Artes indígenas na escola não indígena: conversas com docentes de artes visuais da prefeitura do Recife

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Flávia Roberta Alves
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27031
Resumo: A presente investigação foi desenvolvida na linha de pesquisa Artes Visuais e seus processos educacionais, culturais e criativos, no Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB – Mestrado em Artes Visuais. Teve como objetivo compreender como as temáticas indígenas são abordadas no campo das Artes Visuais nos anos finais do Ensino Fundamental das Escolas Municipais de tempo integral da Prefeitura da Cidade do Recife. O referencial teórico aborda o pensamento decolonial (CANDAU, 2008, 2010, 2020; QUIJANO, 1992, 2005, 2007; WALSH, 2005, 2009, 2018), o ensino da arte (BARBOSA, 1998, 2008, 2009, 2010, 2011; RICHTER, 2003; MOURA, 2018) e a arte indígena contemporânea (ESBELL, 2021; JESUS, 2019, 2020, 2021), além das referências dos estudos encontrados no estado do conhecimento levantado sobre a temática. A pesquisa caminha por uma abordagem decolonial, pois trata-se de uma investigação que busca superação de padrões epistemológicos hegemônicos e que discute sobre como é vista e compreendida as produções artísticas dos povos originários do Brasil nessas escolas, propondo esse pensar com os/as docentes a partir da conversa como metodologia de pesquisa (FERRAÇO e ALVES, 2018; RIBEIRO, SOUZA e SAMPAIO, 2018). Utilizamos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) para compreender as orientações acerca das temáticas indígenas contidas na Política de Ensino da Rede Municipal do Recife e para o estudo das conversas com docentes sob o viés teórico do pensamento decolonial. A análise empreendida nos possibilitou entender que ainda que seja percebida a inclusão das temáticas indígenas nos documentos normativos, não foi observado na rede pesquisada a continuidade de formações e ações direcionadas a esse estudo. Soma-se a essa lacuna, a precariedade e a restrição dos materiais didáticos das Artes Visuais relacionados às temáticas indígenas no âmbito nacional e local. Mesmo com as referidas limitações, percebemos a investida dos e das docentes em trazer para sala de aula suas pesquisas e experiências individuais. Concordamos que é preciso desnaturalizar os processos de colonialidades que estão introjetados não apenas nos currículos e materiais didáticos de artes, mas principalmente no nosso imaginário individual, coletivo e nos conhecimentos que privilegiamos com e a partir dos sujeitos subalternizados, num percurso processual e permanente.
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A pesquisa caminha por uma abordagem decolonial, pois trata-se de uma investigação que busca superação de padrões epistemológicos hegemônicos e que discute sobre como é vista e compreendida as produções artísticas dos povos originários do Brasil nessas escolas, propondo esse pensar com os/as docentes a partir da conversa como metodologia de pesquisa (FERRAÇO e ALVES, 2018; RIBEIRO, SOUZA e SAMPAIO, 2018). Utilizamos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) para compreender as orientações acerca das temáticas indígenas contidas na Política de Ensino da Rede Municipal do Recife e para o estudo das conversas com docentes sob o viés teórico do pensamento decolonial. A análise empreendida nos possibilitou entender que ainda que seja percebida a inclusão das temáticas indígenas nos documentos normativos, não foi observado na rede pesquisada a continuidade de formações e ações direcionadas a esse estudo. Soma-se a essa lacuna, a precariedade e a restrição dos materiais didáticos das Artes Visuais relacionados às temáticas indígenas no âmbito nacional e local. Mesmo com as referidas limitações, percebemos a investida dos e das docentes em trazer para sala de aula suas pesquisas e experiências individuais. Concordamos que é preciso desnaturalizar os processos de colonialidades que estão introjetados não apenas nos currículos e materiais didáticos de artes, mas principalmente no nosso imaginário individual, coletivo e nos conhecimentos que privilegiamos com e a partir dos sujeitos subalternizados, num percurso processual e permanente.The present investigation was developed in the line of research Visual Arts and its educational, cultural and creative processes, in the Associated Graduate Program in Visual Arts UFPE/UFPB – Master in Visual Arts. It aimed to understand how indigenous themes are approached in the field of Visual Arts in the final years of Elementary School of Full-time Municipal Schools of the Recife City Hall. The theoretical framework addresses decolonial thinking (CANDAU, 2008, 2010, 2020; QUIJANO, 1992, 2005, 2007; WALSH, 2005, 2009, 2018), art teaching (BARBOSA, 1998, 2008, 2009, 2010, 2011; RICHTER, 2003; MOURA, 2018) and contemporary indigenous art (ESBELL, 2021; JESUS, 2019, 2020, 2021), in addition to the references of studies found in the state of knowledge surveyed on the subject. The research takes a decolonial approach, as it is an investigation that seeks to overcome hegemonic epistemological standards and that discusses how the artistic productions of the native peoples of Brazil are seen and understood in these schools, proposing this thinking with the teachers based on conversation as a research methodology (FERRAÇO and ALVES, 2018; RIBEIRO, SOUZA and SAMPAIO, 2018). We used Content Analysis (BARDIN, 2011) to understand the guidelines on indigenous themes contained in the Teaching Policy of the Municipal Network of Recife and to study the conversations with teachers under the theoretical bias of decolonial thinking. The analysis carried out allowed us to understand that even though the inclusion of indigenous themes in the normative documents is perceived, the continuity of training and actions directed to this study was not observed in the researched network. In addition to this gap, the precariousness and restriction of Visual Arts teaching materials related to indigenous themes at the national and local levels. Even with these limitations, we perceive the efforts of teachers to bring their research and individual experiences to the classroom. We agree that it is necessary to denaturalize the coloniality processes that are introjected not only in the curricula and teaching materials of arts, but mainly in our individual and collective imaginary and in the knowledge that we privilege with and from subaltern subjects, in a procedural and permanent path.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-05-25T10:50:21Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) FláviaRobertaAlvesCosta_Dissert.pdf: 7259098 bytes, checksum: 380496786c79d18bc1a1241d6543b316 (MD5)Made available in DSpace on 2023-05-25T10:50:21Z (GMT). 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