Como tentar (se) esconder d(o) tempo: um estudo sobre as potencialidades da imagem latente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Icaro Moreno Ramos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LOMC-BDZGX5
Resumo: O trabalho que se desenrola nas próximas páginas é uma tentativa de resposta às perguntas lançadas por mim através de um dos meus trabalhos: aquele em que soldo uma câmera 6x7 para lacrar dentro dela 10 imagens feitas para nunca serem vistas as imagens do meu pai pouco antes de sua morte, num leito de hospital.Diante desse gesto, dentre muitas perguntas, vem existir e resistir como um leitmotiv essa: há imagens, no campo das artes, para não serem visualizadas? Assim como as imagens do meu pai moribundo, há um conjunto de imagens que são de algum modo guardadas para não serem vistas? Partindo dessas imagens invisibilizadas, trataremos de pensar a visão como um ato cindido desde a base, utilizando, para tanto, um conjunto conceitual obtido principalmente de pensadores como Georges Didi-Huberman, Maurice Merleau-Ponty, Jacques Derrida e Walter Benjamin. E já que mesmo as imagens sem manifestação tem inevitavelmente um aparelho de funcionamento visual para encobri-las, discorreremos a respeito do jogo furtivo e também constituinte dos seusdebaixos. Dentre essas imagens, a fotografia não revelada, chamada imagem latente, terá um lugar de destaque, principalmente nos momentos em que ela deixará de ser realizada como uma mera condição da práxis fotográfica para atuar como uma estratégia poética.Convocaremos, no intuito de cercar essa questão, enriquecendo-a, trabalhos de artistas como Robert Barry, ChimPom, Alfredo Jaar, Pierre Huyghe, Jochen Gerz, Doris Salcedo, Christine Koslov, Oscar Molina e Lorena Guillén Vaschetti (dentre outros). Meu próprio trabalho plástico e processo criativo também estarão presentes na pesquisa, seja por meio de uma práxis artística em que se apliquem conhecimentos trazidos pelas reflexões teóricas, seja por meio de uma reflexão analítica que retroalimente as próprias obras.
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