Forró de sanfoneiro pop: transformações na obra de Dominguinhos, 1964- 1980

• Autor(a) principal: Cunha, Breno César de Albuquerque
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27140
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES::MUSICA; Música popular - Forró; Luiz Gonzaga; Dominguinhos; Mudança musical - Forró; Popular music - Forró; Musical change - Forró

Esta pesquisa teve como objetivo a investigação a respeito de transformações na obra do sanfoneiro e compositor Dominguinhos, no período de 1964 a 1980. Tal recorte temporal foi escolhido com base em três fatores: (1) o início de sua carreira na indústria fonográfica a partir de 1964, (2) a sua popularização a partir de 1973, ao lado dos tropicalistas, (3) e a sua consagração pela ótica de seu mentor, Luiz Gonzaga, em 1980. Para compreender melhor as ideias envolvidas nos processos de transformação diante da tradição do "forró gonzaguiano", foram utilizados alguns conceitos fundamentais, tais como: “mudança musical”, “fluxo musical”, “complexo performático” e “cosmopolitismo”. Considerando que o universo de pesquisa deste trabalho é essencialmente formado pela obra musical de Dominguinhos, publicada no recorte histórico escolhido, a coleta de dados se deu através do processo de apreciação e mapeamento dos dezesseis discos lançados no referido período. Tal procedimento foi sucedido pelas análises musicais de dez fonogramas escolhidos a partir dos seis principais subgêneros do cânone de Gonzaga: xote, baião, forró, toada, arrasta-pé e xaxado. A partir dessas análises, foram verificadas, na obra de Dominguinhos, várias mudanças musicais, especialmente em meados dos anos de 1970, que podem ser observadas através de traços estilísticos nas composições, principalmente no que diz respeito aos seguintes fatores: gradual priorização de música vocal em seus álbuns, uso de melodias e improvisações jazzísticas, modulações súbitas para tons afastados e experimentações relativas à instrumentação. Paralelamente, também foram observados vários exemplos de continuidade em relação as convenções “gonzaguianas”, tais como: o abundante uso dos subgêneros do forró e de suas respectivas características rítmicas, alguns traços melódicos e harmônicos modais e tonais e a manutenção da instrumentação do “trio pé de serra” como alicerce instrumental. Concluiu-se que Dominguinhos foi um agente cosmopolita, que atuou nas fronteiras do fluxo do forró através de suas gravações e protagonizou diversos pontos de mudança e continuidade na conjuntura do legado de Luiz Gonzaga.