A experiência vivida das famílias de crianças em psicoterapia infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Manuela de Albuquerque Rocha
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125480
Resumo: As famílias desempenham papel importante na promoção da saúde e bem-estar das crianças, que no seu desenvolvimento, se movimentam partindo de um lugar de total dependência para o alcance de maior autonomia ao longo da vida. A psicoterapia infantil se constitui como uma estratégia de intervenção em problemas cognitivos, comportamentais e emocionais na infância. As famílias são consideradas parte integrante da terapia, nas abordagens em psicoterapia infantil inspiradas no pensamento humanista e/ou fenomenológico, e possuem papel determinante para alcançar os objetivos da clínica psicológica com crianças. Com os familiares das crianças, os psicoterapeutas infantis têm o objetivo de oferecer acolhimento e escuta, fornecer orientações sobre o desenvolvimento infantil, sensibilizar para a compreensão das questões da criança e favorecer a comunicação na família. A presente pesquisa teve como objetivo compreender a experiência vivida das famílias de crianças que estão passando por um processo de psicoterapia infantil. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando o método fenomenológico crítico, alicerçado na fenomenologia de Merleau-Ponty. Foram realizadas entrevistas fenomenológicas com oito mães e um pai de crianças que estavam em atendimento de psicoterapia infantil, partindo da pergunta disparadora: ¿Como é para você ter um filho(a) fazendo psicoterapia?¿. Os resultados foram divididos em seis categorias: 1) ¿Tenho que fazer alguma coisa agora¿: a psicoterapia infantil como via de solução para um problema; 2) ¿Ele não é o tipo de criança problemática, ele é uma criança obediente¿: os sentidos das concepções de infância; 3) ¿Vem um pouco de culpa pelo que eu não consegui fazer¿; 4) ¿Terapia é uma coisa que todo mundo deveria fazer¿ versus ¿O normal era se ele nunca tivesse precisado¿: psicoterapia infantil como intervenção em saúde mental; 5) ¿É melhor que ele fale tudo que ele tá sentindo pra psicóloga¿: a fala da criança tem valor; 6) ¿A gente está bem mais próxima, e eu devo isso muito à terapia¿. Concluímos que a experiência vivida dos familiares é marcada por elementos singulares da relação com a criança e com o psicoterapeuta infantil, envolvendo os significados de infância e saúde mental construídos no decorrer da história de vida dos indivíduos e em sua relação com a cultura. As famílias das crianças em psicoterapia demonstram vivenciar uma experiência ambígua, pois ao mesmo tempo em que identificam a criança como foco do processo, também sentem os reflexos das intervenções ao perceberem mudanças em si mesmas. Palavras-chave: Psicoterapia infantil. Família. Fenomenologia. Merleau-Ponty.
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Com os familiares das crianças, os psicoterapeutas infantis têm o objetivo de oferecer acolhimento e escuta, fornecer orientações sobre o desenvolvimento infantil, sensibilizar para a compreensão das questões da criança e favorecer a comunicação na família. A presente pesquisa teve como objetivo compreender a experiência vivida das famílias de crianças que estão passando por um processo de psicoterapia infantil. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando o método fenomenológico crítico, alicerçado na fenomenologia de Merleau-Ponty. Foram realizadas entrevistas fenomenológicas com oito mães e um pai de crianças que estavam em atendimento de psicoterapia infantil, partindo da pergunta disparadora: ¿Como é para você ter um filho(a) fazendo psicoterapia?¿. Os resultados foram divididos em seis categorias: 1) ¿Tenho que fazer alguma coisa agora¿: a psicoterapia infantil como via de solução para um problema; 2) ¿Ele não é o tipo de criança problemática, ele é uma criança obediente¿: os sentidos das concepções de infância; 3) ¿Vem um pouco de culpa pelo que eu não consegui fazer¿; 4) ¿Terapia é uma coisa que todo mundo deveria fazer¿ versus ¿O normal era se ele nunca tivesse precisado¿: psicoterapia infantil como intervenção em saúde mental; 5) ¿É melhor que ele fale tudo que ele tá sentindo pra psicóloga¿: a fala da criança tem valor; 6) ¿A gente está bem mais próxima, e eu devo isso muito à terapia¿. Concluímos que a experiência vivida dos familiares é marcada por elementos singulares da relação com a criança e com o psicoterapeuta infantil, envolvendo os significados de infância e saúde mental construídos no decorrer da história de vida dos indivíduos e em sua relação com a cultura. As famílias das crianças em psicoterapia demonstram vivenciar uma experiência ambígua, pois ao mesmo tempo em que identificam a criança como foco do processo, também sentem os reflexos das intervenções ao perceberem mudanças em si mesmas. Palavras-chave: Psicoterapia infantil. Família. Fenomenologia. Merleau-Ponty.Families play an important role in promoting the health and well-being of children, who in their development, move from a place of total dependence to achieve greater autonomy throughout life. Child psychotherapy is an intervention strategy for cognitive, behavioral and emotional problems in childhood. Families are considered an integral part of therapy, in child psychotherapy approaches inspired by humanistic and/or phenomenological thinking, and have a determining role in achieving the objectives of psychological clinic with children. Child psychotherapists include family members of children in the process with the aim of offering care and listening, providing guidance on child development, raising awareness of children's issues and promoting communication in the family. This research aimed to understand the experience of families of children in child psychotherapy. To achieve this objective, a qualitative research was carried out, using the critical phenomenological method, based on the Merleau-Ponty phenomenology. Phenomenological interviews were conducted with eight mothers and a father of children who were attending child psychotherapy. The interviews started with the triggering question: "How is it for you to have a child attending psychotherapy?" The results were divided into six categories: 1) ¿I have to do something now¿: child psychotherapy as a way to solve a problem; 2) "He is not the type of problem child, he is an obedient child": the meanings of childhood concepts; 3) "A little guilt comes for what I couldn't do"; 4) "Therapy is something that everyone should do" versus "The normal thing was if he never needed it": child psychotherapy as a mental health intervention; 5) "It is better for him to say everything he is feeling to the psychologist": the child's speech has value; 6) "We are much closer, and I owe this a lot to therapy". We conclude that the family members' lived experience is marked by singular elements of the relationship with the child and the child psychotherapist, involving the meanings of childhood and mental health constructed during the individuals' life history and in their relationship with culture. The families of children undergoing psychotherapy demonstrate having an ambiguous experience, because at the same time that they identify the child as the focus of the process, they also feel the reflexes of the interventions when they perceive changes in themselves. Keywords: Child psychotherapy. Family. Phenomenology. Merleau-Ponty.Dissertação enviada com autorização e certificação via C.I 11920/21 17/02/2021Cavalcanti, Virginia de Saboia MoreiraCavalcanti, Virginia de Saboia MoreiraFreitas, Joanneliese de LucasBloc, Lucas GuimarãesUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaSiqueira, Manuela de Albuquerque Rocha2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125480https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/25378porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess1899-12-30T00:00:00Zoai::125480Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:1899-12-30T00:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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