Características da resposta imune desenvolvida frente à infecção por Leishmania (Leishmania) amazonensis mantida em cultura axênica por passagens sucessivas.
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFOP |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2677 |
Resumo: | Diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania causam infecções expressivamente distintas em uma mesma espécie de hospedeiro. Enquanto alguns hospedeiros são resistentes à infecção por diversas espécies do parasito, quase todas as linhagens de camundongos são susceptíveis à infecção por L. amazonensis, desenvolvendo lesões crônicas e progressivas em resposta à infecção. Esta pronunciada virulência dos parasitos pode estar relacionada à expressão de moléculas superficiais que favoreçam sua interação com os hospedeiros. As ecto-enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos são um possível fator de virulência para parasitos do gênero Leishmania. Para caracterizar a resposta imune desenvolvida por animais infectados com parasitos que apresentam distintos perfis de atividade ectonucleotidásica, foram avaliadas infecções por L. amazonensis mantida em cultura por poucas ou muitas passagens. Esses parasitos, quando mantidos em cultura axênica por muitas passagens, apresentam menor virulência, bem como menor atividade ectonucleotidásica. A atividade das suas enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares pode ser modulada pela cultura em presença de determinadas moléculas. Assim, os parasitos cultivados em meio suplementado com adenosina, produto final da via catabólica, apresentam redução na sua capacidade hidrolítica e levam a lesões menores em camundongos C57BL/6. Já os parasitos submetidos a muitas passagens em cultura, quando cultivados em meio suplementado com suramina, um inibidor de ecto-ATPases, apresentam aumento na capacidade de hidrólise de ATP e causam lesões maiores em camundongos C57BL/6. De modo interessante, os animais infectados com os parasitos que apresentam maior atividade ATPásica produziram menores quantidades de IFN- , após oito semanas de infecção. A infecção de macrófagos pelos parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens também apresenta diferenças marcantes, tanto para macrófagos peritoneais, quanto para macrófagos derivados de medula óssea. Os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens são capazes de infectar maior proporção de macrófagos; entretanto, não são observadas grandes diferenças no parasitismo celular. Não há alterações na produção de citocinas, quimiocinas e NO pelas células infectadas pelos diferentes parasitos. Dados obtidos in vivo permitem inferir que células T reguladoras naturais parecem ser importantes para o retardo do desenvolvimento da lesão. Porém, sua participação parece ser idêntica em animais infectados com parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens. Após uma semana de infecção, há maior produção da quimiocina CCL2 em animais infectados com parasitos mantidos em cultura por poucas passagens. Como esta quimiocina participa do recrutamento de monócitos, pode-se cogitar que os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens promovem um maior recrutamento dessas células para o sítio da infecção. Uma vez diferenciadas em macrófagos, são eficazmente infectadas por estes parasitos. Em conjunto, esses resultados demonstram que as enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares desempenham um papel importante na infecção por L. amazonensis, podendo ter função direta na aderência do parasito às células-alvo e na modulação da resposta imune subseqüente. |
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Características da resposta imune desenvolvida frente à infecção por Leishmania (Leishmania) amazonensis mantida em cultura axênica por passagens sucessivas.Leishmania amazonensisImunobiologia - protozoáriosLeishmaniose - infecçõesDiferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania causam infecções expressivamente distintas em uma mesma espécie de hospedeiro. Enquanto alguns hospedeiros são resistentes à infecção por diversas espécies do parasito, quase todas as linhagens de camundongos são susceptíveis à infecção por L. amazonensis, desenvolvendo lesões crônicas e progressivas em resposta à infecção. Esta pronunciada virulência dos parasitos pode estar relacionada à expressão de moléculas superficiais que favoreçam sua interação com os hospedeiros. As ecto-enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos são um possível fator de virulência para parasitos do gênero Leishmania. Para caracterizar a resposta imune desenvolvida por animais infectados com parasitos que apresentam distintos perfis de atividade ectonucleotidásica, foram avaliadas infecções por L. amazonensis mantida em cultura por poucas ou muitas passagens. Esses parasitos, quando mantidos em cultura axênica por muitas passagens, apresentam menor virulência, bem como menor atividade ectonucleotidásica. A atividade das suas enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares pode ser modulada pela cultura em presença de determinadas moléculas. Assim, os parasitos cultivados em meio suplementado com adenosina, produto final da via catabólica, apresentam redução na sua capacidade hidrolítica e levam a lesões menores em camundongos C57BL/6. Já os parasitos submetidos a muitas passagens em cultura, quando cultivados em meio suplementado com suramina, um inibidor de ecto-ATPases, apresentam aumento na capacidade de hidrólise de ATP e causam lesões maiores em camundongos C57BL/6. De modo interessante, os animais infectados com os parasitos que apresentam maior atividade ATPásica produziram menores quantidades de IFN- , após oito semanas de infecção. A infecção de macrófagos pelos parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens também apresenta diferenças marcantes, tanto para macrófagos peritoneais, quanto para macrófagos derivados de medula óssea. Os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens são capazes de infectar maior proporção de macrófagos; entretanto, não são observadas grandes diferenças no parasitismo celular. Não há alterações na produção de citocinas, quimiocinas e NO pelas células infectadas pelos diferentes parasitos. Dados obtidos in vivo permitem inferir que células T reguladoras naturais parecem ser importantes para o retardo do desenvolvimento da lesão. Porém, sua participação parece ser idêntica em animais infectados com parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens. Após uma semana de infecção, há maior produção da quimiocina CCL2 em animais infectados com parasitos mantidos em cultura por poucas passagens. Como esta quimiocina participa do recrutamento de monócitos, pode-se cogitar que os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens promovem um maior recrutamento dessas células para o sítio da infecção. Uma vez diferenciadas em macrófagos, são eficazmente infectadas por estes parasitos. Em conjunto, esses resultados demonstram que as enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares desempenham um papel importante na infecção por L. amazonensis, podendo ter função direta na aderência do parasito às células-alvo e na modulação da resposta imune subseqüente.Infection by different species of parasites from the genus Leishmania have distinct outcome in the same species of host. While some mouse strains are resistant to infection by various species of the parasite, almost all strains of mice are susceptible to infection by L. amazonensis, developing chronic and progressive lesions in response to infection. This pronounced virulence of parasites may be related to the expression of surface molecules that promote their interaction with hosts. The ecto-enzymes involved in metabolism of nucleotides are a potential factor of virulence for parasites of the genus Leishmania. To characterize the immune response developed in animals infected with parasites that have distinct profiles of ecto-nucleotidase activity, we evaluated the infection by L. amazonensis kept in axenic culture for few or many passages. These parasites, when maintained in axenic culture for many passages, have lower virulence in vivo and reduced ecto-nucleosidasic activity. The activity of the enzymes involved in metabolism of extracellular nucleotides can be modulated by culturing the parasites in the presence of certain molecules. Thus, when the culture medium is supplemented with adenosine, the final product of the catabolic pathway, the parasites have reduced ectonucleosidasic activity capacity and induce smaller lesions in C57BL/6. Parasites that have been kept in culture for a long time, when grown in medium supplemented with suramin, an inhibitor of ecto-ATPases, have increased ability to hydrolyze ATP and cause bigger lesions in C57BL/6. Interestingly, cells recovered from animals infected with the parasites that have a higher ATPase activity produced smaller amounts of IFN- , after eight weeks of infection. Infection of macrophages by these parasites also shows marked differences, for both peritoneal macrophages and for macrophages derived from bone marrow. The parasites maintained in culture for few passages are able to infect a greater proportion of macrophages; however, differences in cellular parasitism are not observed. There are no changes in the production of cytokines, chemokines and NO by cells infected by different parasites. Data obtained in vivo showed that natural regulatory T cells appear to be important for delaying the lesion development. However, their participation seems to be similar in animals infected with both parasites. After a week of infection, there is increased production of the chemokine CCL2 in animals infected with parasites maintained in culture for few passages. As this chemokine participates in the recruitment of monocytes, it is possible to imagine that the parasites maintained in culture for few passages leads to greater recruitment of these cells to the site of infection. Once differentiated into macrophages, these cells are effectively infected by these parasites. Together, these results show that the enzymes involved in metabolism of extracellular nucleotides play an important role in infection by L. amazonensis, and could have direct role in adhesion of the parasite to target cells and subsequent modulation of immune response.Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.Afonso, Luís Carlos CroccoTestasicca, Miriam Conceição de Souza2013-04-01T18:06:55Z2013-04-01T18:06:55Z2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfTESTASICCA, M. C. de S. Características da resposta imune desenvolvida frente à infecção por Leishmania (Leishmania) amazonensis mantida em cultura axênica por passagens sucessivas. 2009. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009..http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2677porreponame:Repositório Institucional da UFOPinstname:Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)instacron:UFOPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-29T18:13:36Zoai:repositorio.ufop.br:123456789/2677Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufop.br/oai/requestrepositorio@ufop.edu.bropendoar:32332019-03-29T18:13:36Repositório Institucional da UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)false |
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Diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania causam infecções expressivamente distintas em uma mesma espécie de hospedeiro. Enquanto alguns hospedeiros são resistentes à infecção por diversas espécies do parasito, quase todas as linhagens de camundongos são susceptíveis à infecção por L. amazonensis, desenvolvendo lesões crônicas e progressivas em resposta à infecção. Esta pronunciada virulência dos parasitos pode estar relacionada à expressão de moléculas superficiais que favoreçam sua interação com os hospedeiros. As ecto-enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos são um possível fator de virulência para parasitos do gênero Leishmania. Para caracterizar a resposta imune desenvolvida por animais infectados com parasitos que apresentam distintos perfis de atividade ectonucleotidásica, foram avaliadas infecções por L. amazonensis mantida em cultura por poucas ou muitas passagens. Esses parasitos, quando mantidos em cultura axênica por muitas passagens, apresentam menor virulência, bem como menor atividade ectonucleotidásica. A atividade das suas enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares pode ser modulada pela cultura em presença de determinadas moléculas. Assim, os parasitos cultivados em meio suplementado com adenosina, produto final da via catabólica, apresentam redução na sua capacidade hidrolítica e levam a lesões menores em camundongos C57BL/6. Já os parasitos submetidos a muitas passagens em cultura, quando cultivados em meio suplementado com suramina, um inibidor de ecto-ATPases, apresentam aumento na capacidade de hidrólise de ATP e causam lesões maiores em camundongos C57BL/6. De modo interessante, os animais infectados com os parasitos que apresentam maior atividade ATPásica produziram menores quantidades de IFN- , após oito semanas de infecção. A infecção de macrófagos pelos parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens também apresenta diferenças marcantes, tanto para macrófagos peritoneais, quanto para macrófagos derivados de medula óssea. Os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens são capazes de infectar maior proporção de macrófagos; entretanto, não são observadas grandes diferenças no parasitismo celular. Não há alterações na produção de citocinas, quimiocinas e NO pelas células infectadas pelos diferentes parasitos. Dados obtidos in vivo permitem inferir que células T reguladoras naturais parecem ser importantes para o retardo do desenvolvimento da lesão. Porém, sua participação parece ser idêntica em animais infectados com parasitos mantidos em cultura axênica por poucas ou muitas passagens. Após uma semana de infecção, há maior produção da quimiocina CCL2 em animais infectados com parasitos mantidos em cultura por poucas passagens. Como esta quimiocina participa do recrutamento de monócitos, pode-se cogitar que os parasitos mantidos em cultura por poucas passagens promovem um maior recrutamento dessas células para o sítio da infecção. Uma vez diferenciadas em macrófagos, são eficazmente infectadas por estes parasitos. Em conjunto, esses resultados demonstram que as enzimas envolvidas no metabolismo de nucleotídeos extracelulares desempenham um papel importante na infecção por L. amazonensis, podendo ter função direta na aderência do parasito às células-alvo e na modulação da resposta imune subseqüente. |
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