Análise do uso e cobertura da terra na bacia do alto curso do rio Paraíba pós implementação do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF)

• Autor(a) principal: Cruz, Kenia Karoline Sousa da
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30027
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOFISICA; Geografia; Rios semiáridos; Vegetação; Sensoriamento remoto; Dinâmica fluvial; Uso da terra

A compreensão da bacia hidrográfica como um objeto espacial de pesquisa para o planejamento e gerenciamento de recursos hídricos, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, revela um sistema complexo. Essa complexidade é ampliada na região semiárida devido à dinâmica intermitente dos rios e aos longos períodos de estiagem. O Projeto de Transposição do Rio São Francisco (PISF) foi elaborado para impactar diretamente as reservas de água e atender às necessidades sociais e econômicas das regiões beneficiadas, sendo uma delas o foco deste estudo: a Bacia Hidrográfica do Alto Curso do Rio Paraíba. Este trabalho levanta questões com o objetivo de compreender as mudanças decorrentes dessa intervenção significativa. Para atingir esse objetivo, foram empregados diversos métodos, incluindo a classificação do canal principal com base na metodologia de estilos fluviais, o reconhecimento e a espacialização de obras civis no canal (como pontes e passagens molhadas), análise de dados de estações pluviométricas e fluviais na bacia no período de 2009 a 2021, análise do uso da terra e da cobertura vegetal na bacia usando o banco de dados do MapBiomas e identificação de mudanças biogeomorfolóficas em um trechos amostral do canal, por meio de interpretação de imagens de satélite e fotografias aéreas. Os resultados obtidos revelam que a partir de 2017, os dados de vazão sofrem uma mudança comportamental. A constância do fluxo no canal principal permanece estável durante os meses secos, o que é incomum no contexto de rios intermitentes. No trecho amostral BAP - 1, ocorrem mudanças na morfologia do canal, incluindo aumento da vazão e estruturas de mobilidade (passagens molhadas), resultando em desvio do canal. O uso da terra para fins agropecuários, nas planícies de inundação, precede a construção do PISF, mas observa-se uma diminuição no ciclo agrícola devido ao aumento da umidade disponível no canal. Os resultados do GRVI indicam que a cobertura vegetal do trecho BAP - 1 pode ser dividida em áreas de cultivo, solo exposto, gramíneas, plantas herbáceas e pequenos arbustos.