O sentido como acidente : as implicações estéticas da Library of Babel
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMT |
Texto Completo: | http://ri.ufmt.br/handle/1/4073 |
Resumo: | The possibility of machines making works of art has fascinated mankind for centuries. Men have dreamed not only of machines equipped with a powerful artificial memory, capable of reproducing patterns and structures from previous texts; they have also devised machines capable of working on their own, producing beautiful works without any human input. The fact that written verbal language consists of nothing but visual symbols rearranged into meaningful structures makes this system (and Literature, as well) a field where experimentations with automated creation tend to be prolific. The interactive computer system Library of Babel, created by the American writer Jonathan Basile, based on the central metaphor of the short story “The Library of Babel”, by the Argentinian writer Jorge Luis Borges, is a remarkable techno-artistic product in this area. The system works on the mathematical principle of Combinatorics, so that any click on the refresh button triggers a different combination of 29 graphic symbols among all possible rearrangements, filling in a page with 3200 characters. As if in a lottery in which one wins by buying tickets for all possible rearrangements (which would evidently cost more than the prize), the system Library of Babel encompasses, under massive layers of linguistic chaos, all texts (literary or not) that could be written with these 29 graphic symbols. With that in view, this paper discusses the ontological and aesthetic consequences of a “total writing”, the logical premise of a project like the Library of Babel, which lies somewhere between a machine that subsumes all possible writers, but also all possible archives. As to the theoretical bases for our analysis, we will analyze Basile’s system from the perspectives defended by Umberto Eco (2012; 2016), Italo Calvino (2009; 1985), Maurice Blanchot (2013), Antoine Compagnon (2001), Roland Barthes (1998, 2007) and Julia Kristeva (1975). |
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O sentido como acidente : as implicações estéticas da Library of BabelLibrary of BabelLiteraturaAcervoCombinatóriaProdução automatizadaCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICALibrary of BabelCombinatoricsArchiveTotal writingAutomated productionThe possibility of machines making works of art has fascinated mankind for centuries. Men have dreamed not only of machines equipped with a powerful artificial memory, capable of reproducing patterns and structures from previous texts; they have also devised machines capable of working on their own, producing beautiful works without any human input. The fact that written verbal language consists of nothing but visual symbols rearranged into meaningful structures makes this system (and Literature, as well) a field where experimentations with automated creation tend to be prolific. The interactive computer system Library of Babel, created by the American writer Jonathan Basile, based on the central metaphor of the short story “The Library of Babel”, by the Argentinian writer Jorge Luis Borges, is a remarkable techno-artistic product in this area. The system works on the mathematical principle of Combinatorics, so that any click on the refresh button triggers a different combination of 29 graphic symbols among all possible rearrangements, filling in a page with 3200 characters. As if in a lottery in which one wins by buying tickets for all possible rearrangements (which would evidently cost more than the prize), the system Library of Babel encompasses, under massive layers of linguistic chaos, all texts (literary or not) that could be written with these 29 graphic symbols. With that in view, this paper discusses the ontological and aesthetic consequences of a “total writing”, the logical premise of a project like the Library of Babel, which lies somewhere between a machine that subsumes all possible writers, but also all possible archives. As to the theoretical bases for our analysis, we will analyze Basile’s system from the perspectives defended by Umberto Eco (2012; 2016), Italo Calvino (2009; 1985), Maurice Blanchot (2013), Antoine Compagnon (2001), Roland Barthes (1998, 2007) and Julia Kristeva (1975).CAPESA possibilidade de máquinas comporem obras de arte há muito tem fascinado a humanidade. Mais do que à simples reprodução automática de padrões e estruturas com que uma memória artificial é alimentada, esse encantamento se volta para as implicações relacionadas à primazia estética que uma máquina é capaz de imprimir a um trabalho produzido sem intervenção direta do homem. O fato de a linguagem escrita se restringir, em última análise, às formas como determinados símbolos visuais podem se recombinar em estruturas significantes faz da arte a ela relacionada – ou seja, a Literatura – um campo em que as experimentações centradas na intersecção entre o humano e o artificial, em termos de produção artística, tornam-se mais prolíficas. A biblioteca virtual Library of Babel, criada pelo escritor estadunidense Jonathan Basile e baseada em um acervo fictício descrito no conto “A biblioteca de Babel”, do autor argentino Jorge Luis Borges, complexifica sobremaneira essas experimentações e implicações ao utilizar-se do princípio matemático da combinatória para disponibilizar aos leitores todos os rearranjos possíveis de 29 símbolos gráficos no espaço de uma página com capacidade para comportar 3200 caracteres. Como uma loteria na qual se acerta apostando em todas as combinações numéricas possíveis (apostas pelas quais gastou-se, portanto, valor equivalente ou superior ao do prêmio), a Library of Babel abriga, sob camadas massivas de absoluto caos linguístico, estruturas indistinguíveis da totalidade das obras literariamente lícitas que se pode escrever com base nesses símbolos. Partindo da criação de Basile, e fundamentado nas reflexões de Umberto Eco (2012; 2016), Italo Calvino (2009; 1985), Maurice Blanchot (2013), Antoine Compagnon (2001), Roland Barthes (1998, 2007) e Julia Kristeva (1975) sobre o tema da interferência do acaso e da inteligência artificial na produção artística, esse trabalho investiga as implicações de uma “escrita total” para tópicos caros aos estudos literários em particular.Universidade Federal de Mato GrossoBrasilInstituto de Linguagens (IL)UFMT CUC - CuiabáPrograma de Pós-Graduação em Estudos de LinguagemPereira, Vinícius Carvalhohttp://lattes.cnpq.br/5304593788129950Pereira, Vinícius Carvalho109.873.267-75http://lattes.cnpq.br/5304593788129950Moreira, Maria Elisa Rodrigues032.551.186-11http://lattes.cnpq.br/8503000442103169109.873.267-75Tavares, Otávio Guimarães058.436.399-08http://lattes.cnpq.br/9975804381328924Silva, Marcio Felipe da2023-05-03T14:03:55Z2021-09-272023-05-03T14:03:55Z2020-03-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSILVA, Marcio Felipe da. 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