AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RIBEIRO, GABRIELLA GOMES
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28241
Resumo: O Código de Processo Penal Brasileiro, por ter claras inspirações no código fascista italiano de Alfredo Rocco, possui dispositivos notadamente inquisitivos que se refletem no poder que o juiz criminal tem ao longo do processo penal. O contexto autoritário brasileiro presente na Era Vargas, que contagiou os pensadores responsáveis pela elaboração da legislação, não pode ser entendido como algo ultrapassado, visto que, muitos dos conceitos da época continuam contemporâneos. Sendo assim, a estrutura da legislação processual atual, com diversas possibilidades de uma atuação de ofício por parte do juiz, permitiu que o magistrado se tornasse praticamente uma parte processual. Esse autoritarismo penal atinge principalmente o direito do acusado que, muitas vezes, se depara com um contraditório deficiente. Mas, apesar da influência do Código Rocco, do contexto autoritário e de possuir dispositivos que dão ao Código Processual Penal a cara de um sistema inquisitivo, a legislação não foi efetivamente reformada. Isso se dá pela ilusão de que o código foi criado sem interferência política e com base em um método científico, o método tecnicista, pela falácia de que a Constituição Federal de 1988 instaurou um sistema acusatório de processo e pela falha atuação dos tribunais superiores, incluindo o próprio Supremo Tribunal Federal, “guardião da Constituição”, que compactua com dispositivos de duvidosa constitucionalidade. Mais do que demonstrar as opiniões aqui provocadas por meio de uma análise histórica, se buscará atestar a partir de um estudo da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, como o autoritarismo processual penal não só foi aceito no Brasil, mas ressignificado e retrabalhado para permanecer atual.
id UFPB-2_b59c9d8a7429b361d74c439c59dee644
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpb.br:123456789/28241
network_acronym_str UFPB-2
network_name_str Repositório Institucional da UFPB
repository_id_str
spelling 2023-09-04T18:47:10Z2021-07-222023-09-04T18:47:10Z2021-07-15https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28241O Código de Processo Penal Brasileiro, por ter claras inspirações no código fascista italiano de Alfredo Rocco, possui dispositivos notadamente inquisitivos que se refletem no poder que o juiz criminal tem ao longo do processo penal. O contexto autoritário brasileiro presente na Era Vargas, que contagiou os pensadores responsáveis pela elaboração da legislação, não pode ser entendido como algo ultrapassado, visto que, muitos dos conceitos da época continuam contemporâneos. Sendo assim, a estrutura da legislação processual atual, com diversas possibilidades de uma atuação de ofício por parte do juiz, permitiu que o magistrado se tornasse praticamente uma parte processual. Esse autoritarismo penal atinge principalmente o direito do acusado que, muitas vezes, se depara com um contraditório deficiente. Mas, apesar da influência do Código Rocco, do contexto autoritário e de possuir dispositivos que dão ao Código Processual Penal a cara de um sistema inquisitivo, a legislação não foi efetivamente reformada. Isso se dá pela ilusão de que o código foi criado sem interferência política e com base em um método científico, o método tecnicista, pela falácia de que a Constituição Federal de 1988 instaurou um sistema acusatório de processo e pela falha atuação dos tribunais superiores, incluindo o próprio Supremo Tribunal Federal, “guardião da Constituição”, que compactua com dispositivos de duvidosa constitucionalidade. Mais do que demonstrar as opiniões aqui provocadas por meio de uma análise histórica, se buscará atestar a partir de um estudo da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, como o autoritarismo processual penal não só foi aceito no Brasil, mas ressignificado e retrabalhado para permanecer atual.The Brazilian Criminal Procedure Code, having clear inspirations in Alfredo Rocco's Italian fascist code, has notably inquisitive devices that are reflected in the power that the criminal judge has throughout the criminal process. The authoritarian Brazilian context present in the Vargas Era, which infected the thinkers responsible for drafting the legislation, cannot be understood as something outdated, since many of the concepts of the time are still contemporary. Therefore, the structure of the current procedural legislation, with several possibilities of an ex-officio action by the judge, allowed the magistrate to practically become a procedural part. This criminal authoritarianism mainly affects the right of the accused who, many times, is faced with a deficient adversary system. But despite the influence of the Rocco Code, the authoritarian context and having articles that give the Criminal Procedure Code the face of an inquisitive system, the legislation was not effectively reformed. This is due to the illusion that the code was created without political interference and based on a scientific method, the technicist method, the fallacy that the Federal Constitution of 1988 established an accusatory system of process and the failure of the higher courts, including the Federal Supreme Court itself, “the guardian of the Constitution”, which complies with articles of dubious constitutionality. More than demonstrating the opinions raised here through a historical analysis, it will seek to attest, based on a study of the jurisprudence of the Superior Court of Justice and the Federal Supreme Court, as the criminal procedural authoritarianism was not only accepted in Brazil, but re-signified and reworked to stay current.Submitted by Gracineide Silva (gracineideehelena@gmail.com) on 2023-09-04T18:47:10Z No. of bitstreams: 1 GGR 150721.pdf: 457781 bytes, checksum: 7d22d24bc15f240574ef8b7dfbd63a50 (MD5)Made available in DSpace on 2023-09-04T18:47:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 GGR 150721.pdf: 457781 bytes, checksum: 7d22d24bc15f240574ef8b7dfbd63a50 (MD5) Previous issue date: 2021-07-15porUniversidade Federal da ParaíbaUFPBBrasilCiências JurídicasCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITOJuiz criminalCódigo de Processo PenalSistema inquisitórioDireito de defesaCriminal judgeInquisitive SystemJudge powersAccused's right of defenseAS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADOinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisMeirelles, Lenilma Cristina Sena de Figueiredohttp://lattes.cnpq.br/1497768537063521RIBEIRO, GABRIELLA GOMESALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. O Princípio da Verdade Real. In Revista da Faculdade de Direito de São Paulo. v. 52. São Paulo, 1957. BARROS, Romeu Pires de Campos. Direito Processual Penal Brasileiro. v II. São Paulo: Sugestões Literárias, 1971. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 19 de abril às 13:15. _______.Decreto-lei 3.689, de 3 de outubro de 1941. Institui o Código de Processo Penal. Brasília, DF. Disponível EM: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em: 28 de junho de 2021 às 22:24. _______. Exposição de motivos do Código de Processo Penal. Disponível em <https://honoriscausa.weebly.com/uploads/1/7/4/2/17427811/exmcpp_processo_pen al.pdf> Acesso em 21 de junho de 2021 às 15:09. CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. São Paulo: EbooksBrasil, 2002. FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Autoritarismo e Processo Penal: uma genealogia das ideias autoritárias no processo penal brasileiro, volume 1. EbooksBrasil. 2018. GIACOMOLLI, Nereu José. Algumas Marcas Inuisitoriais do Código de Processo Penal Brasileiro e a Resistência às Reformas. In Revista Brasileira de Direito Processual Penal. v.1.n1. Porto Alegre, 2015. HUNGRIA, Nelson. Breve Notícias Sobre Eduardo Massari. In Revista de Direito Penal. v. VII. 1934. LIRA, Roberto. Código Penal de 1940 e Outros Diplomas. In Direito Penal Normativo. 2 ed. Rio de Janeiro: José Konfino, 1977. 56 MALAN, Diogo. Ideologia Política de Francisco Campos: influência na legislação processual penal brasileira. In MELCHIOR, Antonio Pedro; MALAN, Diogo; SULOCKI, Victoria-Amalia de Barros Carvalho Gozdawa. Autoritarismo e Processo Penal Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015. MANZINI, Vicenzo. Tratado de Derecho Procesal Penal. t II. Buenos Aires: El Foro, 1996. MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. v. 1. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1965. MEDEIROS, Jarbas. Introdução ao Estudo do Pensamento Político Autoritário Brasileiro 1914/1945. In Revista de Ciência Política. n 17. v. 1. Rio de Janeiro, 1974. MELO, Marcos Eugênio Vieira. A Cultura Inquisitória Vigente e a Origem Autoritária do Código de Processo Penal Brasileiro. In R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 264 - 275, jan - fev. 2015. NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 10 ed. Revista dos Tribunais: São Paulo. NUNES, Diego. Processo legislativo Para Além do Parlamento em Estados autoritários: uma análise comparada entre os códigos penais italiano de 1930 e brasileiro de 1940. In Revista Sequência. n. 74. Florianópolis, 2016. PALIERO, Carlo Enrico. Legitimazione Democratica Versus Fondamento Autoritario: due paradigmi di diritto penale. In STILE, Alfonso Maria. Democrazia e Autoritarismo nel Diritto Penale. Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 2011. PEREIRA, Anthony. Ditadura e Repressão: O Autoritarismo e o Estado de Direito no Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010. p. 12-13. PRADO, Geraldo. O Processo Penal Brasileiro Vinte e Cinco Anos Depois da Constituição: Transformações, Permanências*. In Revista EMERJ: Rio de Janeiro, v. 18, n. 67. QUEIROZ, Narcélio. O Novo Código de Processo Penal. In Revista Forense. Rio de Janeiro: Forense, 1943. RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 28 ed. Atlas: São Paulo. ROSA, Inocêncio Barros da. Comentários ao Código de Processo Penal. 3 ed. São Paulo; Revista dos Tribunais, 1982. 57 SALGADO, César. O Regime da Prova no Código de Processo Penal. In Revista Forense. Rio de Janeiro: Forense, 1942. SILVA, Ricardo. A Ideologia do Estado Autoritário no Brasil. Chapecó: Argos, 2004. SONTAG, Ricardo. Código e Técnica: a reforma penal brasileira de 1940, tecnicização da legislação e atitude técnica diante da lei em Nelson Hungria. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UFSC, 2009. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 30 ed. v.1, 2008. ZIZEK, Slavoj. O Espectro da Ideologia. In Um Mapa da Ideologia. São Paulo: Contraponto, 1996.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPBinstname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)instacron:UFPBTEXTGGR 150721.pdf.txtGGR 150721.pdf.txtExtracted texttext/plain120397https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/3/GGR%20150721.pdf.txt43efce938c5b0f1b832aa829ae38faa0MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82390https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/2/license.txte20ac18e101915e6935b82a641b985c0MD52ORIGINALGGR 150721.pdfGGR 150721.pdfapplication/pdf457781https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/1/GGR%20150721.pdf7d22d24bc15f240574ef8b7dfbd63a50MD51123456789/282412023-09-05 03:04:19.726QVVUT1JJWkHDh8ODTyBFIExJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBdXRvcml6byBlIGVzdG91IGRlIGFjb3JkbywgbmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBhdXRvLWRlcG9zaXRhZGEsIGNvbmZvcm1lIExlaSBuwrogOTYxMC85OCwgb3Mgc2VndWludGVzIHRlcm1vczoKIApEYSBEaXN0cmlidWnDp8OjbyBuw6NvLWV4Y2x1c2l2YSAKTyBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZTogCmEpIE8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0ZSB0ZXJtby4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuIApiKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0ZSB0ZXJtbywgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IGNvbnRlw7pkbyBkbyB0cmFiYWxobyBlbnRyZWd1ZS4gCmMpIFNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIGJhc2VhZG8gZW0gdHJhYmFsaG8gZmluYW5jaWFkbyBvdSBhcG9pYWRvIHBvciBvdXRyYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIHF1ZSBuw6NvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCmQpIENvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBvIGRpcmVpdG8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgdHJhZHV6aXIsIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIG91IHbDrWRlby4KZSkgVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgpmKSBWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKRG9zIEVtYmFyZ29zIGUgUmVzdHJpw6fDtWVzIGRlIEFjZXNzbwpPIGVtYmFyZ28gcG9kZXLDoSBzZXIgbWFudGlkbyBwb3IgYXTDqSAxICh1bSkgYW5vLCBwb2RlbmRvIHNlciBwcm9ycm9nYWRvIHBvciBpZ3VhbCBwZXLDrW9kbywgY29tIGEgbmVjZXNzaWRhZGUgZGUgYW5leGFyIGRvY3VtZW50b3MgY29tcHJvYmF0w7NyaW9zLiBPIHJlc3VtbyBlIG9zIG1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcyBzZXLDo28gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvcyBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCLgpPIGRlcMOzc2l0byBkbyB0cmFiYWxobyDDqSBvYnJpZ2F0w7NyaW8sIGluZGVwZW5kZW50ZSBkbyBlbWJhcmdvLgpRdWFuZG8gZW1iYXJnYWRvLCBvIHRyYWJhbGhvIHBlcm1hbmVjZXLDoSBpbmRpc3BvbsOtdmVsIGVucXVhbnRvIHZpZ29yYXIgYXMgcmVzdHJpw6fDtWVzLiBQYXNzYWRvIG8gcGVyw61vZG8gZG8gZW1iYXJnbywgbyB0cmFiYWxobyBzZXLDoSBhdXRvbWF0aWNhbWVudGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEIuIAo=Repositório InstitucionalPUB
dc.title.pt_BR.fl_str_mv AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
title AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
spellingShingle AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
RIBEIRO, GABRIELLA GOMES
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Juiz criminal
Código de Processo Penal
Sistema inquisitório
Direito de defesa
Criminal judge
Inquisitive System
Judge powers
Accused's right of defense
title_short AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
title_full AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
title_fullStr AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
title_full_unstemmed AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
title_sort AS ORIGENS AUTORITÁRIAS DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL BRASILEIRO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE DEFESA DO ACUSADO
author RIBEIRO, GABRIELLA GOMES
author_facet RIBEIRO, GABRIELLA GOMES
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Meirelles, Lenilma Cristina Sena de Figueiredo
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1497768537063521
dc.contributor.author.fl_str_mv RIBEIRO, GABRIELLA GOMES
contributor_str_mv Meirelles, Lenilma Cristina Sena de Figueiredo
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO
Juiz criminal
Código de Processo Penal
Sistema inquisitório
Direito de defesa
Criminal judge
Inquisitive System
Judge powers
Accused's right of defense
dc.subject.por.fl_str_mv Juiz criminal
Código de Processo Penal
Sistema inquisitório
Direito de defesa
Criminal judge
Inquisitive System
Judge powers
Accused's right of defense
description O Código de Processo Penal Brasileiro, por ter claras inspirações no código fascista italiano de Alfredo Rocco, possui dispositivos notadamente inquisitivos que se refletem no poder que o juiz criminal tem ao longo do processo penal. O contexto autoritário brasileiro presente na Era Vargas, que contagiou os pensadores responsáveis pela elaboração da legislação, não pode ser entendido como algo ultrapassado, visto que, muitos dos conceitos da época continuam contemporâneos. Sendo assim, a estrutura da legislação processual atual, com diversas possibilidades de uma atuação de ofício por parte do juiz, permitiu que o magistrado se tornasse praticamente uma parte processual. Esse autoritarismo penal atinge principalmente o direito do acusado que, muitas vezes, se depara com um contraditório deficiente. Mas, apesar da influência do Código Rocco, do contexto autoritário e de possuir dispositivos que dão ao Código Processual Penal a cara de um sistema inquisitivo, a legislação não foi efetivamente reformada. Isso se dá pela ilusão de que o código foi criado sem interferência política e com base em um método científico, o método tecnicista, pela falácia de que a Constituição Federal de 1988 instaurou um sistema acusatório de processo e pela falha atuação dos tribunais superiores, incluindo o próprio Supremo Tribunal Federal, “guardião da Constituição”, que compactua com dispositivos de duvidosa constitucionalidade. Mais do que demonstrar as opiniões aqui provocadas por meio de uma análise histórica, se buscará atestar a partir de um estudo da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, como o autoritarismo processual penal não só foi aceito no Brasil, mas ressignificado e retrabalhado para permanecer atual.
publishDate 2021
dc.date.available.fl_str_mv 2021-07-22
2023-09-04T18:47:10Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-07-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-09-04T18:47:10Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28241
url https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/28241
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.references.pt_BR.fl_str_mv ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. O Princípio da Verdade Real. In Revista da Faculdade de Direito de São Paulo. v. 52. São Paulo, 1957. BARROS, Romeu Pires de Campos. Direito Processual Penal Brasileiro. v II. São Paulo: Sugestões Literárias, 1971. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 19 de abril às 13:15. _______.Decreto-lei 3.689, de 3 de outubro de 1941. Institui o Código de Processo Penal. Brasília, DF. Disponível EM: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em: 28 de junho de 2021 às 22:24. _______. Exposição de motivos do Código de Processo Penal. Disponível em <https://honoriscausa.weebly.com/uploads/1/7/4/2/17427811/exmcpp_processo_pen al.pdf> Acesso em 21 de junho de 2021 às 15:09. CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. São Paulo: EbooksBrasil, 2002. FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Autoritarismo e Processo Penal: uma genealogia das ideias autoritárias no processo penal brasileiro, volume 1. EbooksBrasil. 2018. GIACOMOLLI, Nereu José. Algumas Marcas Inuisitoriais do Código de Processo Penal Brasileiro e a Resistência às Reformas. In Revista Brasileira de Direito Processual Penal. v.1.n1. Porto Alegre, 2015. HUNGRIA, Nelson. Breve Notícias Sobre Eduardo Massari. In Revista de Direito Penal. v. VII. 1934. LIRA, Roberto. Código Penal de 1940 e Outros Diplomas. In Direito Penal Normativo. 2 ed. Rio de Janeiro: José Konfino, 1977. 56 MALAN, Diogo. Ideologia Política de Francisco Campos: influência na legislação processual penal brasileira. In MELCHIOR, Antonio Pedro; MALAN, Diogo; SULOCKI, Victoria-Amalia de Barros Carvalho Gozdawa. Autoritarismo e Processo Penal Brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015. MANZINI, Vicenzo. Tratado de Derecho Procesal Penal. t II. Buenos Aires: El Foro, 1996. MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. v. 1. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1965. MEDEIROS, Jarbas. Introdução ao Estudo do Pensamento Político Autoritário Brasileiro 1914/1945. In Revista de Ciência Política. n 17. v. 1. Rio de Janeiro, 1974. MELO, Marcos Eugênio Vieira. A Cultura Inquisitória Vigente e a Origem Autoritária do Código de Processo Penal Brasileiro. In R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 264 - 275, jan - fev. 2015. NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 10 ed. Revista dos Tribunais: São Paulo. NUNES, Diego. Processo legislativo Para Além do Parlamento em Estados autoritários: uma análise comparada entre os códigos penais italiano de 1930 e brasileiro de 1940. In Revista Sequência. n. 74. Florianópolis, 2016. PALIERO, Carlo Enrico. Legitimazione Democratica Versus Fondamento Autoritario: due paradigmi di diritto penale. In STILE, Alfonso Maria. Democrazia e Autoritarismo nel Diritto Penale. Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 2011. PEREIRA, Anthony. Ditadura e Repressão: O Autoritarismo e o Estado de Direito no Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010. p. 12-13. PRADO, Geraldo. O Processo Penal Brasileiro Vinte e Cinco Anos Depois da Constituição: Transformações, Permanências*. In Revista EMERJ: Rio de Janeiro, v. 18, n. 67. QUEIROZ, Narcélio. O Novo Código de Processo Penal. In Revista Forense. Rio de Janeiro: Forense, 1943. RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 28 ed. Atlas: São Paulo. ROSA, Inocêncio Barros da. Comentários ao Código de Processo Penal. 3 ed. São Paulo; Revista dos Tribunais, 1982. 57 SALGADO, César. O Regime da Prova no Código de Processo Penal. In Revista Forense. Rio de Janeiro: Forense, 1942. SILVA, Ricardo. A Ideologia do Estado Autoritário no Brasil. Chapecó: Argos, 2004. SONTAG, Ricardo. Código e Técnica: a reforma penal brasileira de 1940, tecnicização da legislação e atitude técnica diante da lei em Nelson Hungria. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UFSC, 2009. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 30 ed. v.1, 2008. ZIZEK, Slavoj. O Espectro da Ideologia. In Um Mapa da Ideologia. São Paulo: Contraponto, 1996.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPB
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Ciências Jurídicas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPB
instname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron:UFPB
instname_str Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron_str UFPB
institution UFPB
reponame_str Repositório Institucional da UFPB
collection Repositório Institucional da UFPB
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/3/GGR%20150721.pdf.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/2/license.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/28241/1/GGR%20150721.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 43efce938c5b0f1b832aa829ae38faa0
e20ac18e101915e6935b82a641b985c0
7d22d24bc15f240574ef8b7dfbd63a50
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777562306863955968