Do Pocinho Cabeças: a televisão pelo olhar das crianças de Ouro Preto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/FAEC-857NFJ |
Resumo: | Pesquisas no Brasil e no mundo garantem que as crianças passam, em média, de 3 a 5 horas diárias em frente de uma televisão. Tempo muitas vezes superior ao que passam na escola ou em qualquer outra atividade cotidiana. E, certamente, é tempo suficiente para que se estabeleça uma relação social entre criança e TV. Essa relação tem sido interpretada das mais diversas formas: como entretenimento para criança, como objeto de consumo e instrumento de consumismo, como manipulação de caráter, como concorrência para a infância e escola. Essas apropriações, no entanto, enfatizam apenas um suposto confronto entre a criança e a TV, desprezando o que esse encontro é na realidade: uma relação complexa, multifacetada e polifônica que não é realizada apenas entre elas, TV e criança, mas com tudo e todos que as cercam e o meio sócio-ambiental onde estão inseridos. Como relação, TV e criança devem ser encaradas como o que resulta do seu encontro, como que colocados em comum. Cada vez mais próximos, os campos da Educação e Comunicação já ajudam a explicar essa relação entre TV e telespectador, se estendendo às crianças. Assim, convocam-se os pensadores russos, do início do Séc. XX, L.S. Vigotski e Mikhail Bakthin, que são referências no pensamento educacionais e entusiastas das relações sociais como formadoras. Além desses autores, que oferecem o distanciamento necessário para se observar os sujeitos e o objeto, são trazidas as contribuições de Bernard Charlot e de outros trabalhos com pesquisas semelhantes. O objetivo é descobrir um pouco mais desta relação, criança e TV, por si só um objeto de estudo, mas a partir de lugar diferenciado de boa parte das discussões sobre TV e criança: do olhar das próprias crianças, nem sempre levadas em conta, desvinculando, desse modo, a visão do adulto, de seus próprios paradigmas sobre o que ele pensa ser a infância. Para isso, foram realizadas 21 intervenções em três turmas de 4ª. Série da cidade mineira de Ouro Preto, em duas escolas, uma particular de classe média, outra pública situada em uma periferia que atende uma população menos favorecida economicamente. Além dos exercícios em sala de aula, as 62 crianças participantes levavam seus caderninhos de TV para casa onde faziam anotações e outras atividades que pudessem registrar suas impressões pessoais. A partir desses dados se reconstrói um pouco dessa relação, mas também se descortina novas dúvidas e perspectivas. A criança que emerge se mostra um ser cultural ativo, que em boa parte tem condições de entender e se apropriar do que é bom e ruim em sua relação com a TV. É também uma criança consciente de sua condição frágil, que pede por referências e limites, que gosta de televisão tanto quanto os adultos, mas ainda tem fortes laços afetivos e referenciais com seus pais e seu meio-ambiente, que determinam suas relações sociais, inclusive com sua TV. |
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Maria Aparecida Paiva S dos SantosMaria Aparecida BaccegaSandra de Fatima Pereira TostaIsabel Cristina Alves da Silva FradeEduardo Fleury MortimerClaudio Marcio Magalhaes2019-08-13T03:22:53Z2019-08-13T03:22:53Z2005-12-09http://hdl.handle.net/1843/FAEC-857NFJPesquisas no Brasil e no mundo garantem que as crianças passam, em média, de 3 a 5 horas diárias em frente de uma televisão. Tempo muitas vezes superior ao que passam na escola ou em qualquer outra atividade cotidiana. E, certamente, é tempo suficiente para que se estabeleça uma relação social entre criança e TV. Essa relação tem sido interpretada das mais diversas formas: como entretenimento para criança, como objeto de consumo e instrumento de consumismo, como manipulação de caráter, como concorrência para a infância e escola. Essas apropriações, no entanto, enfatizam apenas um suposto confronto entre a criança e a TV, desprezando o que esse encontro é na realidade: uma relação complexa, multifacetada e polifônica que não é realizada apenas entre elas, TV e criança, mas com tudo e todos que as cercam e o meio sócio-ambiental onde estão inseridos. Como relação, TV e criança devem ser encaradas como o que resulta do seu encontro, como que colocados em comum. Cada vez mais próximos, os campos da Educação e Comunicação já ajudam a explicar essa relação entre TV e telespectador, se estendendo às crianças. Assim, convocam-se os pensadores russos, do início do Séc. XX, L.S. Vigotski e Mikhail Bakthin, que são referências no pensamento educacionais e entusiastas das relações sociais como formadoras. Além desses autores, que oferecem o distanciamento necessário para se observar os sujeitos e o objeto, são trazidas as contribuições de Bernard Charlot e de outros trabalhos com pesquisas semelhantes. O objetivo é descobrir um pouco mais desta relação, criança e TV, por si só um objeto de estudo, mas a partir de lugar diferenciado de boa parte das discussões sobre TV e criança: do olhar das próprias crianças, nem sempre levadas em conta, desvinculando, desse modo, a visão do adulto, de seus próprios paradigmas sobre o que ele pensa ser a infância. Para isso, foram realizadas 21 intervenções em três turmas de 4ª. Série da cidade mineira de Ouro Preto, em duas escolas, uma particular de classe média, outra pública situada em uma periferia que atende uma população menos favorecida economicamente. Além dos exercícios em sala de aula, as 62 crianças participantes levavam seus caderninhos de TV para casa onde faziam anotações e outras atividades que pudessem registrar suas impressões pessoais. A partir desses dados se reconstrói um pouco dessa relação, mas também se descortina novas dúvidas e perspectivas. A criança que emerge se mostra um ser cultural ativo, que em boa parte tem condições de entender e se apropriar do que é bom e ruim em sua relação com a TV. É também uma criança consciente de sua condição frágil, que pede por referências e limites, que gosta de televisão tanto quanto os adultos, mas ainda tem fortes laços afetivos e referenciais com seus pais e seu meio-ambiente, que determinam suas relações sociais, inclusive com sua TV.Researches in Brazil in the world say that children see TV, in media, three to five hours for day. Time much more that they stay in school or another activities. And sufficient time to be a social relationships between child and TV, that dont only between bolt, but with everything around them, where they are. With help to another similar researches and views of Vigotski, Bakthin e Charlot, the target is discovery a little more about this relationships, just it a researcher object. It is from the children views, training separate to adults views about what they think to be child. For that, we was 21 jobs in three class in high school, with children of 9 and 10 years-ago, in Ouro Preto, small city in the state Minas Gerais, in central of Brazil, in two school, one private school to media class and another public school and peripheral care community. Beware the exercises in the class, the 62 children that participates was little TVs notebooks for to be notes and write them personal impressions. The child that see in the end é a active cultural person, in more part of time with condition to understand and get what is good and bad in yours relationship with TV. But this child is, too, knower that your fragile condition, that she or he want references and limits, that they like of TV like the adults, but they love more them parents.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMeios de comunicaçãoEspaços escolaresEducaçãoTelevisão Aspectos sociaisTelevisão no cotidianoDo Pocinho Cabeças: a televisão pelo olhar das crianças de Ouro Pretoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_completa_cl_udio_m_rcio_magalh_es.pdfapplication/pdf1312897https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-857NFJ/1/tese_completa_cl_udio_m_rcio_magalh_es.pdfa582638dd17945bc194dda1bf7070ae8MD51TEXTtese_completa_cl_udio_m_rcio_magalh_es.pdf.txttese_completa_cl_udio_m_rcio_magalh_es.pdf.txtExtracted texttext/plain472833https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FAEC-857NFJ/2/tese_completa_cl_udio_m_rcio_magalh_es.pdf.txtfa02df84056a0fccaf04313c41de4ac9MD521843/FAEC-857NFJ2019-11-14 21:00:53.209oai:repositorio.ufmg.br:1843/FAEC-857NFJRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T00:00:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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