A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/38769 |
Resumo: | Essa tese é um estudo da ditadura militar (1964-1988), a partir do ponto de vista do povo indígena Xakriabá, cujo território situa-se no noroeste do estado de Minas Gerais. Em termos metodológicos, a pesquisa foi produzida a partir da articulação entre os aportes conceituais da etno-história, da etnografia e da “historiografia em viés testemunhal”, colocando-se em diálogo com contribuições do campo historiográfico e antropológico e das epistemologias indígenas. Buscou-se o afastamento de abordagens teóricas que interpretam as experiências de contato entre povos indígenas e mundos não-indígenas por meio da ideia de “mestiçagem como hibridismo”, refletindo-se sobre as possibilidades de agenciamentos indígenas que não impliquem o que, em geral, se entende por “sincretismo”. Sendo assim, foram privilegiadas as teorias que analisam processos que podem ser entendidos como práticas de contra ou anti-mestiçagem, enfatizando-se os conceitos nativos Xakriabá e a maneira pela qual o próprio povo indígena pensa e constrói significado para suas experiências. Nesse sentido, a ditadura, do ponto de vista Xakriabá – concebida como uma “guerra” – que possui temporalidades próprias (o “tempo da luta pela terra” ou da “guerra dos 18 anos”), não pode ser apreendida, simplesmente, pela perspectiva da “resistência”. Embora resistir às intrusões do Estado seja um aspecto relevante nas experiências vivenciadas, as formas do povo Xakriabá compreender e vivenciar a temporalidade da ditadura evidenciam estratégias de existência ou práticas de se “fazer-mundos” específicas, sustentadas por sua cosmovisão. Essas estratégias e práticas, geralmente à margem das escritas acadêmicas mais presentes na historiografia da ditadura, conformam uma operação historiográfica nativa, de base contramestiça e contracolonial. A tese também se dedica a compreender como os Xakriabá contemporâneos se relacionam com esses passados e o que produzem a partir deles no presente. Na relação com esses passados, destacam-se complexos processos de “retomada da cultura” ou de “reativação da memória”, que não se atém unicamente a uma perspectiva de retorno ao passado ou da tradição. Embora os ensinamentos dos “antigos” sejam decisivos para esses agenciamentos, essas práticas revelam projetos e possibilidades de devires indígenas, implicando formas de se “fazer-pessoas Xakriabá” e curar o território, que incluem humanos, não-humanos, Cerrado, “antigos”, Xakriabá contemporâneos e “os que ainda estão por vir” |
id |
UFMG_f8e02b5b0bb596ffbc79279e0477e9e5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/38769 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Miriam Hermeto de Sá Mottahttp://lattes.cnpq.br/7537281411726187Cristiane de Assis PortelaRodrigo Patto Sá MottaEdgar Rodrigues Barbosa NetoEdson Machado de Britohttp://lattes.cnpq.br/4777162566366921Juliana Ventura de Souza Fernandes2021-12-01T16:02:40Z2021-12-01T16:02:40Z2020-12-08http://hdl.handle.net/1843/38769Essa tese é um estudo da ditadura militar (1964-1988), a partir do ponto de vista do povo indígena Xakriabá, cujo território situa-se no noroeste do estado de Minas Gerais. Em termos metodológicos, a pesquisa foi produzida a partir da articulação entre os aportes conceituais da etno-história, da etnografia e da “historiografia em viés testemunhal”, colocando-se em diálogo com contribuições do campo historiográfico e antropológico e das epistemologias indígenas. Buscou-se o afastamento de abordagens teóricas que interpretam as experiências de contato entre povos indígenas e mundos não-indígenas por meio da ideia de “mestiçagem como hibridismo”, refletindo-se sobre as possibilidades de agenciamentos indígenas que não impliquem o que, em geral, se entende por “sincretismo”. Sendo assim, foram privilegiadas as teorias que analisam processos que podem ser entendidos como práticas de contra ou anti-mestiçagem, enfatizando-se os conceitos nativos Xakriabá e a maneira pela qual o próprio povo indígena pensa e constrói significado para suas experiências. Nesse sentido, a ditadura, do ponto de vista Xakriabá – concebida como uma “guerra” – que possui temporalidades próprias (o “tempo da luta pela terra” ou da “guerra dos 18 anos”), não pode ser apreendida, simplesmente, pela perspectiva da “resistência”. Embora resistir às intrusões do Estado seja um aspecto relevante nas experiências vivenciadas, as formas do povo Xakriabá compreender e vivenciar a temporalidade da ditadura evidenciam estratégias de existência ou práticas de se “fazer-mundos” específicas, sustentadas por sua cosmovisão. Essas estratégias e práticas, geralmente à margem das escritas acadêmicas mais presentes na historiografia da ditadura, conformam uma operação historiográfica nativa, de base contramestiça e contracolonial. A tese também se dedica a compreender como os Xakriabá contemporâneos se relacionam com esses passados e o que produzem a partir deles no presente. Na relação com esses passados, destacam-se complexos processos de “retomada da cultura” ou de “reativação da memória”, que não se atém unicamente a uma perspectiva de retorno ao passado ou da tradição. Embora os ensinamentos dos “antigos” sejam decisivos para esses agenciamentos, essas práticas revelam projetos e possibilidades de devires indígenas, implicando formas de se “fazer-pessoas Xakriabá” e curar o território, que incluem humanos, não-humanos, Cerrado, “antigos”, Xakriabá contemporâneos e “os que ainda estão por vir”This PhD dissertation is a study of military dictatorship (1964-1988) from the point of view of the Xakriabá, whose indigenous territory is located in the North-east of the state of Minas Gerais. In terms of methodology, this research study draws from concepts of ethnohistory, ethnography, testimonial historiography, and contributions derived from the interplay of historiography, anthropology, and indigenous epistemologies. Theoretical approaches seeking to interpret the experience of contact between indigenous peoples and the non-indigenous world by means of the “hybridity as mestizaje” discourse have been avoided, whereas those looking at the possibility of indigenous agency that would not rely on what is generally understood as “syncretism” have been considered. Therefore, theories that analyze processes that could be understood as counter- or anti-miscegenation were preferred, thus highlighting traditional concepts of the Xakriabá and the ways indigenous people think and make sense of their own experiences. In this way, the military dictatorship, from the perspective of the Xakriabá - conceived as a “war” - and their own understanding of temporality (“the time of the struggle for land” or “The Eighteen Years’ War”), can not be grasped simply by the perspective of “resistance.” Although the struggles against intrusions of the State are of special relevance in the experiences lived, the ways the Xakriabá understand and experience the temporality of the military dictatorship point to specific strategies of existence or practices of “world-making,” sustained by their own cosmovision. Generally on the margins of academic writing on the historiography of military dictatorship, such strategies and practices help to shape a native historiographic process, based on counter-miscegenation and counter-colonialism. This work also focuses on the understanding of how contemporary Xakriabás relate with such past events and what they make of that past now. When dealing with that past, complex processes of “cultural reclaiming” and “memory reactivation” can be observed, although they don’t solely indicate a perspective of return to the past or tradition. In spite of the fact that the teachings of their “ancestors” are key elements of their agency, such practices unveil projects and possibilities of indigenous becoming, entailing ways of “peoplemaking” and healing the Xakriabá territory, which includes humans, non-humans, the Cerrado, “the ancestors,” contemporary Xakriabá and “the ones still to come.”porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDitadura militarHistória indígenaPovo XakriabáRetomadaContramestiçagemA “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memóriaThe Eighteen years´ war : repertoires to exist and resist military dictatorship anda other ends of the world : a perspective of the Xakriabá people and their cosmopolitics of memory.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52ORIGINALJuliana_Ventura_de_Souza_Fernandes_Tese.pdfJuliana_Ventura_de_Souza_Fernandes_Tese.pdfapplication/pdf5813586https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/6/Juliana_Ventura_de_Souza_Fernandes_Tese.pdf7b2ac0181e26efc4c18c39c852fdc232MD56LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/7/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD571843/387692021-12-01 13:02:41.387oai:repositorio.ufmg.br:1843/38769TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-12-01T16:02:41Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
The Eighteen years´ war : repertoires to exist and resist military dictatorship anda other ends of the world : a perspective of the Xakriabá people and their cosmopolitics of memory. |
title |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
spellingShingle |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória Juliana Ventura de Souza Fernandes Ditadura militar História indígena Povo Xakriabá Retomada Contramestiçagem |
title_short |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
title_full |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
title_fullStr |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
title_full_unstemmed |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
title_sort |
A “Guerra dos 18 anos” : repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo : uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória |
author |
Juliana Ventura de Souza Fernandes |
author_facet |
Juliana Ventura de Souza Fernandes |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Miriam Hermeto de Sá Motta |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/7537281411726187 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Cristiane de Assis Portela |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Rodrigo Patto Sá Motta |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Edgar Rodrigues Barbosa Neto |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Edson Machado de Brito |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4777162566366921 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Juliana Ventura de Souza Fernandes |
contributor_str_mv |
Miriam Hermeto de Sá Motta Cristiane de Assis Portela Rodrigo Patto Sá Motta Edgar Rodrigues Barbosa Neto Edson Machado de Brito |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ditadura militar História indígena Povo Xakriabá Retomada Contramestiçagem |
topic |
Ditadura militar História indígena Povo Xakriabá Retomada Contramestiçagem |
description |
Essa tese é um estudo da ditadura militar (1964-1988), a partir do ponto de vista do povo indígena Xakriabá, cujo território situa-se no noroeste do estado de Minas Gerais. Em termos metodológicos, a pesquisa foi produzida a partir da articulação entre os aportes conceituais da etno-história, da etnografia e da “historiografia em viés testemunhal”, colocando-se em diálogo com contribuições do campo historiográfico e antropológico e das epistemologias indígenas. Buscou-se o afastamento de abordagens teóricas que interpretam as experiências de contato entre povos indígenas e mundos não-indígenas por meio da ideia de “mestiçagem como hibridismo”, refletindo-se sobre as possibilidades de agenciamentos indígenas que não impliquem o que, em geral, se entende por “sincretismo”. Sendo assim, foram privilegiadas as teorias que analisam processos que podem ser entendidos como práticas de contra ou anti-mestiçagem, enfatizando-se os conceitos nativos Xakriabá e a maneira pela qual o próprio povo indígena pensa e constrói significado para suas experiências. Nesse sentido, a ditadura, do ponto de vista Xakriabá – concebida como uma “guerra” – que possui temporalidades próprias (o “tempo da luta pela terra” ou da “guerra dos 18 anos”), não pode ser apreendida, simplesmente, pela perspectiva da “resistência”. Embora resistir às intrusões do Estado seja um aspecto relevante nas experiências vivenciadas, as formas do povo Xakriabá compreender e vivenciar a temporalidade da ditadura evidenciam estratégias de existência ou práticas de se “fazer-mundos” específicas, sustentadas por sua cosmovisão. Essas estratégias e práticas, geralmente à margem das escritas acadêmicas mais presentes na historiografia da ditadura, conformam uma operação historiográfica nativa, de base contramestiça e contracolonial. A tese também se dedica a compreender como os Xakriabá contemporâneos se relacionam com esses passados e o que produzem a partir deles no presente. Na relação com esses passados, destacam-se complexos processos de “retomada da cultura” ou de “reativação da memória”, que não se atém unicamente a uma perspectiva de retorno ao passado ou da tradição. Embora os ensinamentos dos “antigos” sejam decisivos para esses agenciamentos, essas práticas revelam projetos e possibilidades de devires indígenas, implicando formas de se “fazer-pessoas Xakriabá” e curar o território, que incluem humanos, não-humanos, Cerrado, “antigos”, Xakriabá contemporâneos e “os que ainda estão por vir” |
publishDate |
2020 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020-12-08 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2021-12-01T16:02:40Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-12-01T16:02:40Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/38769 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/38769 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em História |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/2/license_rdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/6/Juliana_Ventura_de_Souza_Fernandes_Tese.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38769/7/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab 7b2ac0181e26efc4c18c39c852fdc232 cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589526710386688 |