O perdão interpessoal em situações de injustiças da vida cotidiana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Sammya Gabryella Soares Pereira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30534
Resumo: A literatura indica que estudos sobre o perdão estão direcionados aos contextos de relações na família, entre amigos, parceiros íntimos e contextos de relacionamento no trabalho. Entretanto, temáticas que trabalham em contextos sociais do cotidiano não são tão exploradas pela literatura. E, é importante ressaltar que as injustiças podem ocorrer em nosso cotidiano independentemente do tipo e/ou intensidade de uma relação, seja por exemplo, a relação entre com aluno/professor, com colegas de trabalho, vizinhos e até mesmo com pessoas desconhecidas. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo analisar os graus de perdão interpessoal nas relações ao qual os vínculos afetivos são inexistentes e verificar qual a relação com a raiva e a ansiedade. Para alcançar este objetivo, realizamos uma pesquisa de campo, quantitativa, do tipo descritiva e correlacional e participaram do estudo 359 pessoas, sendo 273 (76%) mulheres e 86 (24%) homens, selecionados por meio da amostragem não probabilística por conveniência. Para a coleta de dados, realizada de maneira online e presencial, utilizamos: questionário sociodemográfico, questionário de injustiças, Inventário de Expressão de Raiva (STAXI), Inventário de Ansiedade de Traço e Estado (IDATE) e a Escala de Perdão de Enright (EFI). Para a análise, os dados foram recebidos em uma planilha excel e depois transpostas para o IBM 22.0. Considerando a amostra de pessoas que se sentiram muito ou tremendamente magoadas (mágoa > 3), os resultados indicaram que essa população perdoou mais as ofensas de discriminação racial e divergências políticas e a mágoa foi sentida com maior intensidade quando a ofensa era causada por pessoas desconhecidas ou por profissionais liberais. Verificamos também que as pessoas com mágoa > 3 perdoam significativamente menos do que as pessoas que sentiram pouco magoadas (mágoa < 3). Na correlação de pessoas com mágoa > 3 verificamos que pessoas muito magoada com traços de raiva, tendem a apresentar afeto negativo e a não julgar positivamente o ofensor, confirmando parcialmente a hipótese 1. Nessa mesma amostra verificamos que pessoas com traços de ansiedade tendem a apresentar ausência de comportamentos negativos (maior comportamento vingativo), o que corrobora com a literatura estudada, confirmando também parcialmente a hipótese. Na comparação de médias entre estado e traço de ansiedade e estado e traço de raiva da amostra de mágoa > 3, percebemos que os graus de ansiedade foram significativamente maiores que os graus de raiva.
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spelling 2024-07-03T14:32:19Z2023-10-202024-07-03T14:32:19Z2023-03-31https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30534A literatura indica que estudos sobre o perdão estão direcionados aos contextos de relações na família, entre amigos, parceiros íntimos e contextos de relacionamento no trabalho. Entretanto, temáticas que trabalham em contextos sociais do cotidiano não são tão exploradas pela literatura. E, é importante ressaltar que as injustiças podem ocorrer em nosso cotidiano independentemente do tipo e/ou intensidade de uma relação, seja por exemplo, a relação entre com aluno/professor, com colegas de trabalho, vizinhos e até mesmo com pessoas desconhecidas. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo analisar os graus de perdão interpessoal nas relações ao qual os vínculos afetivos são inexistentes e verificar qual a relação com a raiva e a ansiedade. Para alcançar este objetivo, realizamos uma pesquisa de campo, quantitativa, do tipo descritiva e correlacional e participaram do estudo 359 pessoas, sendo 273 (76%) mulheres e 86 (24%) homens, selecionados por meio da amostragem não probabilística por conveniência. Para a coleta de dados, realizada de maneira online e presencial, utilizamos: questionário sociodemográfico, questionário de injustiças, Inventário de Expressão de Raiva (STAXI), Inventário de Ansiedade de Traço e Estado (IDATE) e a Escala de Perdão de Enright (EFI). Para a análise, os dados foram recebidos em uma planilha excel e depois transpostas para o IBM 22.0. Considerando a amostra de pessoas que se sentiram muito ou tremendamente magoadas (mágoa > 3), os resultados indicaram que essa população perdoou mais as ofensas de discriminação racial e divergências políticas e a mágoa foi sentida com maior intensidade quando a ofensa era causada por pessoas desconhecidas ou por profissionais liberais. Verificamos também que as pessoas com mágoa > 3 perdoam significativamente menos do que as pessoas que sentiram pouco magoadas (mágoa < 3). Na correlação de pessoas com mágoa > 3 verificamos que pessoas muito magoada com traços de raiva, tendem a apresentar afeto negativo e a não julgar positivamente o ofensor, confirmando parcialmente a hipótese 1. Nessa mesma amostra verificamos que pessoas com traços de ansiedade tendem a apresentar ausência de comportamentos negativos (maior comportamento vingativo), o que corrobora com a literatura estudada, confirmando também parcialmente a hipótese. Na comparação de médias entre estado e traço de ansiedade e estado e traço de raiva da amostra de mágoa > 3, percebemos que os graus de ansiedade foram significativamente maiores que os graus de raiva.The literature indicates that studies about forgiveness are directed to contexts of relationships in the family, among friends, intimate partners and relationship contexts at work. However, themes that work in everyday social contexts are not so explored by the literature. And, it is important to emphasize that injustices can occur in our daily lives regardless of the type and/or intensity of a relationship, for example, the relationship between a student/teacher, co-workers, neighbors and even strangers. In this sense, this study aimed to analyze the degrees of interpersonal forgiveness in relationships in which affective bonds are non-existent and to verify the relationship with anger and anxiety. To achieve this goal, we carried out a field research, quantitative, descriptive and correlational and 359 people participated in the study, 273 (76%) women and 86 (24%) men, selected through non-probabilistic convenience sampling. For data collection, carried out online and face-to-face, we used: sociodemographic questionnaire, injustice questionnaire, Anger Expression Inventory (STAXI), State and Trait Anxiety Inventory (STAI) and the Enright Forgiveness Scale (EFI). For the analysis, the data were received in an excel spreadsheet and then transferred to the IBM 22.0. Considering the sample of people who felt very or tremendously hurt (hurt > 3), the results indicated that this population forgave more offenses of racial discrimination and political differences and the hurt was felt more intensely when the offense was caused by unknown people or by professionals. We also found that people with hurt > 3 forgive significantly less than people who felt little hurt (hurt < 3). In the correlation of people with hurt > 3, we found that very hurt people with traits of anger tend to show negative affect and not judge the offender positively, partially confirming hypothesis 1. In this same sample, we found that people with traits of anxiety tend to show absence of negative behaviors (greater vindictive behavior), which corroborates the literature studied, also partially confirming the hypothesis. Comparing means between state and trait anxiety and state and trait anger in the hurt sample > 3, we noticed that the degrees of anxiety were significantly higher than the degrees of anger.Submitted by Jackson Nunes (jackson@biblioteca.ufpb.br) on 2024-07-03T14:32:19Z No. of bitstreams: 3 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) SammyaGabryellaSoaresPereiraCampos_Dissert.pdf: 924943 bytes, checksum: d6e7c595c89a59b182e83cf39da99ebc (MD5) SammyaGabryellaSoaresPereiraCampos_Dissert_Ficha_SIGAA.pdf: 2085 bytes, checksum: 3dbf007f2fd91fd4ba7e7b9f549d3f96 (MD5)Made available in DSpace on 2024-07-03T14:32:19Z (GMT). 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