Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antiinflamatória Lychnophora passerina (Mart ex DC) Gardn (Asteraceae).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Patricia Capelari de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2160
Resumo: O homem mantém relações de subsistência com a natureza desde tempos primordiais. Nesse contexto, a natureza está relacionada aos processos de saúde e doença e serve como fonte de medicamentos para tratamento de enfermidades. As plantas medicinais ocupam lugar de destaque no fornecimento de drogas e a medicina tradicional, praticada por diversas sociedades em todo o mundo, aparece como ferramenta crucial na busca por novas drogas de origem vegetal, à medida que fornece o conhecimento associado à experimentação popular, adquirido de geração em geração, para o uso de preparações vegetais no combate e profilaxia de doenças. Espécies do gênero Lychnophora (Asteraceae) são comumente utilizadas por populações nativas do cerrado brasileiro para tratar condições inflamatórias e algésicas. O estudo fitoquímico de L. passerina resultou no isolamento de duas misturas de triterpenos pentacíclicos a partir da fração acetato de etila, sendo eles lupeol, t r x sterol, pseudot r x sterol, α e β-amirinas. O extrato etanólico bruto da espécie L. passerina e suas frações metanólica e acetato de etila foram avaliados quanto a potencial atividade anti-inflamatória in vivo e in vitro. O extrato etanólico bruto de L. passerina e a fração acetato de etila exerceram uma potente atividade inibitória da produção de NO e TNF-α por m cróf gos J774.A1 estimulados por LPS/IFN-γ. Além disso, foram capazes de estimular drasticamente o aumento nos níveis de IL-10 no mesmo modelo celular de inflamação. Por outro lado, a fração metanólica inibiu fortemente a produção de TNF-α, m s foi in tiv n inibição da produção do NO e na indução da IL-10 por macrófagos estimulados por LPS/IFN-γ. O ensaio in vivo de avaliação do edema de pata induzido pela carragenina em camundongos revelou uma inibição da formação do edema para a pomada do extrato etanólico bruto de L. passerina (LPaE) a 10%, efeito este comparável à droga padrão, diclofenaco dietilamônio (11.6 mg/ml), não havendo diferença estatisticamente significativa entre as duas preparações. As pomadas contendo as frações metanólica (LPaM) e acetato de etila (LPaA) do extrato etanólico de L. passerina na concentração de 20% apresentaram atividade significativa. Os resultados in vivo confirmaram os potentes efeitos anti-inflamatórios encontrados in vitro para o extrato etanólico bruto de L. passerina, e uma atividade de menor intensidade para as frações metanólica e acetato de etila. O fracionamento cromatográfico do extrato etanólico bruto nas frações primárias metanólica e acetato de etila não aumentou as atividades observada in vivo e dessa maneira a atividade antiinflamatória de L. passerina pode estar relacionada a efeitos sinérgicos de diferentes substâncias presentes no extrato etanólico bruto. Na medicina tradicional brasileira, macerados alcoólicos das partes aéreas de L. passerina têm sido usados para tratar condições inflamatórias, por isso, o presente estudo pode sustentar o uso popular dessa planta.
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O estudo fitoquímico de L. passerina resultou no isolamento de duas misturas de triterpenos pentacíclicos a partir da fração acetato de etila, sendo eles lupeol, t r x sterol, pseudot r x sterol, α e β-amirinas. O extrato etanólico bruto da espécie L. passerina e suas frações metanólica e acetato de etila foram avaliados quanto a potencial atividade anti-inflamatória in vivo e in vitro. O extrato etanólico bruto de L. passerina e a fração acetato de etila exerceram uma potente atividade inibitória da produção de NO e TNF-α por m cróf gos J774.A1 estimulados por LPS/IFN-γ. Além disso, foram capazes de estimular drasticamente o aumento nos níveis de IL-10 no mesmo modelo celular de inflamação. Por outro lado, a fração metanólica inibiu fortemente a produção de TNF-α, m s foi in tiv n inibição da produção do NO e na indução da IL-10 por macrófagos estimulados por LPS/IFN-γ. 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O fracionamento cromatográfico do extrato etanólico bruto nas frações primárias metanólica e acetato de etila não aumentou as atividades observada in vivo e dessa maneira a atividade antiinflamatória de L. passerina pode estar relacionada a efeitos sinérgicos de diferentes substâncias presentes no extrato etanólico bruto. Na medicina tradicional brasileira, macerados alcoólicos das partes aéreas de L. passerina têm sido usados para tratar condições inflamatórias, por isso, o presente estudo pode sustentar o uso popular dessa planta.The humanity has subsistence relations with nature since early times. In this context, nature is frequently related to the health process and serves as a source of medicines for the human diseases treatment. Medicinal plants have a prominent place in the drugs supply and the traditional medicine, practiced by various societies throughout the world, appears as a crucial tool in the search for new plant origin drugs, as it provides the knowledge associated with the popular trial, acquired from generation to generation, for the use of medicinal plants in diseases combating and prevention. Species of the genus Lychnophora, Asteraceae are commonly used by Brazilian cerrado native populations to treat inflammatory and algesic conditions. Phytochemical study of L. passerina resulted in the isolation of a pentacyclic triterpenes mixture from the ethyl cet te fr ction, nd they lupeol, t r x sterol, pseudot r x sterol, α nd β-amyrin. The crude ethanolic extract and methanolic and ethyl acetate fractions of L. passerina were evaluated for potential in vivo and in vitro anti-inflammatory activity. The crude ethanolic extract and ethyl acetate fraction of L. passerina exerted a potent inhibitory activity on NO and TNF-α production by LPS/ IFN-γ stimul ted J774.A1 m crophages. Moreover, they were able to dramatically increase IL-10 levels in the same inflammation cell model. On the other hand, the methanolic fraction strongly inhibited the TNF-α production, but w s in ctive in NO inhibition nd IL-10 induction by LPS/IFN-γ stimul ted m croph ges. The in vivo assay of carrageenan-induced paw edema in mice revealed an inhibition of swelling for the 10% crude ethanolic extract (LPaE) of L. passerina ointment. Furthermore, the 10% crude ethanolic extract ointment, showed similar activity to standard drug, diclofenac diethylammonium (11.6 mg/ml), no statistically significant difference between the two preparations. Ointments containing methanolic (LPaM) and ethyl acetate (LPaA) fractions of L. passerina only showed activity at a 20% concentration. In vivo results confirmed the potent anti-inflammatory effects observed in vitro for the crude ethanolic extract of L. passerina, and a lower intensity activity for methanolic and ethyl acetate fractions. Chromatographic fractionation of crude ethanolic extract in primary methanolic and ethyl acetate fractions did not increase the activities observed in vivo and thus anti- inflammatory activity of L. passerina may be related to synergic effects of different substances in the crude ethanolic extract. In Brazilian traditional medicine, ethanolic macerates of the L. passerina aerial parts have been used to treat inflammatory conditions, so this study may support the folk use of this plant.Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.Guimarães, Dênia Antunes SaúdeOliveira, Patricia Capelari de2013-02-14T17:48:03Z2013-02-14T17:48:03Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfOLIVEIRA, P. C. de. Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antiinflamatória Lychnophora passerina (Mart ex DC) Gardn (Asteraceae). 2010. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2160porreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-19T16:17:57Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/2160Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332019-03-19T16:17:57Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false
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