Fotossensibilização por Brachiaria ruziziensis em ovinos: avaliações clínica, patológica, micológica e fitoquímica por LC-MS/MS

• Autor(a) principal: Gabriella Matoso Lima Diamantino
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B49K63
• topic: Brachiaria spp; protodioscina; esporidesmina; saponinas; envenenamento de plantas; Pithomyces chartarum; Ciência animal

Algumas espécies do gênero Brachiaria são cultivadas mundialmente em regiões de clima tropical e subtropical como a principal forragem para ruminantes. Diversos trabalhos relatam a fotossensibilização hepatógena por Brachiaria decumbens, B. brizantha e B. humidicola, mas a Brachiaria ruziziensis somente foi relatada no Brasil em dois trabalhos. As lesões cutâneas e hepáticas podem ter como causadores as saponinas presentes nas folhas ou a micotoxina esporidesmina produzida pelo fungo saprófito Pithomyces chartarum. O presente trabalho tem como objetivo descrever as alterações clínicas e patológicas em surto de fotossensibilização hepatógena causada pela B. ruziziensis em ovinos. Além disto, pretende oferecer subsídios para se entender melhor a etiologia desta fotossensibilização, por meio da avaliação da concentração de saponina esteroidal protodioscina e da contagem de esporos de P. chartarum. Ovinos mestiços da raça Santa Inês, apresentaram sinais de fotossensibilização ao serem alimentados por novo clone de B. ruziziensis. Os sinais clínicos incluíram icterícia, apatia, desidratação e fotossensibilização, caracterizadas por edema facial e cicatrizes cutâneas, principalmente nos ouvidos. Durante a necropsia de um animal que foi a óbito, foi observado icterícia generalizada, lesões crostosas na face e principalmente em orelhas; os rins e fígado se apresentaram firmes e esverdeados. Histologicamente, o fígado apresentou infiltrado difuso de macrófagos espumosos, raras células multinucleadas, aumento discreto de volume dos hepatócitos (megalocitose) característico de hepatite histiocítica aguda difusa acentuada com macrófagos espumosos; e na pele, necrose epidermal e dermal focalmente extensa aguda acentuada com trombos oclusivos. O clone de B. ruziziensis mostrou níveis baixos de protodioscina (0,0200,024% nas folhas maduras e 0,0650,084% na planta em brotação) com base na análise por LC-MS/MS e altas contagens de esporos de P. chartarum (média de 479.844±443.951 esporos/g de planta). Assim, é provável que a fotossensibilização pela B. ruziziensis aqui descrita tenha sido causada pela micotoxina da esporidesmina.