Processamento morfológico em adultos com gagueira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coutinho, Hertha Maria Tavares de Albuquerque
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25194
Resumo: Este estudo analisa voluntários que apresentam gagueira comparativamente a um grupo controle. Pretende-se contribuir com uma caracterização mais exata quanto aos componentes linguísticos da gagueira, visando, primeiramente, investigar como o acesso lexical é ativado diante de formações morfológicas complexas (morfologia derivacional) nesta população, já que a gagueira ocorre dentro das palavras (intrapalavra) para, posteriormente, no segundo experimento, analisar como são processadas e regidas as regras da morfologia flexional pela gramática mental nesses sujeitos. A hipótese é de que os voluntários com gagueira apresentem dificuldades na ativação lexical de formas complexas, como lentidão e atrasos na recuperação dos itens lexicais ocasionando uma diferenciação neste processo se comparados ao grupo controle, hipótese condizente com os estudos de Weber-Fox (2001). Essa pesquisa assume a teoria proposta pelo modelo declarativo/procedimental de Ulman (1997, 2001) de que há um sistema dual de memórias que são responsáveis por determinados tipos de funções: a memória procedimental que rege as regras da gramática mental na formação dos morfemas (flexionais) e a memória declarativa responsável pelo armazenamento de conhecimentos idiossincráticos e formas irregulares (morfologia derivacional). Essa teoria do Ulman (2001, 2004) se correlaciona com a neurofisiologia da gagueira pelo fato da gramática mental estar enraizada nos gânglios basais, local de disfunção neurológica em sujeitos com gagueira. Para tanto, o primeiro experimento foi baseado em uma pesquisa experimental e transversal, onde foi replicado um experimento psicolinguístico, baseado nos estudos de Garcia (2009), com aferição on-line para dados de compreensão, utilizando a metodologia de priming encoberto monomodal (visual) de leitura de palavras derivacionais com decisão lexical em sujeitos que apresentam gagueira persistente (diagnosticados fonoaudiologicamente) e grupo controle, todos falantes nativos do português brasileiro, com idade entre 17 e 37 anos e escolaridade com ensino médio completo. Esta metodologia analisa o processamento morfológico comparativamente ao processamento da informação semântica, fonológica e sem nenhuma relação. Quatro condições foram expostas: prime e alvo relacionados morfologicamente; prime e alvo relacionados fonologicamente; prime e alvo relacionados semanticamente e, por último, prime e alvo sem nenhuma relação. Já no segundo experimento, a fim de analisar a morfologia flexional, foi aplicada a técnica de leitura automonitorada com julgamento de aceitabilidade mediante frases experimentais onde o segmento crítico continha tanto verbos flexionados sob regras gerais regulares quanto verbos que não admitem regras gerais. De forma geral, os resultados não relataram diferenças significativas entre os dois grupos analisados, apresentando similaridade entre eles, não confirmando, portanto as hipóteses lançadas nessa pesquisa.
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A hipótese é de que os voluntários com gagueira apresentem dificuldades na ativação lexical de formas complexas, como lentidão e atrasos na recuperação dos itens lexicais ocasionando uma diferenciação neste processo se comparados ao grupo controle, hipótese condizente com os estudos de Weber-Fox (2001). Essa pesquisa assume a teoria proposta pelo modelo declarativo/procedimental de Ulman (1997, 2001) de que há um sistema dual de memórias que são responsáveis por determinados tipos de funções: a memória procedimental que rege as regras da gramática mental na formação dos morfemas (flexionais) e a memória declarativa responsável pelo armazenamento de conhecimentos idiossincráticos e formas irregulares (morfologia derivacional). Essa teoria do Ulman (2001, 2004) se correlaciona com a neurofisiologia da gagueira pelo fato da gramática mental estar enraizada nos gânglios basais, local de disfunção neurológica em sujeitos com gagueira. Para tanto, o primeiro experimento foi baseado em uma pesquisa experimental e transversal, onde foi replicado um experimento psicolinguístico, baseado nos estudos de Garcia (2009), com aferição on-line para dados de compreensão, utilizando a metodologia de priming encoberto monomodal (visual) de leitura de palavras derivacionais com decisão lexical em sujeitos que apresentam gagueira persistente (diagnosticados fonoaudiologicamente) e grupo controle, todos falantes nativos do português brasileiro, com idade entre 17 e 37 anos e escolaridade com ensino médio completo. Esta metodologia analisa o processamento morfológico comparativamente ao processamento da informação semântica, fonológica e sem nenhuma relação. Quatro condições foram expostas: prime e alvo relacionados morfologicamente; prime e alvo relacionados fonologicamente; prime e alvo relacionados semanticamente e, por último, prime e alvo sem nenhuma relação. Já no segundo experimento, a fim de analisar a morfologia flexional, foi aplicada a técnica de leitura automonitorada com julgamento de aceitabilidade mediante frases experimentais onde o segmento crítico continha tanto verbos flexionados sob regras gerais regulares quanto verbos que não admitem regras gerais. De forma geral, os resultados não relataram diferenças significativas entre os dois grupos analisados, apresentando similaridade entre eles, não confirmando, portanto as hipóteses lançadas nessa pesquisa.This study analyzes volunteers who have stuttering compared to a control group. It is intended to contribute to a more accurate characterization regarding the linguistic components of stuttering, designed to investigate how lexical access is enabled on complex morphological formations (derivational morphology) in this population, since the stuttering occurs within words (intraword), for later, in the second experiment, analyze how the rules of inflectional morphology are processed and regulated by mental grammar. The hypothesis is that the volunteers who stutter have difficulty in activating lexical complex shapes, such as slowness and delays in the recovery of lexical items causing this differentiation process compared to the control group, a hypothesis consistent with the studies of Weber-Fox (2001). This research uses the theory proposed by the declarative / procedural model of Ulman (1997, 2001) which says that there is a dual system of memories that are responsible for certain types of morphology: a procedural memory that would regulate the rules of grammar in the training of mental morphemes (inflectional) and declarative memory responsible for storing idiosyncratic knowledge and irregular shapes (derivational morphology). This Ulman theory (2001, 2004) correlates with the neurophysiology of stuttering due to the mental grammar be rooted in the basal ganglia, site of neurological dysfunction in subjects with stuttering. Therefore, the first experiment was based on a experimental and transversal research, in which an psycholinguistic experiment was replicated, based on the studies of Garcia (2009), with online inquiry for understanding data, using the monomodal, undercovered priming methodology (visual) of derivational word reading with lexical decision in subjects who have persistent stuttering (diagnosed by an audiologist) and the control group, all subjects were native speakers of Brazilian Portuguese, aged between 17 and 37 years with complete secondary education. This methodology analyzes the morphological processing compared to semantic, phonological and unrelated information processing. Four conditions were exposed: morphologically related prime and target, phonologically related prime and target; semantically related prime and target, and finally, unrelated prime and target. In the second experiment, in order to analyze the inflectional morphology, we applied the auto-monitored reading technique with acceptability judgment by experimental sentences where the critical segment contained both inflected verbs under general regular rules as verbs that do not admit general rules. Overall, the results reported no significant differences between the two groups, showing similarity between them, not confirming therefore the hypothesis launched on this survey.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2022-10-20T13:15:13Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) HerthaMariaTavaresDeAlbuquerqueCoutinho_Dissert.pdf: 2465876 bytes, checksum: dcca1f342faeee2687d20174de2bc44f (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2022-10-21T16:41:55Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) HerthaMariaTavaresDeAlbuquerqueCoutinho_Dissert.pdf: 2465876 bytes, checksum: dcca1f342faeee2687d20174de2bc44f (MD5)Made available in DSpace on 2022-10-21T16:41:55Z (GMT). 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