Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: vigilância auditiva e visual na ótica dos profissionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marina Amazildes Rocha
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ANDO-A77H7J
Resumo: O Serviço de Atendimento Móvel de urgencia (SAMU) é lócus privilegiado de visibilidade permitindo assim vigilância continua sob o trabalho realizado e a movimentação dos profissionais e ambulâncias. A utilização de equipamentos como telefone, rádio, sistemas de localização tipo GPS permitem o contato permanente da Central de Regulação com as equipes em atendimento e acesso de todos às informações veiculadas entre esses. A população, por sua vez, acompanha a circulação das ambulâncias e dos profissionais, bem como os atendimentos realizados. Esta vigilância explícita ou implícita, ao passo que cerceia a liberdade dos profissionais do SAMU também viabiliza a manutenção dos efeitos do poder disciplinar sob os mesmos e suas condutas. O estudo teve como objetivo analisar a configuração da vigilância na perspectiva dos profissionais do SAMU e sua interferência no cotidiano do trabalho. Foi realizado um estudo de caso qualitativo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, com 13 profissionais do SAMU do municipio de Contagem, sendo atendidos os preceitos éticos. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo. Os resultados mostraram que os profissionais do SAMU percebem-se observados todo o tempo, principalmente pela população, em vias públicas, que acompanha os atendimentos e utiliza da tecnologia mais acessível dos celulares para fotografar e filmar as cenas de atendimento, ora por curiosidade, ora como forma de vigilância. A utilização de rádio, telefone e GPS, pelo sistema, no contato da Central de Regulação com as equipes foram relatados como fator que transmite segurança, não sendo compreendido como uma vigilância pelos profissionais. Nesse sentido, a vigilância interna do sistema não causa desconforto para os profissionais, entretanto, a vigilância externa em cenas de atendimento pela população e pela mídia gera nos profissionais maior tensão durante os procedimentos, maior preocupação com o julgamento sobre sua atuação e até mesmo a necessidade de atualização e aperfeiçoamento do trabalho realizado. A exposição na mídia explora aspectos negativos que, verdadeiros ou não, dificultam o esclarecimento da função do serviço para a população. Em síntese, considera-se que os profissionais reconhecem a vigilância interna do SAMU como positiva já que lhe garantem maior segurança, mas se aflingem da vigilância externa ao serviço, principalmente, em cenas de atendimento de rua por considerar que dificultam o trabalho e as críticas nem sempre são verdadeiras por desconhecerem o trabalho técnico realizado.
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O estudo teve como objetivo analisar a configuração da vigilância na perspectiva dos profissionais do SAMU e sua interferência no cotidiano do trabalho. Foi realizado um estudo de caso qualitativo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, com 13 profissionais do SAMU do municipio de Contagem, sendo atendidos os preceitos éticos. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo. Os resultados mostraram que os profissionais do SAMU percebem-se observados todo o tempo, principalmente pela população, em vias públicas, que acompanha os atendimentos e utiliza da tecnologia mais acessível dos celulares para fotografar e filmar as cenas de atendimento, ora por curiosidade, ora como forma de vigilância. A utilização de rádio, telefone e GPS, pelo sistema, no contato da Central de Regulação com as equipes foram relatados como fator que transmite segurança, não sendo compreendido como uma vigilância pelos profissionais. Nesse sentido, a vigilância interna do sistema não causa desconforto para os profissionais, entretanto, a vigilância externa em cenas de atendimento pela população e pela mídia gera nos profissionais maior tensão durante os procedimentos, maior preocupação com o julgamento sobre sua atuação e até mesmo a necessidade de atualização e aperfeiçoamento do trabalho realizado. A exposição na mídia explora aspectos negativos que, verdadeiros ou não, dificultam o esclarecimento da função do serviço para a população. Em síntese, considera-se que os profissionais reconhecem a vigilância interna do SAMU como positiva já que lhe garantem maior segurança, mas se aflingem da vigilância externa ao serviço, principalmente, em cenas de atendimento de rua por considerar que dificultam o trabalho e as críticas nem sempre são verdadeiras por desconhecerem o trabalho técnico realizado.The Mobile Emergency Care Service (SAMU) is privileged locus of visibility allowing surveillance continues in the work and the movement of professionals and ambulances. The use of equipment such as telephone, radio, GPS type tracking systems allow the permanent contact of Regulation Center with teams in attendance and access all the information conveyed between. The population, in turn, follows the movement of ambulances and professionals, as well as the services rendered. This explicit or implicit surveillance, while curtails freedom for SAMU crews also enables the maintenance of the effects of disciplinary power on them and their behavior. The study aimed to analyze the configuration of surveillance in view of the SAMU professionals and interference in daily work. A qualitative case study was conducted. Data were collected through semi-structured interviews with 13 professionals from SAMU municipality of Contagem, the ethical principles being met. The interviews were subjected to content analysis. The results showed that the professionals of the SAMU perceive themselves observed all the time, especially by the population on public roads, accompanying the care and use of technology more accessible from mobile phones to photograph and film the scenes of care, either out of curiosity, why as a way of monitoring. The use of radio, telephone and GPS, the system at the touch of Regulation Center with the teams have been reported as a factor that conveys security, not being understood as a surveillance by the professionals. In this sense, the internal surveillance system does not cause discomfort to the professionals, however, external surveillance service for the population and the media scenes creates in professional higher voltage during procedures, greater concern for the judgment on its activities and even need for updating and improvement of the work done. The media exposure explores negative aspects that, true or not, hinder clarification of the service function for the population. In short, it is considered that professionals recognize the internal monitoring of SAMU as positive as they provide greater security to him, but grieve the external surveillance service, mainly in street answering scenes considering that hinder the work and criticism they are not always true for not knowing the technical work done.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGServiços Médicos de EmergênciaPoder (Psicologia)AmbulânciasEnfermagemPesquisa QualitativaControles Informais da SociedadeAmbulânciaComunicaçãoVigilânciaServiço Médico de EmergênciaServiço de Atendimento Móvel de Urgência: vigilância auditiva e visual na ótica dos profissionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_final___vers_o_para_impress_o_marina.pdfapplication/pdf1563856https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ANDO-A77H7J/1/disserta__o_final___vers_o_para_impress_o_marina.pdf5c41426976924a89cb04ca4d7f59235dMD51TEXTdisserta__o_final___vers_o_para_impress_o_marina.pdf.txtdisserta__o_final___vers_o_para_impress_o_marina.pdf.txtExtracted texttext/plain165040https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ANDO-A77H7J/2/disserta__o_final___vers_o_para_impress_o_marina.pdf.txt6367206e88632b92547719b93377ccd0MD521843/ANDO-A77H7J2019-11-14 19:38:11.541oai:repositorio.ufmg.br:1843/ANDO-A77H7JRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:38:11Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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