O rural e o urbano : novos e velhos falares na região Centro-Oeste do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMS |
Texto Completo: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1820 |
Resumo: | Este trabalho discute aspectos da relação rural/urbano no vocabulário dos habitantes da região Centro-Oeste com base em dados geolinguísticos, buscando, por meio da análise de variantes lexicais que designam referentes que permeiam o cotidiano, tanto do mundo urbano quanto do rural, identificar em que proporção características do meio ambiente interferem nas formas de nomeação do mesmo elemento da realidade. Os princípios teórico-metodológicos adotados para este estudo foram buscados na Lexicologia, na Dialetologia e na Geolinguística, áreas de Linguística que fornecem subsídios para a análise dos dados na perspectiva adotada para este trabalho. Também foi buscado respaldo teórico na Geografia Humana e na Sociologia, com o intento de compreender as características e os conceitos atribuídos aos espaços rural e urbano. O corpus da pesquisa reuniu 133 unidades lexicais, fornecidas como respostas para quinze perguntas do Questionário Semântico-Lexical (QSL), do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB) vinculadas às áreas semânticas das atividades agropastoris, habitação e vida urbana que, para fins de análise, foram agrupadas e distribuídas equitativamente em três grupos, considerando o teor do conceito contido em perguntas: i) cujo conteúdo remete especificamente a referentes do universo rural; ii) que contemplam conceitos voltados diretamente para referentes do mundo urbano, e iii) que abrigam conceitos relativos a referentes comuns aos dois espaços (rural e urbano). As respostas analisadas foram fornecidas por 108 habitantes com idade entre 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos, sexos masculino e feminino, com Ensino Fundamental (capitais/interior) e Curso Superior (capitais), nascidos e criados na localidade pesquisada; habitantes das 24 localidades da região Centro-Oeste que integram a rede de pontos do Projeto ALiB. A análise considerou, dentre outros aspectos, a produtividade de uso e a respectiva distribuição espacial das variantes registradas; a interferência de fatores extralinguísticos nas escolhas lexicais dos falantes, além da questão da dicionarização das designações analisadas. A pesquisa revelou que, no grupo das questões ligadas especificamente ao universo rural, os informantes da segunda faixa etária mencionaram predominantemente variantes que remetem às marcas de ruralidade e que os informantes do sexo masculino demonstram maior familiaridade em termos de nomeação de aparatos ligados à lida com o gado. Já as variantes que nomeiam referentes comuns no meio urbano foram fornecidas, sobretudo pelos jovens; também ocorreu entre os informantes dessa faixa etária a maior ocorrência de não resposta para as questões cujo conteúdo remete especificamente ao universo rural. Além disso, observou-se que o Estado de Goiás forneceu maior representatividade de variantes tipicamente regionais. O estudo apontou ainda dados que evidenciam tanto o caráter conservador do léxico quanto casos de unidades léxicas que na contemporaneidade adquiriram novos sentidos. Enfim, pôde-se constar que o vocabulário dos habitantes da região Centro-Oeste contém unidades lexicais típicas tanto do mundo rural quanto do mundo urbano, o que aponta para a existência de um continuum em termos de marcas de urbanização e de ruralidade no léxico do homem centroestino. |
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Já as variantes que nomeiam referentes comuns no meio urbano foram fornecidas, sobretudo pelos jovens; também ocorreu entre os informantes dessa faixa etária a maior ocorrência de não resposta para as questões cujo conteúdo remete especificamente ao universo rural. Além disso, observou-se que o Estado de Goiás forneceu maior representatividade de variantes tipicamente regionais. O estudo apontou ainda dados que evidenciam tanto o caráter conservador do léxico quanto casos de unidades léxicas que na contemporaneidade adquiriram novos sentidos. Enfim, pôde-se constar que o vocabulário dos habitantes da região Centro-Oeste contém unidades lexicais típicas tanto do mundo rural quanto do mundo urbano, o que aponta para a existência de um continuum em termos de marcas de urbanização e de ruralidade no léxico do homem centroestino.ABSTRACT - This paper discusses aspects of relation between rural and urban in the vocabulary of Midwest region inhabitants based on geolinguistic data, seeking, through the analysis of lexical variants that name daily life referents, both the urban and the rural world, identifying how environment features interfere with the nomination ways of the same reality elements. The theoretical and methodological principles adopted for this study were searched in Lexicology, in Dialectology and in Geolinguistics, linguistic areas which facilitate the analysis of data from the perspective adopted for this work. It was also sought theoretical support in Human Geography and Sociology, to understand the attributed features and concepts to rural and urban spaces. This research corpus gathered 133 lexical variants, provided as answers to fifteen questions of Lexical-Semantic Questionnaire (QSL) of Brazilian Linguistic Atlas Project (Projeto ALiB), that are linked to the semantic areas of agro pastoral activities, housing and urban life. For analysis, these variants were equally pooled and distributed into three groups, considering the content of their questions: i) questions that specifically refer to the rural universe; ii) questions directly linked to urban world, and iii) questions relating to concepts that are related to both areas (rural and urban). The analyzed responses were provided by 108 inhabitants aged 18-30 and 50-65 years, males and females with primary education (capital/midland) and Graduation (capital), born and raised in the 24 studied localities from Midwest region of Project ALiB Network points. The analysis considered, among other things, the productivity, the use, and the spatial distribution of the recorded variants; the interference of extra linguistic factors on speaker lexical choices and the inclusion in the dictionary of these words. The research revealed that the second age group predominantly mentioned variants that lead to rural space, and that the male respondents showed more familiarity in terms of appointment of apparatuses connected to work with cattle, in the questions linked to rural universe. As for the variants that name urban environment, they were particularly provided by young people. With the same group occurred a higher incidence of non-response to questions whose content specifically refers to the rural universe. Furthermore, it was observed that Goias provided higher representativeness of typical regional variants. This study also pointed data that show both the conservative nature of the lexicon as cases of new meanings in contemporary society. Anyway, it was noted that the vocabulary of Midwest region inhabitants contains lexical units typical of both the rural and the urban world, which points to the existence of a continuum in terms of brands of urbanization and rurality in the lexicon of these citizens.porLexicologiaLexicologyGeografia LinguísticaGeolinguisticsDialetologiaDialectologyO rural e o urbano : novos e velhos falares na região Centro-Oeste do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMarins, Luciene Gomes Freitasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdf.jpgLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1235https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1820/4/LUCIENE%20GOMES%20FREITAS%20MARINS.pdf.jpg427cfe2550df4a8b97d9f925a7615c46MD54TEXTLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdf.txtLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdf.txtExtracted texttext/plain516607https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1820/3/LUCIENE%20GOMES%20FREITAS%20MARINS.pdf.txte4dc36b58e1bd3e18b3b8e9fc7406c00MD53ORIGINALLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdfLUCIENE GOMES FREITAS MARINS.pdfapplication/pdf24433727https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1820/1/LUCIENE%20GOMES%20FREITAS%20MARINS.pdf5ee7f931683fa5cb40d100c000f06895MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1820/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/18202021-09-30 15:56:59.043oai:repositorio.ufms.br:123456789/1820Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:56:59Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false |
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