Mortalidade, sobrevida e fatores associados em mulheres portadoras de neoplasia maligna de mama

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Queiroz, Daiane de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/31387
Resumo: Introdução: O câncer de mama é um dos principais problemas de saúde pública em diversas regiões do mundo. É o de maior incidência e prevalência para os países desenvolvidos e subdesenvolvidos sendo considerado uma barreira para o aumento da expectativa de vida mundial. Objetivo: Avaliar o comportamento da mortalidade, sobrevida e fatores associados em mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Método: Para atingir os diferentes objetivos o trabalho foi estruturado com métodos específicos: 1) Para a análise das séries temporais e da tendência temporal da mortalidade por câncer de mama no Brasil foi utilizado os dados de 2009 até 2019, considerando os estratos de renda dos municípios e faixas etárias; 2) Para avaliação dos fatores socioeconômicos e de saúde associados a mortalidade por câncer de mama na população feminina no Brasil foram observados os registros de 2009, 2014 e 2019, utilizando o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) como fonte para os dados da mortalidade dos estados do Brasil; 3) Para a análise sobre sobrevida foi feito um estudo de revisão e avaliado os dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) de hospitais do Estado da Paraíba considerando os casos a partir de 2010 do RHC sendo o desfecho do seguimento o óbito da paciente avaliado pelo SIM. 4) A partir dos dados do RHC foi avaliado os fatores relacionados ao câncer de mama em estágio avançado. A pesquisa foi aprovada pelo comitês de ética em pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande - HUAC/UFCG. Resultados: A população classificada no estrato de alta renda no Brasil possui uma maior taxa de mortalidade, porém o maior crescimento da taxa de mortalidade foi para as mulheres no estrato de baixa renda. Quando consideramos a estratificação da renda por Estados, observamos padrões de similaridades por grupos específicos. Considerando a influência de fatores socioeconômicos demográficos e de saúde para o câncer de mama observamos associação positiva nas variáveis salário médio, equipe de saúde/ 10000 habitantes. Considerando os dados do RHC dos hospitais da Paraíba foram analisadas 6121 mulheres cadastradas no RHC a partir do ano de 2010. As variáveis que apresentaram diferenças nas curvas de Kaplan-Meier foram a idade, instrução, estado conjugal, origem do encaminhamento, estadiamanto clínico, a realização de tratamento de radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia e a macrorregião de residência. Na análise multivariada, a idade, grau de instrução, estado conjugal, estadiamento clínico, cirurgia como primeiro tratamento recebido no hospital, radioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, quimioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, hormonioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, outro tipo de tratamento recebido no hospital e macrorregião de saúde onde residiam apresentaram como importantes fatores prognósticos independentes. Considerando a análise sobre o estadiamento clínico das mulheres cadastradas no RHC observamos um prevalência do diagnóstico avançado do câncer de mama observada em 43,24% (IC95%: 41,62 – 44,87). Para o modelo de regressão de Poisson as variáveis preditoras para o estadiamento avançado foram a idade, histórico familiar de câncer de mama, origem do encaminhamento, mulheres encaminhadas sem diagnóstico e sem tratamento e mulheres com tipo histológico carcinoma ductal infiltrante. Conclusão: As mudanças da sociedade ao longo do espaço e tempo influenciam nos padrões de mortalidade e sobrevida por câncer de mama ocasionando a necessidade de avaliações em indicadores epidemiológicos regionalizados e em seus fatores relacionados, sendo essencial para avaliação das estratégias de rastreamento desse problema.
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Método: Para atingir os diferentes objetivos o trabalho foi estruturado com métodos específicos: 1) Para a análise das séries temporais e da tendência temporal da mortalidade por câncer de mama no Brasil foi utilizado os dados de 2009 até 2019, considerando os estratos de renda dos municípios e faixas etárias; 2) Para avaliação dos fatores socioeconômicos e de saúde associados a mortalidade por câncer de mama na população feminina no Brasil foram observados os registros de 2009, 2014 e 2019, utilizando o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) como fonte para os dados da mortalidade dos estados do Brasil; 3) Para a análise sobre sobrevida foi feito um estudo de revisão e avaliado os dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) de hospitais do Estado da Paraíba considerando os casos a partir de 2010 do RHC sendo o desfecho do seguimento o óbito da paciente avaliado pelo SIM. 4) A partir dos dados do RHC foi avaliado os fatores relacionados ao câncer de mama em estágio avançado. A pesquisa foi aprovada pelo comitês de ética em pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande - HUAC/UFCG. Resultados: A população classificada no estrato de alta renda no Brasil possui uma maior taxa de mortalidade, porém o maior crescimento da taxa de mortalidade foi para as mulheres no estrato de baixa renda. Quando consideramos a estratificação da renda por Estados, observamos padrões de similaridades por grupos específicos. Considerando a influência de fatores socioeconômicos demográficos e de saúde para o câncer de mama observamos associação positiva nas variáveis salário médio, equipe de saúde/ 10000 habitantes. Considerando os dados do RHC dos hospitais da Paraíba foram analisadas 6121 mulheres cadastradas no RHC a partir do ano de 2010. As variáveis que apresentaram diferenças nas curvas de Kaplan-Meier foram a idade, instrução, estado conjugal, origem do encaminhamento, estadiamanto clínico, a realização de tratamento de radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia e a macrorregião de residência. Na análise multivariada, a idade, grau de instrução, estado conjugal, estadiamento clínico, cirurgia como primeiro tratamento recebido no hospital, radioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, quimioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, hormonioterapia como primeiro tratamento recebido no hospital, outro tipo de tratamento recebido no hospital e macrorregião de saúde onde residiam apresentaram como importantes fatores prognósticos independentes. Considerando a análise sobre o estadiamento clínico das mulheres cadastradas no RHC observamos um prevalência do diagnóstico avançado do câncer de mama observada em 43,24% (IC95%: 41,62 – 44,87). Para o modelo de regressão de Poisson as variáveis preditoras para o estadiamento avançado foram a idade, histórico familiar de câncer de mama, origem do encaminhamento, mulheres encaminhadas sem diagnóstico e sem tratamento e mulheres com tipo histológico carcinoma ductal infiltrante. Conclusão: As mudanças da sociedade ao longo do espaço e tempo influenciam nos padrões de mortalidade e sobrevida por câncer de mama ocasionando a necessidade de avaliações em indicadores epidemiológicos regionalizados e em seus fatores relacionados, sendo essencial para avaliação das estratégias de rastreamento desse problema.Introduction: Breast cancer is one of the main public health problems in various regions of the world. It has the highest incidence and prevalence for both developed and underdeveloped countries, being considered a barrier to increasing global life expectancy. Objective: To assess the behavior of mortality, survival, and associated factors in women diagnosed with breast cancer. Method: To achieve the different objectives, the work was structured in various scenarios: 1) For the analysis of time series and temporal trends in breast cancer mortality in Brazil, data from 2009 to 2019 were used, considering income strata of municipalities and age groups; 2) For national comparisons on the influence of socioeconomic, demographic, and health factors on breast cancer, records from 2009, 2014, and 2019 were observed using the Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM, Mortality Information System) as a source of information for mortality in Brazilian states and associated socioeconomic and health factors; 3) For survival analysis, a review study was conducted, evaluating data from the Hospital Cancer Registry (RHC) of hospitals in the State of Paraíba, considering cases from 2010 onwards, with the follow-up outcome being patient death recorded in the SIM. 4) Using RHC data, factors related to advanced stage breast cancer were evaluated. The research was approved by the research ethics committees of the Universidade Federal da Paraíba (UFPB) and the University Hospital Alcides Carneiro of the Universidade Federal de Campina Grande - HUAC/UFCG. Results: The population classified in the high-income stratum in Brazil has a higher mortality rate, but the highest growth in the mortality rate was among women in the low-income stratum. When considering income stratification by states, we observe patterns of similarities within specific groups. Considering the influence of socioeconomic, demographic, and health factors on breast cancer, we observed a positive association in the variables average salary and health team/10,000 inhabitants. Considering the data from the RHC of Paraíba hospitals, 6,121 registered women from the year 2010 onward were analyzed. The variables that showed differences in Kaplan-Meier curves were age, education level, marital status, referral source, clinical staging, undergoing radiotherapy, chemotherapy, or hormone therapy treatment, and the macroregion of residence. In the multivariate analysis, age, education level, marital status, clinical staging, surgery as the first treatment received at the hospital, radiotherapy as the first treatment received at the hospital, chemotherapy as the first treatment received at the hospital, hormone therapy as the first treatment received at the hospital, other types of treatment received at the hospital, and the health macroregion of residence were identified as important independent prognostic factors. Considering the analysis of the clinical staging of women registered in the RHC, we observed a prevalence of advanced breast cancer diagnosis, noted in 43.24% (95% CI: 41.62 – 44.87). For the Poisson regression model, the predictor variables for advanced staging were age, family history of breast cancer, referral source, women referred without diagnosis and treatment, and women with invasive/infiltrating ductal carcinoma histological type. Conclusion: The changes in society over space and time influence the patterns of breast cancer mortality and survival, leading to the need for assessments of regionalized epidemiological indicators and their related factors. This is essential for evaluating screening strategies for this issue.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2024-08-13T16:31:00Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) DaianeDeQueiroz_Tese.pdf: 2158374 bytes, checksum: 645364712b602c7bbaeb632bcc523b76 (MD5)Made available in DSpace on 2024-08-13T16:31:00Z (GMT). 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