Fatores socioestruturais e comportamentais associados ao risco de infecção pelo HIV em jovens: análise subsidiada pelos elementos do Modelo Social Ecológico Modificado

• Autor(a) principal: Romero, Renata Olívia Gadelha
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/26186
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM; HIV; Jovens; Análises multinível; Comportamento; Estudo de validação; Young people; Multilevel analysis; Behavior; Validation study; VIH; Gente joven; Análisis multinivel; Comportamiento; Estudio de validación

Introdução: Embora a tendência geral de infecção pelo HIV venha diminuindo, reconhece-se que as populações não são uniformemente vulneráveis ou igualmente afetadas, assumindo, a depender da localidade e/ou grupo etário, diferentes cenários. O aumento de novas infecções, sobretudo entre os jovens, requer abordagens ampliadas e coordenadas aos contextos socioestruturais e comportamentais. Objetivo: Analisar os fatores sociodemográficos, comportamentais e socioestruturais associados ao risco de infecção pelo HIV em jovens. Método: Amparado pelo referencial teórico-metodológico do Modelo Social Ecológico Modificado, este estudo foi conduzido em duas etapas: Estudo metodológico e Estudo transversal. O estudo metodológico, delineou a construção e validação do instrumento, a partir de três procedimentos: 1) Teórico- definição dos itens e elaboração do instrumento, 2) Empírico- seleção de especialistas para o processo de validação do instrumento, a partir de duas rodadas da técnica Delphi e 3) Analíticos- validação de conteúdo realizado, em que se considerou válido o item com, no mínimo, 80% de concordância entre os especialistas. O instrumento foi submetido ao pré-teste, como requisito da análise semântica. A etapa que compreendeu o estudo transversal envolveu uma amostra de 200 jovens, com idade entre 15 e 24 anos, recrutados por ocasião do comparecimento ao serviço para realização do teste rápido para o HIV. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com apoio do instrumento validado, que contemplou 45 questões de elegibilidade e de múltipla escolha, organizadas em três domínios: Domínio I- Sociodemográfico; Domínio II- Socioestrutural; Domínio III- Comportamental. Empregou-se a análise bivariada, teste de associação do qui-quadrado (x2) e o teste exato de Fisher para verificar associação entre as variáveis independentes e a variável dependente (desfecho sorológico), a análise do peso da evidência (Weight of Evidence) e o modelo do Score System. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer de n° 3.935.713. Resultados: A prevalência do HIV na população estudada foi de 2%. Os casos foram diagnosticados em jovens do sexo masculino, com a identidade de gênero masculina, orientação sexual homossexual, de cor parda e média escolaridade. As variáveis que apresentaram significância estatística foram: Domínio I – sexo (p=0,036) e orientação sexual (p=0,012); Domínio II – com quem reside (p=0,024), relacionamento sexual em troca de benefícios (p=0,019), discriminação por orientação sexual (p=0,007); Domínio III – risco de ter adquirido o HIV (p=0,048), relacionamento com alguém soropositivo para o HIV (p=0,019). O modelo estatístico Score System evidenciou que o risco autopercebido pelos jovens para a infecção pelo HIV encontrava-se em patamar inferior aos riscos identificados pelo modelo. Conclusão: Os resultados evidenciam a importância do (re) conhecimento da heterogeneidade e da sinergia provocadas pelo caráter multifacetado da epidemia do HIV na população jovem. A compreensão combinada dos elementos socioestruturais e comportamentais pode subsidiar estratégias, de forma mais eficientes, na identificação de jovens de alto risco para a infecção além de enfatizar o acesso prioritário aos métodos de prevenção ao HIV.