Tentativas de suicídio por meio de medicamento: as percepções dos adolescentes

• Autor(a) principal: Marilia Avila de Freitas Aguiar
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8N2J49
• topic: Intoxicação exógena; Adolescentes; Tentativa de suicídio; Epidemiologia; Saúde Pública; Comportamento do adolescente/psicologia; Saúde pública; Serviços de saúde para adolescentes; Relações familiares; Tentativa de suicídio; Vigilância epidemiológica; Medicamentos sem prescrição/envenenamento; Adolescente; Automedicação

A tentativa de suicídio vem se constituindo num grave problema de saúde pública. Na adolescência, se mostra como sinal de alarme. O presente estudo tem por objetivos traçar o perfil desses jovens e buscar compreender e interpretar suas percepções, ideias, sentimentos e atitudes em relação ao ambiente familiar e às suas relações interpessoais e afetivas bem como no tocante à motivação e ao planejamento, às consequências e às medidas adotadas após a tentativa. Foram avaliados 71 prontuários de adolescentes de 12 a 17 anos que foram admitidos em pronto socorro público no período de agosto de 2008 a julho de 2009, com diagnóstico de intoxicação exógena, seja ela intencional ou acidental. Numa segunda parte, 10 adolescentes que utilizaram drogas psicoativas foram entrevistados. A maioria dos casos foi com meninas. A média de idade foi de 15,2 anos. O termo mais utilizado na identificação do diagnóstico foi Intoxicação e o meio ingestão de medicamentos, seguido por ingestão de veneno. A maioria das tentativas ocorreu na própria residência. Os conflitos relacionais aparecem como a motivação mais freqüente. Desses, os familiares foram os mais comuns. Os resultados das entrevistas foram agrupados em oito categorias: as relações interpessoais; o cotidiano; a autoimagem; o contato medicamentos psicoativos e outras drogas; história da tentativa; a percepção, a atitude e os sentimentos dos adolescentes após a tentativa; o acompanhamento terapêutico após a tentativa; a relação com os profissionais de saúde. A ambigüidade de sentimentos, a falta de diálogo e de intimidade e o cotidiano ocioso além da sedação de conflitos, da inabilidade de comunicação e da sensação de não pertencimento foram levantados como importantes condições na vida desses jovens. Esse estudo pode ser útil para nos auxiliar no diagnóstico e também no estabelecimento de políticas assistenciais e preventivas voltadas aos jovens, a fim de oferecer apoio tanto aos adolescentes quanto a seus familiares e demais envolvidos. O principal mérito é dar voz ao adolescente que tentou suicídio e apresentar a sua percepção sobre o tema. Além de conhecer o problema, precisamos buscar maneiras mais efetivas de intervenção