Psicanálise e dor: o que (re)vela a fibromialgia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Iracema Do Ceará
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/100312
Resumo: Esta pesquisa é resultado do nosso interesse por investigar na psicanálise as possibilidades de compreensão da dor, mais especificamente dentro do quadro clínico nomeado pela medicina de fibromialgia. A fibromialgia é considerada uma síndrome em razão da obscuridade presente em sua gênesis, pois, apesar de todo avanço do arsenal biotecnológico, essa patologia segue enigmática atingindo de 1 a 5% da população em geral, sendo claramente mais frequente nas mulheres. O caráter de dor itinerante, invisível ao olhar médico e hermética as suas intervenções, desafia o discurso da ciência evidenciando a existência de um corpo que fala de algo para além do orgânico. A psicanálise agindo a partir de uma outra posição epistemológica, abre possibilidades para que a dor ultrapasse seu retraimento narcísico e atinja uma dimensão de sofrimento, resultando na construção de algum reconhecimento e implicação naquilo que faz sofrer. A trama enigmática que envolve a fibromialgia impulsiona o nosso desejo de buscar em Freud, e alguns pensadores contemporâneos, operadores teóricos para que possamos construir algo sobre a dor e consequentemente pensar o lugar da psicanálise em um mundo regido por um discurso totalizante e guiado por parâmetros biomédicos. Esta pesquisa foi realizada dentro de um serviço multidisciplinar que destina cuidados ao tratamento da síndrome fibromiálgica. Desse modo, constitui uma pesquisa teórico-clínica com o propósito de investigar os aspectos psíquicos presentes na formação da dor. Seguindo os referenciais psicanalíticos, foram atendidas, semanal e individualmente por cerca de um ano, oito pacientes com diagnóstico médico de fibromialgia. Dentre os oito casos, escolhemos apresentar aquele que nos mostrou ser paradigmático nas articulações entre a dor fibromiálgica e a teoria freudiana sobre a histeria. A histeria assim como a fibromialgia parte exatamente da constatação de que as pacientes testemunham um sofrimento sem correspondência orgânica. O caráter enigmático, de estranho, de endereçamento ao outro, apoiados pela plasticidade dos sintomas histéricos e sua trama identificatória, reforçam nossa hipótese. Palavras-chave: Psicanálise; Dor; Fibromialgia; Histeria; Pesquisa Clínica.
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A psicanálise agindo a partir de uma outra posição epistemológica, abre possibilidades para que a dor ultrapasse seu retraimento narcísico e atinja uma dimensão de sofrimento, resultando na construção de algum reconhecimento e implicação naquilo que faz sofrer. A trama enigmática que envolve a fibromialgia impulsiona o nosso desejo de buscar em Freud, e alguns pensadores contemporâneos, operadores teóricos para que possamos construir algo sobre a dor e consequentemente pensar o lugar da psicanálise em um mundo regido por um discurso totalizante e guiado por parâmetros biomédicos. Esta pesquisa foi realizada dentro de um serviço multidisciplinar que destina cuidados ao tratamento da síndrome fibromiálgica. Desse modo, constitui uma pesquisa teórico-clínica com o propósito de investigar os aspectos psíquicos presentes na formação da dor. Seguindo os referenciais psicanalíticos, foram atendidas, semanal e individualmente por cerca de um ano, oito pacientes com diagnóstico médico de fibromialgia. Dentre os oito casos, escolhemos apresentar aquele que nos mostrou ser paradigmático nas articulações entre a dor fibromiálgica e a teoria freudiana sobre a histeria. A histeria assim como a fibromialgia parte exatamente da constatação de que as pacientes testemunham um sofrimento sem correspondência orgânica. O caráter enigmático, de estranho, de endereçamento ao outro, apoiados pela plasticidade dos sintomas histéricos e sua trama identificatória, reforçam nossa hipótese. Palavras-chave: Psicanálise; Dor; Fibromialgia; Histeria; Pesquisa Clínica.This survey is the result of our interest in researching in psicoanalisys the possibilities of understanding of pain, more specifically within the clinical picture named by medicine of fibromyalgia. Fibromyalgia is considered a syndrome because of the obscurity in its genesis, therefore, despite of all the advances of the biotechnology arsenal, this enigmatic pathology affects anywhere from 1 to 5% of the population, being clearly more frequent in women. The character of itinerant pain, invisible to the eye of the doctor, hermetic and their interventions, challenges the discourse of science evidencing the existence of a body that speaks of something beyond organic. Thus, the treatment of fibromyalgia convenes another field of knowledge; psychoanalysis. This, acting from another epistemological position, opens up possibilities for the pain exceeds your withdrawal delight and reaches a dimension of suffering, resulting in the construction of some recognition and implication on what makes someone suffer. The enigmatic plot involving Fibromyalgia boosts our desire to seek in Freud, and some contemporary thinkers, theoretical operators so that we can build something about pain and therefore think of the place of psychoanalysis in a world governed by a totalitarian discourse and driven by biomedical parameters. This research was carried out within a multidisciplinary service is intended for the care of treatment Fibromyalgic syndrome. This way, it constitutes a theoretical-clinical research with the purpose of investigating the psychic aspects present in the formation of pain. Following the benchmark psychoanalytic approaches, individuals were met weekly and privately for about a year, eight patients with medical diagnosis of fibromyalgia. Among the eight cases, we chose to present one that showed us to be paradigmatic joints between the Freudian theory and fibromyalgic pain about hysteria. Hysteria as fibromyalgia begins exactly with the realization that the patients testify to an organic correspondence without suffering. The enigmatic character of strange, addressing another, backed by the plasticity of hysterical symptoms and its identification plot, reinforces our hypothesis. Keywords: Psychoanalysis; Pain; Fibromyalgia; Hysteria; Clinical Research.Lima, Maria Celina PeixotoLima, Maria Celina PeixotoMartins, Karla Patrícia HolandaBarrocas, Ricardo Lincoln LaranjeiraTeixeira, Leônia CavalcanteUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaGuimarães, Iracema Do Ceará2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/100312https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/10593Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 92203porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T20:07:43Zoai::100312Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-25T20:07:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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