A atualidade do cosmopolitismo kantiano: a ideia de paz perpétua e o republicanismo em Kant

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante, Antônio Rodrigues
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29375
Resumo: A ideia de republicanismo como possibilidade de uma ―paz perpétua‖, na perspectiva de Kant, tem como fundamento básico a lei e o dever moral. O republicanismo em Kant é o caminho para a realização de uma paz duradora; no entanto, esta depende de uma garantia da liberdade, de forma que a paz é um dever moral a se manifestar entre o direito, a política e a ética. A autonomia da vontade é a base desse dever moral, fundado na razão prática e no imperativo categórico, sob o qual a ação é guiada pela norma de princípios universais comuns a todos os cidadãos e aos Estados federados. O republicanismo kantiano se funda numa constituição, cujo pressuposto é a lei, a qual deverá garantir, entre outras coisas, mas, sobretudo, que os Estados não promovam guerra sem que seus cidadãos possam decidira esse respeito. A lei é a força que deve assegurar a paz entre os cidadãos e entre os Estados que compõem a federação de Estados através dos meios coercitivos estabelecidos por suas assembleias constituintes parlamentares. A força da ação moral, decorrente da aceitação das leis que regem a federação das nações livres, é o meio pelo qual a paz perpétua pode ser garantida, porque nela está contido o ―poder‖, isto é, a livre decisão de agir conforme o dever em obediência às leis criadas pelos próprios cidadãos que se submetem a elas. Neste trabalho vamos mostrar que para Kant a lei que rege a federação adquire dimensão de imperativo moral e deixa de ser mera coerção, na medida em que na república ela é resultado da livre decisão dos cidadãos, enquanto a lineal própria permanece como diretriz que pode ser cumprida por mera coação estatal como meio de garantia da paz.
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A lei é a força que deve assegurar a paz entre os cidadãos e entre os Estados que compõem a federação de Estados através dos meios coercitivos estabelecidos por suas assembleias constituintes parlamentares. A força da ação moral, decorrente da aceitação das leis que regem a federação das nações livres, é o meio pelo qual a paz perpétua pode ser garantida, porque nela está contido o ―poder‖, isto é, a livre decisão de agir conforme o dever em obediência às leis criadas pelos próprios cidadãos que se submetem a elas. Neste trabalho vamos mostrar que para Kant a lei que rege a federação adquire dimensão de imperativo moral e deixa de ser mera coerção, na medida em que na república ela é resultado da livre decisão dos cidadãos, enquanto a lineal própria permanece como diretriz que pode ser cumprida por mera coação estatal como meio de garantia da paz.The idea of republicanism as a possibility for a "perpetual peace" in Kant's practical philosophy has as its basic foundation the law and the moral duty. For Kant republicanism is the means to achieve a lasting peace, but it depends on a commitment to freedom; therefore peace is for him a moral duty that can only be manifested in law, politics and ethics. The autonomy of the will is the basis of this moral duty, founded on practical reason and the categorical imperative, under which human action is guided by the norms of universal principles shared in common by citizens and the federated states. Kantian republicanism is founded on a constitution that presupposes a law which should ensure, among other things, and above all, that states do not promote war, without their citizens being able to decide upon this subject. The law is the power that should ensure peace between citizens and between the states that take part in the federation of states by means of the coercive means established by their constituent parliamentary assemblies. The force of moral action, resulting from the acceptance of the laws governing the federation of free nations, is the means by which perpetual peace can be guaranteed, as it contains "power", that is, the free decision to act according to duty by obeying to the laws established by the citizens themselves who submit to them. In this dissertation we show that for Kant the law governing the federation acquires the dimension of a moral imperative and ceases to be merely coercive in so far as in the republic the law is the result of a free choice of the citizens themselves, while, in itself, the law remains a guideline that can be fulfilled by mere coercion of the state as a means for guaranteeing peace.Submitted by Marília Cosmos (marilia@biblioteca.ufpb.br) on 2024-01-30T17:24:40Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) AntonioRodriguesCavalcante_Tese.PDF: 2356456 bytes, checksum: a6073a145b206cf42cf52053d0b2a6cf (MD5)Made available in DSpace on 2024-01-30T17:24:40Z (GMT). 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