Μουσικἠ como disciplina propedêutica da dialética na república-VII

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Sávio Lima
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29714
Resumo: Analisamos a Μουσικἠ como uma disciplina propedêutica da Dialética, destacando o seu papel mimético e a sua contribuição enquanto atividade educativa na preparação para a Filosofia. Apresentamos uma interpretação não Pitagórica da Μουσικἠ em Platão. Destacamos a interpretação projetiva dos diálogos Platônicos, não realizando uma interpretação dogmática. O filósofo parte do sensível para se elevar ao inteligível, no contexto das analogias, cuja finalidade é levar o ouvinte/leitor à contemplação do que não pode discernir com os olhos e ouvidos do corpo. Avaliamos a noção de Μουσικἠ que Platão apresenta na República e sua relevância para o exercício da Filosofia. O problema posto pela inserção da Μουσικἠ no Currículo de estudos definido no Livro VII da República apresenta duas possibilidades: ou a Μουσικἠ se acha no ápice dos estudos do filósofo-rei, inserida na Dialética, ou deve se incluir no grupo de estudos propedêuticos da Dialética. Optamos por esta segunda alternativa, por razões positivas e negativas. As positivas apoiam-se na referência textual à Μουσικἠ no texto do diálogo, a partir de 521c, como “disciplina que eleva a alma do que nasce ao que é”, antes mesmo de iniciar o currículo das outras disciplinas propedêuticas: Aritmética (522c), Geometria (526c), Astronomia (527d), Estereometria (528a), refletindo por fim sobre a “verdadeira Astronomia” (529a) e a Harmonia (530 c), antes de abordar a Dialética (532b). Abordamos então o problema posto pela necessidade de inserir a Μουσικἠ no plano da “Analogia da Linha” (VI 509d ad fin.), em estreita relação com a Dianoia. Quanto às razões negativas para associar a Μουσικἠ à Dialética, apontamos a impraticabilidade pedagógica de uma “música dialética”, de alcance educativo nulo, como disciplina dos noeta superiores. Reforçamos este argumento atribuindo aos Pitagóricos esta concepção da Μουσικἠ.
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O problema posto pela inserção da Μουσικἠ no Currículo de estudos definido no Livro VII da República apresenta duas possibilidades: ou a Μουσικἠ se acha no ápice dos estudos do filósofo-rei, inserida na Dialética, ou deve se incluir no grupo de estudos propedêuticos da Dialética. Optamos por esta segunda alternativa, por razões positivas e negativas. As positivas apoiam-se na referência textual à Μουσικἠ no texto do diálogo, a partir de 521c, como “disciplina que eleva a alma do que nasce ao que é”, antes mesmo de iniciar o currículo das outras disciplinas propedêuticas: Aritmética (522c), Geometria (526c), Astronomia (527d), Estereometria (528a), refletindo por fim sobre a “verdadeira Astronomia” (529a) e a Harmonia (530 c), antes de abordar a Dialética (532b). Abordamos então o problema posto pela necessidade de inserir a Μουσικἠ no plano da “Analogia da Linha” (VI 509d ad fin.), em estreita relação com a Dianoia. Quanto às razões negativas para associar a Μουσικἠ à Dialética, apontamos a impraticabilidade pedagógica de uma “música dialética”, de alcance educativo nulo, como disciplina dos noeta superiores. Reforçamos este argumento atribuindo aos Pitagóricos esta concepção da Μουσικἠ.We analyzed Μουσικἠ as a propaedeutic discipline of Dialectics, highlighting its mimetic role and its contribution as an educational activity in the preparation for Philosophy. We present a non-Pythagorean interpretation of Μουσικἠ in Plato. We highlight the projective interpretation of the Platonic dialogues, not carrying out a dogmatic interpretation. The philosopher starts from the sensitive to rise to the intelligible, in the context of analogies, whose purpose is to lead the listener / reader to contemplate what he cannot discern with the eyes and ears of the body. We evaluated the notion of Μουσικἠ that Plato presents in the Republic and its relevance to the exercise of Philosophy. The problem posed by the insertion of Μουσικἠ in the curriculum of studies defined in Book VII of the Republic presents two possibilities: either Μουσικἠ is at the apex of the studies of the philosopher-king, inserted in Dialectics, or must be included in the group of propaedeutic studies of Dialectics. We opted for this second alternative, for positive and negative reasons. The positive ones are based on the textual reference to Μουσικἠ in the text of the dialogue, from 521c onwards, as “discipline that elevates the soul of what is born to what it is”, even before beginning the curriculum of the other propaedeutic disciplines: Arithmetic (522c) , Geometry (526c), Astronomy (527d), Stereometry (528a), finally reflecting on “true Astronomy” (529a) and Harmony (530 c), before addressing the Dialectic (532b). We then approach the problem posed by the need to insert Μουσικἠ into the “Analogia da Linha” (VI 509d ad fin.), In close relationship with Dianoia. As for the negative reasons for associating Μουσικἠ with Dialétic, we point out the pedagogical impracticability of a “dialectic music”, of null educational scope, as a discipline of the superior noeta. We reinforce this argument by attributing to the Pythagoreans this conception of Μουσικἠ.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2024-03-04T12:36:15Z No. of bitstreams: 3 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) SávioLimaSiqueira_Tese.pdf: 2220757 bytes, checksum: 49df0514d9d6e580e36397e240e24054 (MD5) SávioLimaSiqueira_Tese_Ficha_SIGAA.pdf: 2052 bytes, checksum: 6efee14034e33fa7e185857405544fd3 (MD5)Made available in DSpace on 2024-03-04T12:36:15Z (GMT). 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