As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Benini, Édi Augusto
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Benini, Élcio Gustavo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2113
http://dx.doi.org/10.1590/S1984-92302010000400002
Resumo: O propósito deste trabalho é tecer algumas reflexões, referentes à questão da autogestão, no contexto do movimento da chamada "economia solidária". Para tanto, o caminho aqui percorrido foi aquele que considera a realidade saturada de contradições e em constante transformação. Buscou-se ter como orientação epistemológica algumas categorias fundamentais, das quais se destacam: a perspectiva de totalidade, a centralidade do trabalho e a problemática da alienação. Observamos que a práxis do movimento de trabalhadores em se associarem é situada dentro da crise estrutural do capital, logo, tal movimento sugere duas perspectivas: como organizações funcionais ao sistema, logo, uma alternativa produtiva de geração de renda e de trabalho; e/ou como uma forma de resistência dos trabalhadores. Concluímos que, apesar da situação de funcionalidade, a lógica da acumulação dos empreendimentos ditos "solidários" não é um determinismo linear, mas, sim, um movimento de criar, continuamente, novos pontos de resistência, fruto das reiteradas tentativas de experimentar algum grau de autogestão no capitalismo, o que aponta para novas possibilidades históricas e políticas derivadas de uma consciência coletiva em construção.
id UFMS_d62b04ebee2acce30118e351baf83034
oai_identifier_str oai:repositorio.ufms.br:123456789/2113
network_acronym_str UFMS
network_name_str Repositório Institucional da UFMS
repository_id_str 2124
spelling 2014-12-03T19:07:27Z2021-09-30T19:55:36Z2010https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2113http://dx.doi.org/10.1590/S1984-92302010000400002O propósito deste trabalho é tecer algumas reflexões, referentes à questão da autogestão, no contexto do movimento da chamada "economia solidária". Para tanto, o caminho aqui percorrido foi aquele que considera a realidade saturada de contradições e em constante transformação. Buscou-se ter como orientação epistemológica algumas categorias fundamentais, das quais se destacam: a perspectiva de totalidade, a centralidade do trabalho e a problemática da alienação. Observamos que a práxis do movimento de trabalhadores em se associarem é situada dentro da crise estrutural do capital, logo, tal movimento sugere duas perspectivas: como organizações funcionais ao sistema, logo, uma alternativa produtiva de geração de renda e de trabalho; e/ou como uma forma de resistência dos trabalhadores. Concluímos que, apesar da situação de funcionalidade, a lógica da acumulação dos empreendimentos ditos "solidários" não é um determinismo linear, mas, sim, um movimento de criar, continuamente, novos pontos de resistência, fruto das reiteradas tentativas de experimentar algum grau de autogestão no capitalismo, o que aponta para novas possibilidades históricas e políticas derivadas de uma consciência coletiva em construção.ABSTRACT - The objective of this study is to reflect on the so-called "solidary economy". The paper discusses aspects related to alienation and its recovery, as well as the formation of a legitimate class consciousness. The highly contradictory and ever-changing reality has been taken into account here. Epistemological guidance lies in fundamental categories such as the perspective of totality, centrality of work and capital as a predominating social relation. Not only theory but also praxis of certain cases involving movements of associated employees are studied. It has been seen that collective enterprises have been formed in a time of structural crisis. The reflections also show that the movement suggests a twofold choice: as organizations functional to the system, consequently a productive choice of work and income generation; and/or as a form of employee resistance. The conclusion is that the hegemonic logic of the so-called "solidary" enterprises is that they serve the current pattern of flexible capital accumulation, since the quality of selfmanagement is restricted and dependent. However, because capital is in permanent crisis, the actions of "solidary economy" are also permeated with contradictions: employees can experience some degree of "self-management" in the production process, which points to new historic possibilities from the emerging collective consciousness.porOrganizações & SociedadeEconomiaCapitalismoMudança SocialSocial ChangeEconomicsCapitalismAs contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidáriaThe contradictions in the process of self-management in Capitalism: functionality, resistance and emancipation for solidary economyThe contradictions in the process of self-management in Capitalism: functionality, resistance and emancipation for solidary economyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleBenini, Édi AugustoBenini, Élcio Gustavoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILAs contradições do processo de autogestão....pdf.jpgAs contradições do processo de autogestão....pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1436https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/4/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf.jpga87b0363519befa51ab42e6e52647a70MD54ORIGINALAs contradições do processo de autogestão....pdfAs contradições do processo de autogestão....pdfapplication/pdf181507https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/1/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf92ae35b85214149b33949d537bd1590bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTAs contradições do processo de autogestão....pdf.txtAs contradições do processo de autogestão....pdf.txtExtracted texttext/plain61225https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/3/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf.txt03a555a38c8bf0dd98b93864fbd8600dMD53123456789/21132023-03-31 08:38:47.578oai:repositorio.ufms.br:123456789/2113Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242023-03-31T12:38:47Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The contradictions in the process of self-management in Capitalism: functionality, resistance and emancipation for solidary economy
The contradictions in the process of self-management in Capitalism: functionality, resistance and emancipation for solidary economy
title As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
spellingShingle As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
Benini, Édi Augusto
Economia
Capitalismo
Mudança Social
Social Change
Economics
Capitalism
title_short As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
title_full As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
title_fullStr As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
title_full_unstemmed As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
title_sort As contradições do processo de autogestão no capitalismo: funcionalidade, resistência e emancipação pela economia solidária
author Benini, Édi Augusto
author_facet Benini, Édi Augusto
Benini, Élcio Gustavo
author_role author
author2 Benini, Élcio Gustavo
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Benini, Édi Augusto
Benini, Élcio Gustavo
dc.subject.por.fl_str_mv Economia
Capitalismo
Mudança Social
Social Change
Economics
Capitalism
topic Economia
Capitalismo
Mudança Social
Social Change
Economics
Capitalism
description O propósito deste trabalho é tecer algumas reflexões, referentes à questão da autogestão, no contexto do movimento da chamada "economia solidária". Para tanto, o caminho aqui percorrido foi aquele que considera a realidade saturada de contradições e em constante transformação. Buscou-se ter como orientação epistemológica algumas categorias fundamentais, das quais se destacam: a perspectiva de totalidade, a centralidade do trabalho e a problemática da alienação. Observamos que a práxis do movimento de trabalhadores em se associarem é situada dentro da crise estrutural do capital, logo, tal movimento sugere duas perspectivas: como organizações funcionais ao sistema, logo, uma alternativa produtiva de geração de renda e de trabalho; e/ou como uma forma de resistência dos trabalhadores. Concluímos que, apesar da situação de funcionalidade, a lógica da acumulação dos empreendimentos ditos "solidários" não é um determinismo linear, mas, sim, um movimento de criar, continuamente, novos pontos de resistência, fruto das reiteradas tentativas de experimentar algum grau de autogestão no capitalismo, o que aponta para novas possibilidades históricas e políticas derivadas de uma consciência coletiva em construção.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-12-03T19:07:27Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-09-30T19:55:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2113
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S1984-92302010000400002
url https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2113
http://dx.doi.org/10.1590/S1984-92302010000400002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Organizações & Sociedade
publisher.none.fl_str_mv Organizações & Sociedade
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMS
instname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
instacron:UFMS
instname_str Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
instacron_str UFMS
institution UFMS
reponame_str Repositório Institucional da UFMS
collection Repositório Institucional da UFMS
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/4/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf.jpg
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/1/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/2/license.txt
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2113/3/As%20contradi%c3%a7%c3%b5es%20do%20processo%20de%20autogest%c3%a3o....pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a87b0363519befa51ab42e6e52647a70
92ae35b85214149b33949d537bd1590b
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
03a555a38c8bf0dd98b93864fbd8600d
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
repository.mail.fl_str_mv ri.prograd@ufms.br
_version_ 1807552815751495680