMonica Maria O Pinho CerqueiraGiliane de Souza TrindadeDanielle Ferreira de MagalhaesMarcelo Fernandes CamargosIzabelle Silva Rehfeld2019-08-11T19:25:19Z2019-08-11T19:25:19Z2016-02-16http://hdl.handle.net/1843/SMOC-AB7QWAA vaccínia bovina (VB) é uma zoonose causada pelo Vaccinia virus (VACV) que afeta principalmente vacas leiteiras e humanos. Estudos prévios têm detectado partículas virais viáveis de VACV em amostras de leite de vacas natural e experimentalmente infectadas. Porém, ainda não se sabe se o leite contaminado pode transmitir VACV após o consumo. Por outro lado, há um estudo que mostra que humanos, inclusive crianças, que vivem em áreas endêmicas de VB, mas que nunca tiveram contato com vacas doentes, apresentaram anticorpos anti-OPXV, sugerindo que o VACV pode ser transmitido por outras vias. Levando em consideração o previamente exposto, esta tese teve como objetivo estudar a transmissão de VACV pelo leite em modelo murino e a detecção e viabilidade de poxvirus no queijo e leite. No capítulo 1, 30 camundongos receberam 100 µl de leite, por via oral, contendo 106 UFP de VACV-GP2. Amostras de suabe oral (SO), fezes, tecidos e sangue foram coletadas e analisadas. Nenhuma alteração clínica foi observada nos camundongos. DNA viral foi detectado, de forma intermitente, nas amostras de SO e de tecidos a partir do 2º d.p.i., enquanto em amostras de sangue e fezes a partir do 5º d.p.i. A detecção ocorreu até o 10ºd.p.i. em SOs e, nas demais amostras, até o 30º d.p.i. Em todos os tecidos dos animais infectados, exceto coração, tonsila, língua, estômago and duodeno, foram observados imunomarcação intracitoplasmática na técnica de IHQ em todos os tempos analisados. Anticorpos neutralizantes (AN) foram detectados no 20º e no 30º d.p.i. em 50% dos camundongos infectados. No capítulo 2, 12 L de leite foram contaminados com 105 UFP/ml de VACV-GP2 e seis queijos foram produzidos. Os queijos foram submetidos ao processo de maturação durante 1, 7, 14, 21, 45 e 60 dias a 25ºC. As amostras de queijo foram quantificadas na qPCR e tituladas em células VERO. A quantificação e a titulação viral apresentaram redução no decorrer do tempo de maturação, porém, não apresentaram diferença estatística. O 3º capítulo refere-se à detecção de VACV em amostras de queijos de campo provenientes de propriedades com e sem surto de VB. Cinquenta e nove queijos frescos e maturados foram coletados e analisados, sendo que dez queijos foram produzidos em propriedades com casos de VB e 49, oriundos de fazendas sem histórico da doença. A técnica de PCR-nested foi utilizada na detecção de DNA viral. As amostras de queijo positivas na PCR-nested foram inoculadas em cultivo celular ou membrana corioalantóide de ovos embrionados (MCA) de galinha. A confirmação do efeito citopático (ECP) foi realizadapelas técnicas de imunoperoxidase em monocamada celular (IPMC) e qPCR, respectivamente. O DNA viral foi detectado em 43 das 59 amostras testadas. Destas, 11 tinham partículas infecciosas do VACV, sendo quatro amostras oriundas de propriedades sem casos de VB. No último capítulo, seis propriedades leiteiras em Minas Gerais, com surtos de doenças vesiculares acometendo vacas em lactação, bezerros e humanos, foram visitadas. Aleatoriamente, foram selecionadas, por propriedade, dez vacas com lesões e amostras de leite foram coletadas, totalizando 60 amostras de leite. Além disso, duas crostas das lesões nos tetos das vacas também foram coletadas em cada fazenda, totalizando 12 crostas. Das seis propriedades estudadas, em todas foi confirmada a presença de OPXV nas amostras de crosta. A existência de coinfecção de PPV e de OPXV foi confirmada em quatro delas. Como duas propriedades foram negativas para PPV, as amostras de leite, provenientes das vacas destas propriedades, não foram analisadas. Com relação aos leites testados, foi observada amplificação para o gene B2L em 12 amostras das 40 analisadas, indicando a presença de PPV em 30% dos leites testados. Destas 12, oito estavam contaminadas tanto com PPV quanto com OPXV. Os resultados mostraram que leite contaminado pode ser fonte de infecçãode VACV em modelo murino, sendo que os animais apresentaram infecção subclínica com distribuição sistêmica e eliminação pelas fezes e mucosa oral. Além disso, o processo de maturação do queijo reduz o número de partículas virais viáveis, mas não foi capaz de inativar o vírus durante os 60 dias testados. Por outro lado, a detecção de VACV em amostras de queijos Minas artesanais mostrou que o VACV pode circular de forma silenciosa, uma vez que houve detecção em amostras de queijos de propriedades sem surto de VB. Além disso, foi possível detectar coinfecção de PPV e VACV em amostras de leite de propriedades com surto de doenças vesiculares. Desta forma, o consumo de leite e queijos contaminados com VACV pode ser um risco para a saúde pública. Porém, mais estudos são necessários para determinar o possível risco de transmissão do vírus para humanos associado ao consumo de leite e queijos artesanais contaminados com VACV.Bovine vaccinia (BV) is a zoonotic disease caused by Vaccinia virus (VACV) and affect mainly dairy cows and humans. Previous studies have detect viral viable particles of VACV in milk samples of natural and experimentally infectious cows. But, is unknown if the contaminated milk can transmit VACV after consumption. On the other hand, there is a study that detected neutralizing antibodies (NA) against VACV in humans, including children. These people lived in BV endemic áreas, but they never had contact with sick cows what suggesting that VACV can be transmited by others routes. Thus, it becomes important to study the possible transmission of VACV by milk and detection and viability of the vírus in artisan cheeses. This thesis was divided in four chapters and the aims were to study the transmission of VACV by milk in murine model and detection and viability of poxvirus in artisan cheeses and milk. In the chapter 1, thirty mice were inoculated orally with 100 µl of milk containing 106 PFU of VACV-GP2 (infected group). Oral swab (OS), faeces, blood and tissues samples were collected and analised. The mice showed not clinical signs. Viral DNA was detected, intermittently, in OS from 2nd d.p.i. to 10th d.p.i. while in blood and faeces samples from 5th d.p.i. to 30th d.p.i. At all times, viral DNA was detected in tissues samples, except stomach and duodenum. In immunohistochemistry test was observed intracytoplasmic immunostaining in all tissues, except heart, tonsil, tongue, stomach and duodenum. NA were detected on the 20th and 30th d.p.i. in 50% of mice infected. In the chapter 2, 12 litres of milk were contaminated with 105 PFU/ml of VACV-GP2 and six contaminated cheeses were produced. The cheeses were subjected to the process maturation during 1,7,14,21,45 and 60 days to 25ºC. Real time PCR and titration VERO cells were performed. The viral quantification and titration reduced during the maturation process, but there was not statistical difference. The chapter 3 refers to the detection of VACV in artisan cheeses commercial from properties with and without BV outbreaks. Fifty nine fresh and matured artisan cheeses were collected and analyzed, of which 10 and 49 artisan cheeses were produced in properties with and without BV outbreaks, respectively. PCR-nested technique was perfomed for detection viral DNA. Positive samples were inoculated in VERO cells or chorioallantoic membrane of embryonated chicken eggs and immunoperoxidase in monolayer cell assay (IPMA) and real time PCR were used to confirm the cytopathic effect, respectively. Viral DNA was detected in 43 of 59 samples. These, 11 samples had viral infectious particles, of which four artisan cheeses produced in properties without BV outbreaks. In the last chapter, six dairy properties in Minas Gerais state with outbreaks vesicular diseases in dairy cows, calves and human were visited. Ten dairy cows with lesions in teats were selected, randomly, in each property. Milk and crust samples were collected, totalizing 60 and 12 samples, respectively. These six properties were detected VACV in samples crusts. The coinfection between PPV and VACV was confirm in four properties by convencional PCR for gene B2L amplification. Milk samples were analyzed only the four positive farms for PPV, totalizing 40 samples. PPV DNA was detected in 12 samples, accounting for 30% of samples tested. These 12, eight samples had coinfection between PPV and VACV, accounting for 66,7%. The results showed that contaminated milk can be source of transmission of VACV in murine model and mice infected do not present clinical signs and can eliminate vírus by faeces and oral mucosa. Moreover, the maturation processo is able to reduce viral load in cheeses, but it does not inactived VACV at least 60 days. The detection de VACV in commercial artisan cheeses samples, mainly produced in properties without BV outbreaks, suggest that VACV can circular silently between properties. Futhermore, milk samples can be contaminated with two or more poxvirus species. Thus, the consumption of contaminated milk and artisan cheeses with VACV can be public health risk. But, more studies are necessary to determine the possible risk of vírus transmission to humans associated to consumption of milk and artisan cheeses contaminated with VACV.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLeite AnálisePoxvírusBovino de leite DoençasQueijo AnáliseVacciniaVaccinia virusleite crumodelo murinoqueijos artesanaismaturaçãotransmissãoTransmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leiteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALizabelle_silva_rehfeld.pdfapplication/pdf3197786https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-AB7QWA/1/izabelle_silva_rehfeld.pdff9689f0cda97b8e965efe0187dc35a36MD51TEXTizabelle_silva_rehfeld.pdf.txtizabelle_silva_rehfeld.pdf.txtExtracted texttext/plain294985https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-AB7QWA/2/izabelle_silva_rehfeld.pdf.txtf6652dddc289e81a96dc04cc41e3c942MD521843/SMOC-AB7QWA2019-11-14 07:42:34.951oai:repositorio.ufmg.br:1843/SMOC-AB7QWARepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:42:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
title Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
spellingShingle Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
Izabelle Silva Rehfeld
Vaccinia virus
leite cru
modelo murino
queijos artesanais
maturação
transmissão
Leite Análise
Poxvírus
Bovino de leite Doenças
Queijo Análise
Vaccinia
title_short Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
title_full Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
title_fullStr Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
title_full_unstemmed Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
title_sort Transmissão de vaccinia virus pelo leite em modelo murino; detecção e viabilidade de poxivírus no queijo e leite
author Izabelle Silva Rehfeld
author_facet Izabelle Silva Rehfeld
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Zelia Ines Portela Lobato
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Maria Isabel Maldonado Coelho Guedes
dc.contributor.advisor-co2.fl_str_mv Marcelo Resende de Souza
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Monica Maria O Pinho Cerqueira
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Giliane de Souza Trindade
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Danielle Ferreira de Magalhaes
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Marcelo Fernandes Camargos
dc.contributor.author.fl_str_mv Izabelle Silva Rehfeld
contributor_str_mv Zelia Ines Portela Lobato
Maria Isabel Maldonado Coelho Guedes
Marcelo Resende de Souza
Monica Maria O Pinho Cerqueira
Giliane de Souza Trindade
Danielle Ferreira de Magalhaes
Marcelo Fernandes Camargos
dc.subject.por.fl_str_mv Vaccinia virus
leite cru
modelo murino
queijos artesanais
maturação
transmissão
topic Vaccinia virus
leite cru
modelo murino
queijos artesanais
maturação
transmissão
Leite Análise
Poxvírus
Bovino de leite Doenças
Queijo Análise
Vaccinia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Leite Análise
Poxvírus
Bovino de leite Doenças
Queijo Análise
Vaccinia
description A vaccínia bovina (VB) é uma zoonose causada pelo Vaccinia virus (VACV) que afeta principalmente vacas leiteiras e humanos. Estudos prévios têm detectado partículas virais viáveis de VACV em amostras de leite de vacas natural e experimentalmente infectadas. Porém, ainda não se sabe se o leite contaminado pode transmitir VACV após o consumo. Por outro lado, há um estudo que mostra que humanos, inclusive crianças, que vivem em áreas endêmicas de VB, mas que nunca tiveram contato com vacas doentes, apresentaram anticorpos anti-OPXV, sugerindo que o VACV pode ser transmitido por outras vias. Levando em consideração o previamente exposto, esta tese teve como objetivo estudar a transmissão de VACV pelo leite em modelo murino e a detecção e viabilidade de poxvirus no queijo e leite. No capítulo 1, 30 camundongos receberam 100 µl de leite, por via oral, contendo 106 UFP de VACV-GP2. Amostras de suabe oral (SO), fezes, tecidos e sangue foram coletadas e analisadas. Nenhuma alteração clínica foi observada nos camundongos. DNA viral foi detectado, de forma intermitente, nas amostras de SO e de tecidos a partir do 2º d.p.i., enquanto em amostras de sangue e fezes a partir do 5º d.p.i. A detecção ocorreu até o 10ºd.p.i. em SOs e, nas demais amostras, até o 30º d.p.i. Em todos os tecidos dos animais infectados, exceto coração, tonsila, língua, estômago and duodeno, foram observados imunomarcação intracitoplasmática na técnica de IHQ em todos os tempos analisados. Anticorpos neutralizantes (AN) foram detectados no 20º e no 30º d.p.i. em 50% dos camundongos infectados. No capítulo 2, 12 L de leite foram contaminados com 105 UFP/ml de VACV-GP2 e seis queijos foram produzidos. Os queijos foram submetidos ao processo de maturação durante 1, 7, 14, 21, 45 e 60 dias a 25ºC. As amostras de queijo foram quantificadas na qPCR e tituladas em células VERO. A quantificação e a titulação viral apresentaram redução no decorrer do tempo de maturação, porém, não apresentaram diferença estatística. O 3º capítulo refere-se à detecção de VACV em amostras de queijos de campo provenientes de propriedades com e sem surto de VB. Cinquenta e nove queijos frescos e maturados foram coletados e analisados, sendo que dez queijos foram produzidos em propriedades com casos de VB e 49, oriundos de fazendas sem histórico da doença. A técnica de PCR-nested foi utilizada na detecção de DNA viral. As amostras de queijo positivas na PCR-nested foram inoculadas em cultivo celular ou membrana corioalantóide de ovos embrionados (MCA) de galinha. A confirmação do efeito citopático (ECP) foi realizadapelas técnicas de imunoperoxidase em monocamada celular (IPMC) e qPCR, respectivamente. O DNA viral foi detectado em 43 das 59 amostras testadas. Destas, 11 tinham partículas infecciosas do VACV, sendo quatro amostras oriundas de propriedades sem casos de VB. No último capítulo, seis propriedades leiteiras em Minas Gerais, com surtos de doenças vesiculares acometendo vacas em lactação, bezerros e humanos, foram visitadas. Aleatoriamente, foram selecionadas, por propriedade, dez vacas com lesões e amostras de leite foram coletadas, totalizando 60 amostras de leite. Além disso, duas crostas das lesões nos tetos das vacas também foram coletadas em cada fazenda, totalizando 12 crostas. Das seis propriedades estudadas, em todas foi confirmada a presença de OPXV nas amostras de crosta. A existência de coinfecção de PPV e de OPXV foi confirmada em quatro delas. Como duas propriedades foram negativas para PPV, as amostras de leite, provenientes das vacas destas propriedades, não foram analisadas. Com relação aos leites testados, foi observada amplificação para o gene B2L em 12 amostras das 40 analisadas, indicando a presença de PPV em 30% dos leites testados. Destas 12, oito estavam contaminadas tanto com PPV quanto com OPXV. Os resultados mostraram que leite contaminado pode ser fonte de infecçãode VACV em modelo murino, sendo que os animais apresentaram infecção subclínica com distribuição sistêmica e eliminação pelas fezes e mucosa oral. Além disso, o processo de maturação do queijo reduz o número de partículas virais viáveis, mas não foi capaz de inativar o vírus durante os 60 dias testados. Por outro lado, a detecção de VACV em amostras de queijos Minas artesanais mostrou que o VACV pode circular de forma silenciosa, uma vez que houve detecção em amostras de queijos de propriedades sem surto de VB. Além disso, foi possível detectar coinfecção de PPV e VACV em amostras de leite de propriedades com surto de doenças vesiculares. Desta forma, o consumo de leite e queijos contaminados com VACV pode ser um risco para a saúde pública. Porém, mais estudos são necessários para determinar o possível risco de transmissão do vírus para humanos associado ao consumo de leite e queijos artesanais contaminados com VACV.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-02-16
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-11T19:25:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-11T19:25:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/SMOC-AB7QWA
url http://hdl.handle.net/1843/SMOC-AB7QWA
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-AB7QWA/1/izabelle_silva_rehfeld.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SMOC-AB7QWA/2/izabelle_silva_rehfeld.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv f9689f0cda97b8e965efe0187dc35a36
f6652dddc289e81a96dc04cc41e3c942
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589346493726720