O ethos do idoso no Bolsao Sul-mato-grossense: entre o estatuto e o asilo

• Autor(a) principal: Barros, Yara de França Catarino
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
• Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1454
• topic: Análise do Discurso; Ethos; Idoso

Este trabalho descreve e interpreta como o idoso constrói seu ethos, as representações que o Estado, por meio do Estatuto, faz sobre o Idoso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e de campo, em que adotamos, como ténica para coleta, a aplicação de formulário e entrevistas com os idosos, de idade a partir de 65 anos, que se encontram em asilos situados em cinco cidades que compõem o Bolsao Sul-Mato-Grossense. Quanto é fundamentação teorica, adotamos teoricos dos Estudos Culturais, como Silva (2000) e Hall (2005), e da Análise do Discurso (PEUCHEUX, 1988; ORLANDI, 2005; CHARADEAU, 2006 e MANGUENEAU, 2006 e MAINGUENEAU, 2006), de forma que o discurso é visto como "efeitos de sentidos" que são produzidos num lugar de investimentos sociais, históricos e ideológicos por meio de sujeitos interagindo em situações concretas. No capitulo I, apresentamos a fundamentação teorica sobre o discurso e efeitos de sentido, da identidade e sujeito, ethos, representação e imagem. No capitulo II, discorremos sobre os procedimentos metodológicos e condições de produção, abordando as instituições asilares e o Estatuto do Idoso. Analisamos o perfil e o ethos do idoso no Bolsao Sul-Mato-Grossense no capitulo III. O discurso do Estatuto revela a necessidade de representar-se como "poder fazer", atribuindo, dessa forma, o ethos de credibilidade e de competencia de que a lei existe e é exercida; em contrapartida, observamos, no discurso do idoso, que a lei não é colocada em prática. Os dados evidenciaram o ethos da credibilidade (competencia e virtude), do desamparo, da vitimização, da cidadania e de identificação (humanidade e potencia). Constatamos que a maioria dos idosos tem o asilo como a única opção de moradia, uma vez que boa parte não tem residencia própria, vive sozinha e é desprezada pela própria familia. Suas identidades são construidas de acordo com o meio sócio-histórico-cultural em que vivem, permeadas pela exclusão tanto familiar quanto social.