O vírus da imunodeficiência humana na população indígena do estado de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Graeff, Samara Vilas-Bôas
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2892
Resumo: Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma das epidemias de maior importância da história da humanidade, milhões de pessoas já foram infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em todo o mundo. Ela ultrapassa assuntos médicos-científicos e exige conhecimento psicossocial e cultural de povos e raças, a fim de que se conheça em que contexto o vírus circula e infecta pessoas. A visualização do seu impacto entre os povos indígenas, por exemplo, é bastante complexa, pois as informações disponíveis apresentam lacunas e imprecisão, o que esconde a gravidade da situação, aumenta o risco de contaminação e limita as possibilidades de intervenção eficaz. O estado de Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do Brasil, são mais de 73 mil indígenas assistidos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul. Objetivo: Caracterizar a infecção pelo HIV na população indígena do estado de Mato Grosso do Sul. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal e analítico, realizado no DSEI Mato Grosso do Sul, através da coleta de dados secundários referentes a indígenas residentes em aldeias, entre os anos de 2001 e 2014. Resultados: Foram identificados 103 pacientes com infecção pelo HIV, em sua maioria diagnosticada na faixa etária de 20 a 39 anos, do sexo feminino, da etnia Kaiowá, com ensino fundamental incompleto, mulheres cuidadoras do lar e homens trabalhadores braçais. Das mulheres, 49,2% foram diagnosticadas durante o pré-natal. A prevalência de infecção pelo HIV em 2014 foi de 65,6 casos por 100 mil indígenas e a incidência de 15,0 casos por 100 mil indígenas e apresenta tendência futura de crescimento. A aldeia com a maior prevalência foi a Ofaié no município de Brasilândia e a com o maior número de pessoas vivendo com o HIV, a Jaguapirú em Dourados. Quanto ao estágio da infecção 48,5% desenvolveram a AIDS, sendo 60,0% com menos de um ano de diagnóstico. O teste rápido para HIV é o método diagnóstico mais eficiente em áreas indígenas do estado, apresentou o maior número de casos identificados desde 2012. No primeiro exame de acompanhamento realizado 67,0% tiveram a carga viral detectada e 59,3% apresentaram contagem de Linfócitos T-CD4+ menor que 500 células/mm³. Do total de pacientes, 38,8% foram a óbito, dos quais 77,5% em decorrência da AIDS e 62,5% antes de completarem um ano do diagnóstico da infecção. A média de tempo de sobrevivência dos pacientes é de 13 meses a partir do momento do diagnóstico. Já a maior probabilidade de morrer ocorre entre os seis e os 20 meses. O ponto final de expectativa de sobrevida não chega aos 75 meses. As comorbidades mais frequentes foram o etilismo e a tuberculose. Conclusão: O déficit imunológico dos pacientes já no primeiro exame de acompanhamento e a rápida evolução tanto para a AIDS quanto para o óbito demonstram a baixa capacidade do Sistema de Atenção à Saúde em realizar diagnósticos oportunos e tratamento precoce. É necessário melhorar a prevenção, diagnóstico, acompanhamento e oferecer tratamento com qualidade para controlar a epidemia e proporcionar um maior tempo de sobrevida aos pacientes.
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Objetivo: Caracterizar a infecção pelo HIV na população indígena do estado de Mato Grosso do Sul. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal e analítico, realizado no DSEI Mato Grosso do Sul, através da coleta de dados secundários referentes a indígenas residentes em aldeias, entre os anos de 2001 e 2014. Resultados: Foram identificados 103 pacientes com infecção pelo HIV, em sua maioria diagnosticada na faixa etária de 20 a 39 anos, do sexo feminino, da etnia Kaiowá, com ensino fundamental incompleto, mulheres cuidadoras do lar e homens trabalhadores braçais. Das mulheres, 49,2% foram diagnosticadas durante o pré-natal. A prevalência de infecção pelo HIV em 2014 foi de 65,6 casos por 100 mil indígenas e a incidência de 15,0 casos por 100 mil indígenas e apresenta tendência futura de crescimento. A aldeia com a maior prevalência foi a Ofaié no município de Brasilândia e a com o maior número de pessoas vivendo com o HIV, a Jaguapirú em Dourados. Quanto ao estágio da infecção 48,5% desenvolveram a AIDS, sendo 60,0% com menos de um ano de diagnóstico. O teste rápido para HIV é o método diagnóstico mais eficiente em áreas indígenas do estado, apresentou o maior número de casos identificados desde 2012. No primeiro exame de acompanhamento realizado 67,0% tiveram a carga viral detectada e 59,3% apresentaram contagem de Linfócitos T-CD4+ menor que 500 células/mm³. Do total de pacientes, 38,8% foram a óbito, dos quais 77,5% em decorrência da AIDS e 62,5% antes de completarem um ano do diagnóstico da infecção. A média de tempo de sobrevivência dos pacientes é de 13 meses a partir do momento do diagnóstico. Já a maior probabilidade de morrer ocorre entre os seis e os 20 meses. O ponto final de expectativa de sobrevida não chega aos 75 meses. As comorbidades mais frequentes foram o etilismo e a tuberculose. Conclusão: O déficit imunológico dos pacientes já no primeiro exame de acompanhamento e a rápida evolução tanto para a AIDS quanto para o óbito demonstram a baixa capacidade do Sistema de Atenção à Saúde em realizar diagnósticos oportunos e tratamento precoce. É necessário melhorar a prevenção, diagnóstico, acompanhamento e oferecer tratamento com qualidade para controlar a epidemia e proporcionar um maior tempo de sobrevida aos pacientes.ABSTRACT - Introduction: The acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) is one of the most important epidemics in the history of mankind. Millions of people have already been infected with the human immunodeficiency virus (HIV) all over the world. It transcends scientific and medical issues and psychosocial and cultural knowledge of different peoples and races is required in order to understand the context in which the virus spreads and infects people. For instance, it is hard to precise its impact on Brazilian Indian native populations, due to the lack of accuracy and exactness of the data available. Not only does this imprecision conceal the extreme gravity of the situation, but it also increases the risk of contamination and lessens the possibilities of an efficient intervention. The state of Mato Grosso do Sul is home to the second largest Indian native population in Brazil, and over 73 thousand Brazilian Indians are assisted by the Special Sanitary District for Indian tribes (Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul). This paper aims at developing a profile of the Indian native population from Mato Grosso do Sul infected with HIV. Materials and methods: to develop this profile, we conducted an analytical cross-sectional study at the Special Sanitary District for Indian tribes (Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul), collecting secondary data about native Indians resident in villages between 2001 and 2014. Results: we identified 103 patients infected with HIV, mostly between ages 20-29, women, Kaiowá ethnicity, incomplete primary education, stayat- home women and blue-collar workers. Among the women, 49, 2% were diagnosed during prenatal care. The prevalence of infection with HIV in 2014 was 65,6 cases per 100 thousand native Indians and the incidence was 15,0 cases per 100 thousand native Indians. The latter shows a growing tendency in the future. The Ofaié Village, situated within the town of Brasilândia, displays the highest prevalence, while the Jaguapirú Village, in Dourados, displays the highest number of people living with HIV. In relation to the stage of the infection, 48,5% people have developed AIDS, 60,0% in less than a year after diagnose. The rapid HIV test is the most efficient method in areas populated by native Indians, and it has accounted for the highest number of cases reported since 2012. In the first follow-up test, 67,0% of patients had their viral load detected and 59,3 showed CD4+ cell count below 500 cells/mm³. 38,8% out of the total of patients have died. 77,5% of deaths have been attributed to AIDS, which 62,5% occurred barely within a year after diagnose. Survival average after diagnose is 13 months. Higher probability of death is observed within 6 and 20 months. Life expectancy is barely 75 months. The most frequent comorbidities have been alcoholism and tuberculosis. Conclusion: the patients’ immunologic deficit shown in the first follow-up exam and the rapid evolution to either AIDS or death corroborate the incapability of the local health care system to diagnose and provide patients with early treatment. Prevention, diagnose, proper medical follow-up and better treatment are necessary to control the epidemic and prolong the survival of patients.porHIVSíndrome de Imunodeficiência Adquirida - epidemiologiaPopulação IndígenaSaúde de Populações IndígenasAcquired Immunodeficiency Syndrome - epidemiologyIndigenous PopulationHealth of Indigenous PeoplesO vírus da imunodeficiência humana na população indígena do estado de Mato Grosso do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisCunha, Rivaldo Venâncio daGraeff, Samara Vilas-Bôasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILSamara Vilas-Bôas Graeff.pdf.jpgSamara Vilas-Bôas Graeff.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1198https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2892/4/Samara%20Vilas-B%c3%b4as%20Graeff.pdf.jpg0e710421a0e07c0b1304f73868276786MD54ORIGINALSamara Vilas-Bôas Graeff.pdfSamara Vilas-Bôas Graeff.pdfapplication/pdf4138311https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2892/1/Samara%20Vilas-B%c3%b4as%20Graeff.pdff1a2f42cccd54efb7eef0f69d7bf3809MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2892/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTSamara Vilas-Bôas Graeff.pdf.txtSamara Vilas-Bôas Graeff.pdf.txtExtracted texttext/plain0https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/2892/3/Samara%20Vilas-B%c3%b4as%20Graeff.pdf.txtd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53123456789/28922021-09-30 15:58:05.155oai:repositorio.ufms.br:123456789/2892Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:58:05Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false
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