Correlações entre a intensidade da dor e o perfil inflamatório em mulheres androides e ginoides com diagnóstico de dor crônica.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cota, Cecília Cristina
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/18193
Resumo: Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
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spelling Correlações entre a intensidade da dor e o perfil inflamatório em mulheres androides e ginoides com diagnóstico de dor crônica.AndroidesDor crônicaInflamaçãoInterleucina-6Proteína C reativaPrograma de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.Introdução: A obesidade e o sobrepeso são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo excessivo de gordura associado a desfechos clínicos negativos. A obesidade é resultante de uma complexa interação entre fatores socioeconômicos, genéticos, epigenéticos e de estilo de vida. Estudos têm associado o excesso de adiposidade ao aumento dos níveis plasmáticos de biomarcadores pró-inflamatórios. Esta inflamação sistêmica de baixo grau, que, possui caráter crônico e tem sido associada a alterações musculoesqueléticas, pode gerar dor e déficits funcionais. Biomarcadores, tais como a proteína C reativa (PCR) e várias citocinas, entre elas a interleucina-6 (IL-6), têm sido relacionados aos sintomas álgicos articulares em indivíduos com excesso de adiposidade. Níveis aumentados destas moléculas podem promover desregulação da função endócrina do tecido adiposo, contribuindo para um caráter patogênico do sobrepeso e da obesidade. Além disso, o aumento da adiposidade aumenta o recrutamento de leucócitos (neutrófilos, monócitos e linfócitos) da circulação para o tecido adiposo gerando um perfil inflamatório local no tecido adiposo. A literatura mostra que a forma “androide” é mais frequentemente correlacionada com o aumento da mortalidade e com fatores de risco, quando comparada com a forma “ginoide”. Entretanto, não se sabe se estes diferentes fenótipos da obesidade (androide e ginoide) apresentam diferenças quanto à intensidade de dor e do perfil inflamatório sistêmico em indivíduos com dor articular crônica. Objetivo: Diante do exposto, o objetivo geral deste estudo é comparar os níveis circulatórios de biomarcadores inflamatórios (PCR e IL-6) e a dor em pacientes classificados em androides ou ginoides, com diagnóstico clínico de dores articulares crônicas. Método: Participaram deste estudo 30 mulheres, sendo 18 do fenótipo Androide (idade: 50,61 anos ± 9,41; IMC: 33,19 kg/m2 ± 3,85 e EVN: 7,88 ± 1,66) e 12 do fenótipo Ginoide (idade: 50,67 anos ± 9,45; IMC: 34,70 kg/m2 ± 4,62 e EVN: 8,58 ± 1,49); com diagnóstico clínico de dor articular crônica em ombro, coluna e/ou joelho, com intensidade de dor maior ou igual a 4 na Escala Visual Numérica e classificadas com sobrepeso ou obesidade, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). Para esta pesquisa, foram realizados dois encontros, sendo o primeiro para a anamnese da voluntária e o segundo para realização do exame de densitometria por dupla emissão de raio-x (DXA), além da coleta de sangue para análises das moléculas Proteína C reativa (PCR) e Interleucina-6 (IL-6) como biomarcadores da inflamação. Resultados: A análise dos resultados mostra que não houve diferença entre o número total de leucócitos (A: 6045 μL e G: 5230 μL, com p = 0,48), neutrófilos (A: 3440 μL e G: 3017 μL, com p = 0,41), linfócitos (A: 2208 μL e G: 2115 μL, com p = 0,67), monócitos (A: 429,7 μL e G: 392,8 μL, com p = 0,43), eosinófilos (A: 137,6 μL e G: 204,9 μL, com p = 0,04) e basófilos (A: 17,27 μL e G: 15,41 μL, com p = 0,61). Quando comparados com os valores de referência, ambos os grupos apresentaram inflamação sistêmica de baixo grau a partir da análise do PCR (A: 0,8 mg/dl e G: 0,43 mg/dl, com p = 0,02), contudo, não apresentam níveis elevados de IL-6 (A: 2,5 pg/ml e G: 2,8 pg/ml, com p = 0,63). A intensidade de dor foi elevada em ambos grupos (registrado na Escala Visual Numérica média de A: 7,5 ± 1,54 e G: 8,6 ± 1,95), valores próximos ao limite máximo de percepção, porém, não houve diferença estatística entre eles (A: 8 e G: 8,5, com p = 0,25). Não houve correlação significativa entre PCR ou IL-6 e Massa Corporal (PCR r = 0,07 e p = 0,68 e IL-6 r = -0,25 p = 0,16), Tecido Gordo (PCR r = 0,04 e p = 0,82 e IL-6 r = -0,06 p = 0,75) e Intensidade da Dor (PCR r = 0,24 e p = 0,19 e IL- 6 r = 0,01 p = 0,93). Conclusão: A análise dos dados permite concluir que mulheres de perfil androide e ginoide, encontraram-se com inflamação de baixo grau, de acordo com a PCR, com diferença estatística e maior dosagem nas de perfil androide. Células eosinófilos foram encontradas em maior contagem em ginoides, hipotetizando uma exposição deste grupo a um equilíbrio do grau inflamatório, numa possível relação entre eosinófilos, interleucina-4, IL-6 e PCR. A intensidade da dor não foi diferente entre os grupos, sugerindo que as multicausalidades da dor devem ser exploradas, que possam estar influenciando no sintoma álgico além da inflamação presente.Introduction: Obesity and overweight are defined by the World Health Organization (WHO) as excessive fat accumulation associated with negative clinical outcomes. Obesity is the result of a complex interaction between socioeconomic, genetic, epigenetic and lifestyle factors. Studies have associated excess adiposity with increased plasma levels of pro-inflammatory biomarkers. This low-grade systemic inflammation, which is chronic and has been associated with musculoskeletal changes, can generate pain and functional deficits. Biomarkers such as C-reactive protein (CRP) and several cytokines, including interleukin-6 (IL-6), have been related to joint pain symptoms in individuals with excess adiposity. Increased levels of these molecules can promote dysregulation of the endocrine function of adipose tissue, contributing to the pathogenic nature of overweight and obesity. Furthermore, increased adiposity increases the recruitment of leukocytes (neutrophils, monocytes, and lymphocytes) from the circulation to adipose tissue, generating a local inflammatory profile in adipose tissue. The literature shows that the “android” form is more frequently correlated with increased mortality and risk factors when compared with the “gynoid” form. However, it is not known whether these different obesity phenotypes (android and gynoid) present differences in pain intensity and systemic inflammatory profile in individuals with chronic joint pain. Objective: Given the above, the general objective of this study is to compare the circulating levels of inflammatory biomarkers (CRP and IL-6) and pain in patients classified as android or gynoid, with a clinical diagnosis of chronic joint pain. Method: Thirty women participated in this study, 18 of the Android phenotype (age: 50.61 years ± 9.41; BMI: 33.19 kg/m2 ± 3.85 and VNS: 7.88 ± 1.66) and 12 of the Gynoid phenotype (age: 50.67 years ± 9.45; BMI: 34.70 kg/m2 ± 4.62 and VNS: 8.58 ± 1.49); with a clinical diagnosis of chronic joint pain in the shoulder, spine and/or knee, with pain intensity greater than or equal to 4 on the Visual Numeric Scale and classified as overweight or obese, according to the Body Mass Index (BMI). For this research, two meetings were held, the first for the volunteer's anamnesis and the second for carrying out the dual-energy x-ray densitometry (DXA) exam, in addition to collecting blood for analysis of the molecules C-reactive protein (CRP) and Interleukin-6 (IL-6) as biomarkers of inflammation. Results: Analysis of the results shows that there was no difference between the total number of leukocytes (A: 6045 μL and G: 5230 μL, with p = 0.48), neutrophils (A: 3440 μL and G: 3017 μL, with p = 0.41), lymphocytes (A: 2208 μL and G: 2115 μL, with p = 0.67), monocytes (A: 429.7 μL and G: 392.8 μL, with p = 0.43), eosinophils (A: 137.6 μL and G: 204.9 μL, with p = 0.04) and basophils (A: 17.27 μL and G: 15.41 μL, with p = 0.61). When compared with the reference values, both groups presented low-grade systemic inflammation based on the PCR analysis (A: 0.8 mg/dl and G: 0.43 mg/dl, with p = 0.02), however, they did not present high levels of IL-6 (A: 2.5 pg/ml and G: 2.8 pg/ml, with p = 0.63). Pain intensity was high in both groups (recorded on the mean Visual Numeric Scale of A: 7.5 ± 1.54 and G: 8.6 ± 1.95), values close to the maximum perception limit, however, there was no statistical difference between them (A: 8 and G: 8.5, with p = 0.25). There was no significant correlation between CRP or IL-6 and Body Mass (CRP r = 0.07 and p = 0.68 and IL-6 r = -0.25 p = 0.16), Fat Tissue (CRP r = 0.04 and p = 0.82 and IL-6 r = -0.06 p = 0.75) and Pain Intensity (CRP r = 0.24 and p = 0.19 and IL-6 r = 0.01 p = 0.93). Conclusion: Data analysis allows us to conclude that women with android and gynoid profiles had low- grade inflammation, according to CRP, with a statistical difference and higher dosage in those with android profiles. Eosinophil cells were found in higher counts in gynoids, hypothesizing that this group is exposed to a balance in the inflammatory degree, in a possible relationship between eosinophils, interleukin-4, IL-6 and CRP. Pain intensity was not different between groups, suggesting that the multiple causes of pain should be explored, which may be influencing the painful symptom in addition to the inflammation present.Silva, Albená Nunes daPereira, William Valadares CamposSilva, Albená Nunes daPereira, William Valadares CamposFaria, Marcelo Henrique Salviano dePinto, Kelerson Mauro de CastroCota, Cecília Cristina2024-08-01T20:32:43Z2024-08-01T20:32:43Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCOTA, Cecília Cristina. Correlações entre a intensidade da dor e o perfil inflamatório em mulheres androides e ginoides com diagnóstico de dor crônica. 2023. 52 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2023.https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/18193Attribution-NoDerivs 3.0 United Stateshttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/us/Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 19/06/2024 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. 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