Percepções sociolinguísticas interdialetais: o /S/ em coda silábica no português brasileiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27262 |
Resumo: | O objetivo principal desta tese foi o de investigar de que maneira ouvintes de comunidades de fala distintas com relação ao uso das variantes mais recorrentes do /S/ pós-vocálico percebem, processam e avaliam as variantes alveolares e palatoalveolares na fala de outras pessoas. Para isso, 240 ouvintes brasileiros, entre 18 e 30 anos, de seis capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa e Natal) foram submetidos a duas tarefas de percepção. Na primeira, 32 de estímulos gravados por falantes do português brasileiro foram apresentados a dois grupos distintos de cada comunidade de fala para que fossem julgados pelos ouvintes a partir de alguns atributos positivos e negativos, 16 dos quais apresentavam pronúncias alveolares ou palatoalveolares do /S/ pós-vocálico produzidas por um(a) mesmo(a) informante. Após esse julgamento, eles precisavam indicar de que cidade esse falante seria. A segunda tarefa consistia numa combinação entre um teste de discriminação e identificação. Os mesmos juízes, após completarem a primeira tarefa, deveriam julgar o quão diferentes soavam duas pronúncias do /S/ em 16 pares de estímulos gravados por um outro informante, 8 dos quais eram compostos por uma pronúncia palatoalveolar e outra alveolar. Após indicarem o grau de distinção percebido numa escala em cujas extremidades estavam os indicadores "totalmente igual" e "totalmente diferente", os ouvintes deveriam escolher qual das duas pronúncias percebiam como proeminente em sua comunidade e qual delas era mais usada por eles mesmos. Entre os principais resultados com relação ao experimento de discriminação, constatou-se que algumas restrições linguísticas como o vozeamento da fricativa e a posição da coda na sílaba parecem exercer influência sobre a percepção do contraste entre os pares, independente da comunidade de fala do ouvinte. Sobre os testes de categorização, verificou-se que os participantes têm consciência da forma como sua comunidade se comporta com relação ao /S/ pós-vocálico, na medida em que os padrões de distribuição das variantes palatoalveolares e alveolares encontrados em dados de produção correspondem aos padrões de categorização aferidos entre os ouvintes considerando seu dialeto de origem. Além disso, verificou-se que eles apresentam identificação dialetal frente à variável, já que os padrões de categorização aferidos considerando seu dialeto de origem correspondem aos escolhidos para a própria forma de falar. Com relação aos resultados dos testes de percepções sociolinguísticas, foi detectada diferença na avaliação do rótulo "sotaque" entre os ouvintes de todas as comunidades de fala, para os quais os falantes eram percebidos com mais sotaque quando ouvidos pronunciando fricativas palatoalveolares. Entre os ouvintes de Porto Alegre e Natal, a avaliação foi mais severa entre mulheres do que entre homens, e entre os pessoenses, foi maior em contextos em que a fricativa era precedida pela consoante [k]. Os falantes, quando pronunciaram as fricativas como palatoalveolares, foram julgados pelos ouvintes de Porto Alegre como menos confiáveis e menos inteligentes, pelos ouvintes de Recife como menos convencidos e pelos ouvintes de Natal e de João Pessoa como mais engraçados. No que diz respeito à escolha das cidades para representar a origem do falante, verificou-se que Recife foi mais escolhida para representar a origem daqueles com pronúncias palatoalveolares, principalmente por ouvintes do Nordeste, enquanto o Rio de Janeiro foi mais escolhido nessas mesmas condições entre os ouvintes do Sul e Sudeste. São Paulo e Porto Alegre foram mais escolhidos quando os falantes pronunciavam as fricativas como alveolares, principalmente entre os ouvintes dessas comunidades de fala. Os resultados aqui reportados ampliam o conhecimento sobre as fricativas em coda no PB, trazem luz sobre reconhecimento interdialetal entre falantes do PB e a formação de índices relacionados à sua origem, bem como apontam para possíveis significados sociais vinculados a variantes dessa variável e sua saliência distribucional e sociocognitiva. |
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2023-06-28T10:57:56Z2024-04-142023-06-28T10:57:56Z2023-02-28https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/27262O objetivo principal desta tese foi o de investigar de que maneira ouvintes de comunidades de fala distintas com relação ao uso das variantes mais recorrentes do /S/ pós-vocálico percebem, processam e avaliam as variantes alveolares e palatoalveolares na fala de outras pessoas. Para isso, 240 ouvintes brasileiros, entre 18 e 30 anos, de seis capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa e Natal) foram submetidos a duas tarefas de percepção. Na primeira, 32 de estímulos gravados por falantes do português brasileiro foram apresentados a dois grupos distintos de cada comunidade de fala para que fossem julgados pelos ouvintes a partir de alguns atributos positivos e negativos, 16 dos quais apresentavam pronúncias alveolares ou palatoalveolares do /S/ pós-vocálico produzidas por um(a) mesmo(a) informante. 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No que diz respeito à escolha das cidades para representar a origem do falante, verificou-se que Recife foi mais escolhida para representar a origem daqueles com pronúncias palatoalveolares, principalmente por ouvintes do Nordeste, enquanto o Rio de Janeiro foi mais escolhido nessas mesmas condições entre os ouvintes do Sul e Sudeste. São Paulo e Porto Alegre foram mais escolhidos quando os falantes pronunciavam as fricativas como alveolares, principalmente entre os ouvintes dessas comunidades de fala. Os resultados aqui reportados ampliam o conhecimento sobre as fricativas em coda no PB, trazem luz sobre reconhecimento interdialetal entre falantes do PB e a formação de índices relacionados à sua origem, bem como apontam para possíveis significados sociais vinculados a variantes dessa variável e sua saliência distribucional e sociocognitiva.The main goal of this thesis is to investigate how listeners from different speech communities perceive, process, and evaluate alveolar and post-alveolar variants regarding the use of the postvocalic /S/ in the other's speech. For that, 240 Brazilian listeners between 18 and 30 years old from six Brazilian cities (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa, and Natal) took part in two perception tasks. In the first one, two distinct groups from each speech community listened to 32 recorded stimuli produced by Brazilian Portuguese speakers. 16 of those stimuli had alveolar or post-alveolar pronunciations of the post-vocalic /S/ produced by the same informant. The listeners judged the speakers based on positive and negative attributes, and after this evaluation, they had to indicate the speaker's city. The second test combined discrimination and an identification task. After completing the first task, the same judges had to show how different the two /S/ pronunciations sounded in the 16 pairs of recorded stimuli produced by another informant. These pairs were composed by a post-alveolar and an alveolar articulation. The degree of distinction was observed based on a point in a scale ranging from "totally equal" to "totally different", given to the listeners. After that, they had to choose which of the two pronunciations they perceived as prominent in their community and which was more commonly used by themselves. Among the main results regarding the discrimination experiment, we found that some linguistic variables, such as the voicing of the fricative and the position of the coda in the syllable, seem to influence the perception of the contrast between the pairs, regardless of the listener's speech community. On the categorization tests, we verified that the participants are aware of how their community behaves about the post-vocalic /S/, as the distribution patterns of the post-alveolar and alveolar variants found in production data correspond to the categorization patterns observed among the listeners considering their dialect of origin. In addition, they showed dialectal identification by the listeners concerning the variable, as the categorization patterns to adduce their townsman's way of speech corresponded to those selected for their own speech. About the results of the sociolinguistic perception tests, we detected a difference in the evaluation of the "accent" label among listeners from all speech communities, for whom speakers were perceived as having accent when listened to pronouncing post-alveolar fricatives. Among the listeners from Porto Alegre and Natal, the evaluation was higher among women than among men, and among those from João Pessoa, it was higher before the consonant [k]. When pronouncing post-alveolar fricatives, the speakers were judged by listeners from Porto Alegre as less reliable and less intelligent, by listeners from Recife as less smug, and by listeners from Natal and João Pessoa as funnier. Regarding the choice of cities to represent the origin of the speaker heard, we observed that listeners, especially those from the Northeast, have mainly chosen "Recife" to indicate the origin of speakers with post-alveolar pronunciations. At the same time, Rio de Janeiro was more chosen in these same conditions among listeners from the South and Southeast. São Paulo and Porto Alegre were most chosen when speakers pronounced alveolar fricatives, especially among listeners of these speech communities. The results reported here expand knowledge about fricatives in coda position in Brazilian Portuguese, spot the interdialectal recognition among Brazilian speakers and the indexicality related to their origin, and give some clues about possible social meanings linked to variants of this variable and its distributional and sociocognitive salience.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-06-28T10:57:56Z No. of bitstreams: 3 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) PedroFelipeDeLimaHenrique_Tese.pdf: 15920217 bytes, checksum: f3a3b3edab2a692d2ef981835001038c (MD5) PedroFelipeDeLimaHenrique_Tese_Ficha_SIGAA.pdf: 2049 bytes, checksum: 94df8afe7d9918692abf1225fb1da7f6 (MD5)Made available in DSpace on 2023-06-28T10:57:56Z (GMT). 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