Preconceito e discriminação contra pessoas transgênero: o papel da ameaça à distintividade de gênero
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25795 |
Resumo: | Atitudes negativas e discriminação contra pessoas transgênero são generalizadas no Brasil. No entanto, pouca atenção tem sido dada à especificidade do preconceito transfóbico e ao papel da ameaça à distintividade de gênero nas atitudes discriminatórias contra essas pessoas. Para elucidar essa questão, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual realizamos oito estudos, os quais apresentamos em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos quatro estudos preliminares nos quais descrevemos o desenvolvimento e a validação de uma escala de preconceito contra mulheres (PTS-W) e homens transgênero (PTS-M). Os resultados mostraram evidência empírica consistente de validade de construto e fiabilidade da PTS-M e da PTS-W. No segundo artigo (N = 300), realizamos um estudo experimental no qual avaliamos a especificidade na discriminação contra pessoas transgênero expressa no valor social que as pessoas atribuem a pessoas transgênero que são vítimas de injustiça. Manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (masculino vs. feminino) e a informação sobre a sua pertença categorial (heterossexual vs. homossexual vs. transgênero). Os resultados mostraram maior valorização de uma vítima heterossexual em relação à uma transgênero. O artigo 3 descreve três estudos experimentais que testam a hipótese de que a discriminação de transgêneros é mais forte nos homens do que nas mulheres, e que essa diferença decorre da ameaça à distintividade de gênero e do preconceito transfóbico. No estudo 1 (N = 162), manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (feminino vs. masculino) e a sua identidade de gênero (cisgênero vs. transgênero) e medimos o suporte social dado a essa vítima. Os participantes homens expressaram menor suporte social à vítima transgênero, tendo este efeito sido mediado pelo preconceito transfóbico. No estudo 2 (N = 196), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero usando uma notícia fictícia que destacava a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) entre pessoas cisgênero e transgênero e uma condição controle (i.e., notícia neutra). Os resultados indicaram que a percepção de distintividade de gênero e o preconceito contra transgêneros mediaram sequencialmente a relação entre o sexo dos participantes e o menor suporte social dado à vítima transgênero, especialmente na condição de ameaça à distintividade de gênero. No Estudo 3 (N = 350), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero por meio de falsos feedbacks descrevendo a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) ou a diferença (i.e., afirmação da distintividade) entre pessoas cisgênero (vs. transgênero). Os homens cisgêneros perceberam maior distintividade face aos transgêneros, expressaram mais preconceito e ofereceram menor suporte social a pessoas trans do que a cisgêneros, especialmente na condição de afirmação da distintividade de gênero. No geral, os resultados são consistentes com as hipóteses que propomos e as inconsistências observadas foram discutidas com base na Teoria da Identidade Social, destacando o papel da ameaça à distintividade intergrupal. |
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2023-01-19T17:33:45Z2022-05-232023-01-19T17:33:45Z2022-02-01https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25795Atitudes negativas e discriminação contra pessoas transgênero são generalizadas no Brasil. No entanto, pouca atenção tem sido dada à especificidade do preconceito transfóbico e ao papel da ameaça à distintividade de gênero nas atitudes discriminatórias contra essas pessoas. Para elucidar essa questão, desenvolvemos um programa de pesquisa no qual realizamos oito estudos, os quais apresentamos em três artigos empíricos. No primeiro artigo, apresentamos quatro estudos preliminares nos quais descrevemos o desenvolvimento e a validação de uma escala de preconceito contra mulheres (PTS-W) e homens transgênero (PTS-M). Os resultados mostraram evidência empírica consistente de validade de construto e fiabilidade da PTS-M e da PTS-W. No segundo artigo (N = 300), realizamos um estudo experimental no qual avaliamos a especificidade na discriminação contra pessoas transgênero expressa no valor social que as pessoas atribuem a pessoas transgênero que são vítimas de injustiça. Manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (masculino vs. feminino) e a informação sobre a sua pertença categorial (heterossexual vs. homossexual vs. transgênero). Os resultados mostraram maior valorização de uma vítima heterossexual em relação à uma transgênero. O artigo 3 descreve três estudos experimentais que testam a hipótese de que a discriminação de transgêneros é mais forte nos homens do que nas mulheres, e que essa diferença decorre da ameaça à distintividade de gênero e do preconceito transfóbico. No estudo 1 (N = 162), manipulamos o sexo da vítima designado no nascimento (feminino vs. masculino) e a sua identidade de gênero (cisgênero vs. transgênero) e medimos o suporte social dado a essa vítima. Os participantes homens expressaram menor suporte social à vítima transgênero, tendo este efeito sido mediado pelo preconceito transfóbico. No estudo 2 (N = 196), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero usando uma notícia fictícia que destacava a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) entre pessoas cisgênero e transgênero e uma condição controle (i.e., notícia neutra). Os resultados indicaram que a percepção de distintividade de gênero e o preconceito contra transgêneros mediaram sequencialmente a relação entre o sexo dos participantes e o menor suporte social dado à vítima transgênero, especialmente na condição de ameaça à distintividade de gênero. No Estudo 3 (N = 350), manipulamos a ameaça à distintividade de gênero por meio de falsos feedbacks descrevendo a semelhança (i.e., ameaça à distintividade) ou a diferença (i.e., afirmação da distintividade) entre pessoas cisgênero (vs. transgênero). Os homens cisgêneros perceberam maior distintividade face aos transgêneros, expressaram mais preconceito e ofereceram menor suporte social a pessoas trans do que a cisgêneros, especialmente na condição de afirmação da distintividade de gênero. No geral, os resultados são consistentes com as hipóteses que propomos e as inconsistências observadas foram discutidas com base na Teoria da Identidade Social, destacando o papel da ameaça à distintividade intergrupal.Negative attitudes and discrimination against transgender people are widespread in Brazil. However, little attention has been paid to the specificity of transphobic prejudice and the role of threats to gender distinctness in discriminatory attitudes towards these people. To address this question, we developed a research programme in which we conducted eight studies, which we present in three empirical articles. In the first article, we present four preliminary studies in which we describe the development and validation of a scale of prejudice against women (PTS -W) and transgender men (PTS -M). The results showed consistent empirical evidence for the construct validity and reliability of PTS -M and PTS -W. In the second article (N = 300), we conducted an experimental study examining the specificity of discrimination against transgender people expressed in the social value people attribute to transgender people who are victims of injustice. We manipulated the victim's sex reported at birth (male vs. female) and information about their categorical membership (heterosexual vs. homosexual vs. transgender). The results showed that a heterosexual victim was rated more highly than a transgender victim. Article 3 describes three experimental studies that test the hypothesis that discrimination against transgender people is stronger among men than women and that this difference is due to threats to gender distinctiveness and transphobic prejudice. In Study 1 (N = 162), we manipulated the victim's sex determined at birth (female vs. male) and gender identity (cisgender vs. transgender) and measured the social support the victim received. Male participants expressed less social support for the transgender victim, and this effect was mediated by transphobic prejudice. In Study 2 (N = 196), we manipulated threat to gender distinctiveness using a fictional news story that highlighted the similarity (i.e., threat to distinctiveness) between cisgender and transgender people and a control condition (i.e., neutral news). Results indicated that perceptions of gender difference and prejudice against transgender people sequentially mediated the relationship between participants' gender and lower social support for the transgender victim, particularly in the gender difference threat condition. In Study 3 (N = 350), we manipulated gender distinctiveness threat through false feedback describing the similarity (i.e., distinctiveness threat) or difference (i.e., distinctiveness assertion) between cisgender participants' (vs. transgender) personalities. Cisgender men who perceived greater distinctiveness from transgender people expressed more prejudice and offered less social support to trans people than cisgender people, especially in the condition of affirming gender distinctiveness. Overall, the results are consistent with our hypotheses and the observed inconsistencies were discussed based on social identity theory, highlighting the role of threats to intergroup distinctiveness.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2022-12-22T13:29:31Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) KalineDaSilvaLima_Tese.pdf: 3229490 bytes, checksum: 5f03c955331d7bd18b5c128b3f741709 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2023-01-19T17:33:45Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) KalineDaSilvaLima_Tese.pdf: 3229490 bytes, checksum: 5f03c955331d7bd18b5c128b3f741709 (MD5)Made available in DSpace on 2023-01-19T17:33:45Z (GMT). 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